Mafuá do HPA

CENA BAURUENSE (95)

MISCELÂNEA DE SEXTA POR AQUI É ROTINA – OITO EMBOLADOS TEMAS
Na sexta junta de tudo aqui no balcão do mafuá. Papéis vão se encontrando e tento reunir tudo no mesmo balaio. São tantos assuntos, que nem sei por onde começar. O faço com uma foto que ilustra o Dia do Palhaço (ou do clow, como queiram), comemorado no final desse mês. O SESC tem uma extensa programação sobre o tema rolando de 20 a 30/3. A foto é do nosso artista mambembe, pessoa das mais dignas, batalhador diário por pequenos trabalhos, o MARCÍLIO, muito conhecido por estar sempre incorporando um Carlitos pelas ruas bauruenses. Aqui ele ao lado do mais novo falecido da cidade, o já posto no chão cinema Bauru I e II, no cruzamento da Treze de Maio com Cussy Jr e com um cartaz com os dizeres: "Fui e sou apenas um palhaço. Isso me coloca numa categoria muito acima de qualquer político". Ainda no SESC, de 13/03 a 29/04 uma exposição sobre o mais famoso cafelandense, o profeta Gentileza, na exposição “Gentileza gera Gentileza”. Imperdível e mais dela aqui nos próximos dias.

Hoje, sexta, 16/03 tem Ezequiel Rosa no teatro, outro expoente da terrinha a andar nos fios de arame (farpado, às vezes), mas resistindo bravamente. Com a peça, “Rosas para Sebastian”, de autoria de Oscar Wilde, nosso Ezequiel e além de trechos da tempestuosa vida do autor, a possibilidade de presenciar algo com a cara do nosso ator, a manipulação de bonecos, uma de suas especialidades. Eu e a mana Helena já marcamos hora para o comparecimento, 20h30 no Centro Cultural Celina Alves Neves, rua Gerson França 6-66.

Na quarta, 14/03 saímos eu, Ana Bia e o filho para comemorar seus 18 anos e escolhemos para o festim o Sin Tae, o restaurante de comida asiática, cuja especialidade o aniversariante adora. O fizemos por um único motivo. Queríamos reencontrar o maitre Gilmar Bispo da Costa, negro, motivo de citação no meu texto na coluna semanal do Bom Dia de 14/01, “O branquelo e o racismo”. Ele me descobriu, ligou, disse ter gostado muito e que o artigo permaneceu fixado no mural do restaurante por quase dois meses. Juntamos tudo, os abraços no filho e um papo de final de noite com o manager do bom atendimento do lugar. Gastamos os tubos, mas valeu a pena.

Recebo de um dileto amigo uma ilustração elucidativa sobre o acontecimento que retardou o início da última sessão da Câmara dos Vereadores de Bauru, realizada em 12/03. Roberval Sakai, presidente da edilidade, o rei do vai-e-volta sofreu pressão para renunciar (foi a semana dela), após ser eleito para representar a oposição, mas tentar continuar fazendo o que mais gosta na vida, o estar aqui e ali ao mesmo tempo. Suou muito, mas conseguiu se segurar e a ilustração cai como uma luva. Ele é merecedor de todo o padecimento sofrido, motivo de seus próprios atos.

Nessa semana quem também completou anos foi Karl Marx. Conhecem? Pois é, nosso sempre polêmico pai do “comunismo” continua mais vivo que nunca. Sua teoria continua a arrepiar sentimentos arraigados entre nossos neoliberais de plantão e enquanto isso continuar acontecendo, motivo para festejos. Continuará sendo leitura de cabeceira enquanto viver. Dia 15 completou-se 129 anos de sua morte. Mais do reverências, pois fundamentou algo a transformar o planeta num todo, propondo o que de mais singelo e puro já vi na vida, uma divisão equitativa de tudo, com a real possibilidade da passagem do ser humano pela Terra ser recheada de benesses, não de agruras.

Uma notinha sobre Brizola Neto (http://www.tijolaco.com/), um dos melhores parlamentares brasileiros, neto de Leonel Brizola e citado primeiro pelo O Globo como provável novo ministro do Trabalho na cota do PDT. Pelo visto foi balão de ensaio proposital para queimá-lo, pois é o que possui mais condições para exercício do cargo, mas o que causaria mais trabalho para essa insana mídia brasileira. Imaginem ele nas Telecomunicações? Torço muito por ele, um dos únicos nomes, talvez “o último dos moicanos” dentro do sobrou do velho PDT criado pelo avô e hoje, mais do que uma colcha de retalhos. Seria um ministro ponta firme, Dilma sabe disso, mas deve estar sofrendo pressões homéricas para não lhe dar o bastão da pasta. Olha eu na foto com ele nas ruas do Rio.

Uma das editoras brasileiras a fazer minha cabeça é a gaúcha L&PM, que edita brilhantemente livros de bolso com títulos tirados do fundo do baú e a preços inimagináveis para o mercado editorial brasileiro. Frequento com afinco as suas estantes e nesse mês mais uma novidade, com o lançamento de título famosos com 64 Páginas (Do tamanho do seu tempo. E do Seu bolso), a R$ 5 e se a versão for em E-book o preço é R$ 3. Só não lê quem não quer ou estiver interessado nos Telós da vida, que só emburrecem as pessoas, como um show que vejo irá acontecer nesse final de semana por Bauru. Sintam o título e vejam a maravilha que deve rolar por lá: “Lucenzo – Vem dançar Kuduro”. Prefiro continuar nos braços dos livrinhos da L&PM:http://www.youtube.com/watch?v=oLY80ZFLP-4&feature=player_embedded .

Encerro com algo singular. Um trechinho de uma gravação com o saxofonista Mané Silveira, feita no Teatro Municipal de Bauru, na última quarta, 14/03, quando lá estive junto dos amigos Aldo Wellicham e Ademir Elias, reencontrando Wellington Leite, PH, Marcelão da Padaria de Pirajuí, Edward Albiero e Laís Camargo, que surge na porta do teatro com nada menos que a mãe do saxofonista (“ela veio visitar um parente em Bauru só para assistir ao show do filho”, disse). Perdi de ouvir o jogo do Noroeste (ganhou de 3x2 do São José, lá em SJC), mas ganhamos todos com algo do melhor do instrumental brasileiro. Sintam o clima: