sábado, 31 de março de 2012

MEUS TEXTOS NO BOM DIA (171) e FIM DO NUPHIS

RELIGIÕES, NEGÓCIOS E INTERESSES – publicado BOM DIA BAURU, edição de 31.03.2012
As questões de preservação do patrimônio continuam na ordem do dia em Bauru. A quase extinção do NUPHIS (Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica) na USC é o tema do momento. Aquelas instalações passarão para o curso de arquitetura, hoje uma espécie de “must” no método educacional implantado nas hostes do sistema Sagrado Coração. Uma pena, primeiro por virarem às costas para Bauru. Depois, por deixarem exposto, espécie de fratura, o novo momento vivido pela universidade e tentando manter lema da religiosidade e da fraternidade. Junto tudo isso no meu liquidificador e o suprassumo extraído não é da fácil digestão. Vivemos atolados até o pescoço dentro de um mundo onde o único e indivisível deus parece ser mesmo o dinheiro. A cada dia confirmo isso. Nada é mais importante do que aperfeiçoar os sistemas arrecadatórios. Fé é uma coisa e não deve ser misturada com religião e muito menos com os negócios a envolver as igrejas. Tudo parece ter virado um grande negócio, até com a vinda de gente especializada do estrangeiro para resolver pendências, onde os nativos não possuam habilitação para tanto. Isso com quase todas. Poucas deverão ir para o reino dos céus, se formos seguir à risca os mandamentos de um senhor que passou por aqui séculos atrás. Esse negócio de pureza de sentimentos é algo cada vez mais em falta no mercado. No mundo dos negócios existe praticidade, ligeireza e estatísticas, nada mais. Bobo daquele que doa seu dízimo sem ao menos questionar a finalidade do mesmo. Enfiam na cabeça das pessoas que fazendo a sua parte é o que basta. Simples assim. Contribuir e permanecer quieto. Misturei as questões de patrimônio e religião por um único motivo. Todos dizem defender Bauru, mas o que existe mesmo é a defesa do interesse pelo negócio em que se está metido. Veja como é tratada a lei de preservação do cerrado. Querem derrubar as árvores em nome do progresso, nunca para aumentarem os lucros nos negócios. O NUPHIS já era, a Lei do Cerrado idem, mas tudo o mais anda muito bem. Graças a Deus.

REPENSANDO A RELAÇÃO – O CASO NUPHIS USC E MAIS DOIS DESDOBRAMENTOS

REPERCUTINDO 1: USC reavaliará mudanças em acervo - Alvo de críticas, transferência de materiais do Nuphis será reavaliada pela instituição, que quer manter fonte de pesquisa – matéria de Mariana Cerigatto, publicada no caderno Cultura, JC, 30.03.2012:

"A mudança do acervo do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (Nuphis) “Gabriel Ruiz Pelegrina”, alocado na Universidade do Sagrado Coração (USC), tem sido alvo de críticas, dúvidas, indignação e lamentação dos interessados na preservação histórica e de patrimônio da cidade e região. Com acervo riquíssimo, o Núcleo é tido com campo de pesquisa científica que sempre movimentou a comunidade acadêmica. Quem já passou pela USC, sobretudo por cursos como história, geografia ou comunicação, deve lembrar o quanto o Núcleo foi importante para sua formação. Contudo, apesar do movimento de transferência dos materiais, o coordenador geral de extensão, Luiz Antonio Fernandes Fonseca, alega que a universidade quer manter a tradição de pesquisa alcançada pelo Nuphis. Para isso, vai reavaliar a retirada de alguns documentos, como o acervo de jornais. “Toda documentação que tem duplicidade vai pra Prefeitura. O que não tem duplicidade, ainda está conosco e sua saída será reavaliada, até porque ainda há uma série de considerações neste processo a serem feitas”, indicou Luiz. “O despacho de alguns materiais que, sem dúvida são muito importantes, serão negociados, como os volumes de jornais da região. Estamos negociando para que esse material fique. Temos jornais históricos, que são fontes para estudantes de história e comunicação”, informou o coordenador. Conforme o JC tem divulgado, a USC precisa de espaço para novos e complexos laboratórios de cursos. E o prédio do Nuphis, por ser térreo e espaçoso, cai como uma luva para esse propósito. Apesar disso, Luiz reforça que a intenção não é extinguir o espaço, e sim trazê-lo para dentro da universidade. “Este acervo inclui trajetória de historiadores, como a do ‘ícone’ Gabriel Pelegrina, cartas antigas e documentos que remetem ao passado que continuarão conosco. O objetivo é que todo esse material continue sendo fonte de consulta a estudantes e outros interessados.”

