segunda-feira, 5 de março de 2012

PALANQUE – USE SEU MEGAFONE (19)

TRÊS HISTÓRIAS: MENDIGOS E O SAMU, RODEIOS EM BAURU E O FIM DO BOM DIA JAÚ
1.) Vítor Gregório postou ontem no facebook DIREITOS HUMANOS o seguinte texto: “Ontem o Samu de SP mostrou seu descaso com a população. Na ponta da minha vila havia um homem em situação de rua que chorava de dor na perna e pedia para alguém ligar para a ambulância para ajudá-lo. A perna dele estava inchada e ele disse que foi agredido com uma marretada. Ligamos às 18h e eles não chegavam, então mobilizamos a vizinhança para ligar para o Samu pois eles estavam demorando de mais. Ligamos para o 190 e o 193 para ajudar mas eles só encaminhavam para o SAMU, que dizia que estava mandado uma ambulância que nunca chegava. Uma viatura da PM passou em frente, mas alegou que não podia assistir e foi embora. Quando deu 00h30 liguei para os Direitos Humanos para denunciar essa discriminação do Estado com o homem em situação de rua. Fui muito bem atendido pelo disque 100 e mandaram a denúncia com urgência . O SAMU ligou as 6h00 perguntando se ainda queria o pedido de socorro e dizemos que sim, mas de novo não veio a ambulância. Agora ligaram e disseram que não podiam ajudar o homem porque ele não estava mais no local. Estou muito decepcionado com o descaso do serviço publico e agradeço o disque denuncia dos Direitos Humanos por ouvir nossa queixa e levar nossa causa em frente”. MINHA ÓBVIA CONCLUSÃO: Demorou, pois com certeza ao ligarem foi dito tratar-se de um mendigo e assim sendo, como todos sabem, o carro devia ter sido lavado há pouco tempo e não queriam sujá-lo novamente. E, dessa forma, foram adiando, para que alguém fizesse o serviço sujo antes deles. Nem a polícia quis por suas mãos e muito menos os moradores, que ficaram ao lado do homem, mas ninguém o colocou no próprio carrinho e o levou até um decente atendimento. Esse é o Brasil, onde não existe discriminação, racismo, indiferença, etc. Depois fico sabendo que quando transportamos alguém nessa situação e algo dê errado, problemas eternos com a Justiça. Daí a necessidade do serviço público executar esse serviço.

2.) Rodeios no Mary Dota. Nessa semana acontece mais um e sempre por iniciativa da Prefeitura Municipal. Nem gosto muito de comentar sobre esse assunto, pois em primeiro lugar acho que quando um órgão público pode contratar shows e eventos tem por necessidade ser diferente de tudo o que se apresenta como ruim. Se ele age da mesma forma e incentiva o ruim, peca já aí. Quando o ruim, o lastimável cultural é bancado por particulares, vai quem quer. Quando o poder público banca tudo, nem tenho o que comentar, só a lamentar. Imaginem algo diferenciado com a população desse bairro sendo incentivada a participar de manifestações culturais de reconhecido valor. Todos ganhariam. Lastimável, só isso. Talvez faltem mais toques para uma mudança de direcionamento. Marta Caputo ontem pelo facebook bota a boca no mundo e reproduz isso: “A NATURAE VITAE visa atraves da AÇÃO JUDICIAL - PROC. 071.01.2011.008869-6/000000-000 - NUMERO DE ORDEM 261/2011 com trâmite pela 2o Vara da Fazenda Pública em BAURU - Busca acabar com o Rodeio dentro de bairro residencial (Mary Dota)”. Insistir no ruim é também ser ruim.

