quinta-feira, 28 de julho de 2011

UMA ALFINETADA (88)

NÃO ACREDITE EM NINGUÉM COM... - publicado semanário pirajuiense O Alfinete, 25/06/2011
O mundo de hoje está forrado de “donos da verdade absoluta”. Esses os piores, pois possuem uma idéia preconcebida sobre tudo e todos. Quando alguém descarrega um caminhão de pensamentos, afirmando que outro mundo distante do que idealiza é o caos estabelecido, enxerga só malversações do outro lado e nada de positivo, fuja dele o mais rápido possível. Não vale a pena discutir com pessoas assim, pura perda de tempo. Primeiro porque sua cabeça não permite mais mudança de pensamento e os que assim agem, estão definitivamente perdidos, irrecuperáveis. Segundo porque o pedantismo mais afugenta do que aproxima os semelhantes.

Fique cada vez mais próximo de discussões sérias, com embasamento e alicerçadas. Ditaduras são na maioria dos casos ruins, regimes duros, onde uma pessoa ou grupo domina o poder e oprime o povo. Existem exceções, honrosas e em algumas delas, algo de concreto, com comprovada eficiência. Reconhecer isso, como no caso da educação e saúde cubana é um mínimo e quem foge disso, merece descrédito, pois não será apelando com a repetição de mentiras que se conseguirá convencer ninguém. Nessa semana um desempregado norte-americano, sem nenhum tipo de assistência médica, pois lá nem algo como o SUS existe. Tudo é na grana e ela não existindo você fica sem saúde, na rua da amargura. Desesperado entra num banco e rouba R$ 1 dólar, tudo para ser detido e conseguir um tratamento de saúde. Quando que em Cuba isso aconteceria? Nunca. Lá a saúde é o contrário dos países capitalistas. Tudo gratuito, eficiência comprovada. Até Chávez, o venezuelano foi se tratar lá.

Volto ao nosso país e a tantos outros. Abundância existe, mas ela não é para todos, só para os que possuem as tais condições. Uma minoria tem tudo e a imensa maioria padece. Não defendo minorias enriquecidas em condições mal explicadas. Prefiro estar sempre ao lado da maioria, que nunca será totalmente atendida num regime onde predomina o capital predatório. Por aqui até a religião está totalmente desvirtuada, cada vez mais ligada ao enriquecimento de uns poucos e uma manada seguindo sem pestanejar o prescrito por esses eleitos dos céus (você votou em algo assim?). Lá na tal ilha, Cuba, a religião também é livre, só que nunca ela interferirá nos assuntos do Estado. Lobbys religiosos como os ocorridos aqui e nos EUA, nem pensar. Lá cada um permanece no seu exato quadrado. Temos muito que aprender com eles e reconhecer isso é papel de gente que não encobre a história segundo seus interesses. A aparente liberdade existente aqui é pífia, diante de tanta iniqüidade e injustiça. A religião hoje, infelizmente, serve para manter uma massa calada, servil e medrosa, diante de transformações que se ocorressem seriam ótimas para o engrandecimento dessa nação e do crescimento desse povo. Só com educação ele deixará de ser massa de manobra.

Um comentário:

ArabeAlli disse...

Caro Henrique, acho que já comentei isso aqui uma vez mas vou me repetir: Penso que o sagrado não existe. Nada, absolutamente nada, pode ser colocado num pedestal intocável. A primeira regra de qualquer religião é erigir este altar e a partir dai firmar-se com dogmas sagrados e portanto intocáveis. Tudo o que temos, tudo o que acreditamos ou não, é produto da mente sã ou doentia nossa ou de um outro homem tão humano quanto nós. Qualquer um pode a qualquer tempo, num delírio bem ou mal intencionado criar deus para si ou para outem. O homen na sua insignificancia, não aceitou, não aceita e parece continuará por muito tempo não aceitando sua finitude. Dai tem de inventar algo que o conforte, algo maior que ele, mas que dele não prescinda para continuar existindo. A morte, a única coisa realmente que possuimos de nossa e que nos iguala a todos é absolutamente um mistério. Podemos acreditar no que quisermos, mas só quem morreu conhece a verdade. Nenhum vivo, nenhum livro, nenhuma pedra tem essa resposta. Mas ha aqueles que sabem ganhar dinheiro, prestígio e poder com essa carência humana. A isto se chama religião.