Pelegrina lamenta as alterações - O historiador Gabriel Ruiz Pelegrina, que tem seu nome “carregado” pelo Nuphis, demostrou aborrecimento com a notícia de transferência de materiais em entrevista ao JC. Aborrecimento que também demostra paixão pela entidade, que ajudou a montar com documentos e objetos considerados verdadeiras relíquias. Hoje, com 90 anos, o historiador recorda os primórdios do Nuphis, que tem 28 anos de existência. “Quando tudo começou, fui convidado pela irmã Elvira Milani, em 1983, para montar o Núcleo, que foi fundado no dia 23 de setembro de 1983”, lembra. “Eu tinha um enorme acervo em casa e comecei a levar para o Nuphis”, afirma. “Estou com 90 anos e vou morrer magoado com o destino do Núcleo. É uma pena, porque Bauru está abrindo mão de verdadeiras relíquias”, lamentou o pesquisador. Gabriel também lamenta que os espaços históricos da cidade estejam sendo perdidos, em sua opinião. “Bauru tem uma história muito rica, que precisa ser preservada. O que tenho visto é o fechamento de locais importantes para o município, como aconteceu com os únicos clubes da cidade – Luso, BTC, BAC. Acredito que falte mais interesse da Prefeitura em valorizar o que é patrimônio da cidade”, ressaltou o historiador. Pelegrina ainda expõe a importância de preservar a história. “O Núcleo da USC sempre teve esse caráter de formação, de pesquisa. A valorização disso tudo depende também da juventude, que hoje não dá muita importância, é muito influenciada pela mídia”, criticou.

REPERCUTINDO 2: ‘Acervo do Nuphis não se perderá’, diz Reis - Secretário municipal de Cultura garante que transferência de materiais de núcleo histórico da USC não trará prejuízos –matéria de Mariana Cerigatto, publicada no caderno Cultura JC, edição de hoje 31.03.2012

Em meio às críticas sobre o processo de mudança do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (Nuphis) “Gabriel Ruiz Pelegrina”, o secretário municipal de Cultura, Elson Reis, quis reforçar que grande parte do acervo, que será destinado à Prefeitura, não será perdido. Conforme o JC tem divulgado, o processo de mudança do Nuphis ter sido motivo de indignação para vários historiadores e alunos que passaram pelos cursos da área de humanas da universidade, já que a entidade é tida como importante fonte de pesquisa. No entanto, 70% deste acervo vai ficar disponível para toda a população através dos museus públicos de Bauru, fato também já noticiado pelo JC. Diante disso, o secretário deixa claro que a prefeitura vai receber com todo o cuidado devido este material. “A prefeitura e a Secretaria de Cultura vão receber parte deste material justamente para evitar que nada seja perdido. Teremos todo o cuidado com o transporte destes documentos e objetos e estamos preparando os espaços que vão abrigá-los. É importante ressaltar que esse acervo agora ficará em entidades totalmente públicas e acessíveis a qualquer pessoa”, salientou Elson. O acervo que será disponibilizado ao município contempla um antigo cadastro imobiliário da Prefeitura, edições antigas e encadernadas do antigo Diário de Bauru, objetos relativos à ferrovia, fotos, discos (LPs), entre outros. O acervo histórico será dividido entre os museus de Bauru, entre eles o Museu Histórico Municipal, o Museu Ferroviário e o Museu de Imagem e Som (MIS) – que ainda será construído. Como é de conhecimento, a USC vai redimensionar o espaço do Núcleo de Documentação, pois precisa de espaço para novos e complexos laboratórios de cursos.