3.) Abro meus e-mails hoje e num deles, recado de um jauense: “Bom dia!!! (...) Aproveito para pedir que voce procure saber o que houve com o Bom Dia Jaú que parece ter deixado de circular. Sem mais, Luiz Carlos”. Me acho na obrigação de reproduzir aqui alguns emails trocados desde o último dia da circulação do jornal, dia 18/02. Em 25/02 recebi do Paulo Grange, o último editor do Bom Dia Jaú o seguinte: “Oi Henrique. Tudo bem? Não sei se continua enviando seus textos para o BD Jaú. Só escrevo para avisá-lo que, segundo me informaram os últimos funcionários que lá resistiram à batalha sem salários, a última edição foi publicada no sábado dia 18.... Infelizmente não temos mais o jornal na cidade... não sei se volta... todo mundo parou sem receber salários.. sem telefone na redação.... sem carro para fazer matérias...o jornal faliu na verdade sem pagar as contas e a equipe..o pessoal recebeu 15 dias de dezembro e só...e o diretor do jornal nem sequer compareceu na redação para dar justificativas...fui editor até o dia 7 de janeiro... sem receber parei... o diagramador e os repórteres, por serem registrados, tiveram um pouco mais de paciência e ficaram mais uma semana e pouco. É isso...abraços do Paulo”. No mesmo dia respondi a ele da seguinte forma: “Paulo - Coincidências da vida. Ontem ao dar uma espiada no site do jornal pela internet, folheei algumas edições e vi que suprimindo espaços, deixaram de publicar até a seção Formador de Opinião em algumas edições. Acreditei que estivesse funcionando e enviei para oemail da redação uma solicitação de informação vendo se podia continuar enviando textos, pois há duas semanas não o fazia. Ninguém me respondeu e hoje vc me dá os motivos. Fico triste, pois foi melancólico o desenlace. Tendo mais novidades, repercuta para mim. O caso do BD Jaú foi de absoluta falta de grana. Imaginaram uma coisa, uma ajuda que não veio e o que tinham, como não era muito para sustentar um jornal e os anunciantes não pintaram, aliado ao bater de frente com a Prefeitura (necessário, diga-se de passagem), o maior anunciante da cidade, tudo veio a findar-se antes do tempo. Um belo projeto que esvaiu-se e deixará saudade, pois acredito ser mais do que necessário um jornal diferente em Jaú, com uma visão menos conservadora do que os existentes, menos ligado à estrutura de poder existente. Me envie novidades. HPA”. Paulo responde a seguir dando as explicações definitivas: “Oi Henrique. Quando sai do jornal quem "tocou" foi o diagramador, que suprimiu Formador de Opinião e Nossa opinião, afinal não tinha quem escrevesse. Ele deu uma improvisada para o jornal circular mais um pouco. Cada repórter ficou fazendo uma matéria por dia e o resto era completado com notícia da rede bom dia... Assim o jornal circulou... uma pena. Faltou dinheiro sim... mas faltou administração...”. Suprimi alguns trechos, pois tenho comigo que todos os envolvidos tiveram vontade em acertar, proposituras de algo novo, mas quando confrontados com a realidade dos fatos, desvios ocorreram e o projeto não vingou. Uma pena!
OBS.: As quatro charges, duas superiores do Fausto Bergocce (www.faustocartoon.com.br) e duas inferiores do Nicolielo (www.nicolielo.art.br) são cedidas graciosamente por seus autores para esse mafuento espaço. Não dizem respeito propriamente aos textos nas quais estão inseridas, mas sim, todas elas a temas do momento. A eles o meu agradecimento e reconhecimento, além de amigos, meus "reis" do traço.

4 comentários:

Anônimo disse...

Por favor, colabore com a divulgação da manifestação REPÚDIO AOS RODEIOS em Bauru. Não é possível que recursos públicos sejam utilizados para a promoção da mercantilização dos maus tratos em nossa cidade!

REPÚDIO AOS RODEIOS EM BAURU
quarta, 7 de Março às 14:00 defronte o Palácio das Cerejeiras. Todos lá!!!!!

Marta Caputo

Anônimo disse...

HENRIQUE

Sou de Jaú.
Por que tudo quando se finda acontece sem nenhuma explicação.
Nada disso que voce relata aqui foi explicado para o leitor do jornal.
Só ficamos sabendo dessa versão nesse momento.
Foi triste porque acompanhei algumas das belas reportagens que foram feitas pelo jornal e tenho aqui em casa algumas delas, inclusive primeiras páginas com fotos tomando todo o espaço, que considero antológicas.
Podem ter tido o fim mais trágico possível, cheio de problemas, mas tiveram uma honrosa passagem pela cidade e em alguns momentos balançaram as estruturas do Comércio, um jornal que sempre foi de estilo mais conservador, sem ir a fdundo nas questões jauenses. Vai fazer falta e torço para que consigam voltar.

Lorival Jr.

Anônimo disse...

Meu nome correto é Lourival Jr.

Anônimo disse...

Bom dia!!!

Prezado amigo leio aqui em seu Blog sobre o Jornal Bom Dia Jau. E dai que ainda quero perguntar e voce certamente vai procurar saber o seguinte:
Como fica a situacao? Poderemos ter o jornal de volta? A ausencia do jornal de certa forma nao seria prejudicial nao somente aos leitores da cidade, mas sim a Rede Bom Dia? Como fica?

Sem mais, Luiz Carlos.

lcdirenzi@bol.com.br