Rebatendo críticas - Elson Reis também rebateu críticas feitas pelo historiador Gabriel Pelegrina na edição de ontem do JC. Pelegrina lamentou o fechamento de clubes tradicionais da cidade, como Luso, BAC e BTC. “Só queria deixar claro que a Prefeitura não tem culpa desses locais terem sido vendidos. E também gostaria reforçar que a Prefeitura está recebendo parte do acervo para justamente preservar esses materiais do Núcleo. Estamos entrando como parte da solução desta mudança do Nuphis”, enfatiza o secretário. Mobilização? - A polêmica do Nuphis também repercutiu na Associação dos Amigos dos Museus de Bauru, que segue mobilizada e não descarta um ato público ou reunião para tratar do assunto. As mudanças também repercutem entre leitores do JC na seção diária de cartas.

MINHA OBSERVAÇÃO FINAL: Ela está bem clara e entre idas e vindas, louvo o papel do setor Cultural da Prefeitura em tentar abrigar tudo a contento e num curto espaço de tempo. Entendo como claudicante a atitude da direção da USC em rever tudo somente agora e após a negativa repercussão. Por que não antes? Por que somente agora? Por que antes não havia espaço e agora podem surgir alguns? Por que até agora fechou a questão e diante da repercussão abre uma porta? Seria esse um ato do mais puro espírito religioso? Diante de tantos questionamentos, algo muito claro, uma tremenda PISADA NA BOLA com a cidade, com a história ali mantida e a constatação de que, pelo menos aqui em Bauru, acervos devem permanecer em instituições públicas, vide esse caso e os da Fundato, Núcleo da ITE, ILSL, Acervo LDP, etc
OBS.: Essas fotos, todas minhas, foram já publicadas aqui nesse mesmo blog em escritos anteriores (afinal existe desde 2007) e presta uma justa homenagem a GABRIEL RUIZ PELEGRINA, 90 anos, que dá nome ao NUPHIS e assim como todos nós, indignado está.

4 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE

A solução que tens porocurado dar para o acervo é boa, a de ampliação dos espaços junto ao Museu Ferroviários. Existem outras e talvez a melhor delas está diante do próprio nariz de todos, mas ainda não pensada. Por que não colocar tudo o que a USC rejeita na Casa Ponce Paz, aquela mal utilizada lá no cruzmento das ruas Antonio Alves e Ezequiel Ramos. Vou lá sempre e a vejo com uma finalidade ainda não muito bem definida. Diz-se espaço de artes, artistas, arteiros, mas pouco acontece por ali a não ser um local para realização do ego pessoal de uns poucos. Pois que tudo seja transformado, numa espécie de zas-tras na Casa a acolher o acervo do senhor Gabriel Ruiz Pelegrina.

Tenho ou não tenho razão.

Elson Reis, eis a solução.

JORGE, UM SEM SOBRENOME

Anônimo disse...

Henrique

Seus textos estão muito longos. Tente reduzí-los e verá que mais gente os lerá. Entro sempre que posso, mas sempre com pouco tempo e com outros sites para entrar e na maioria das vezes encontro algo longo para ler. Arredo pé e só o faço nos que mais me tocam. Esses com a repetição dos textos dos jornais, poderia ter postado só a indicação de onde poderiam ser lidos no site do jornal. Ficarioa mais enxuto. Pense nisso e leve em consideração se achar que vale a pena.

Leandro

Anônimo disse...

Henrique

E aí, fizeram a tal mudança da USV para os museus no final de semana?

Não achei nada nos jornais de hoje.

Queria saber.

AURORA

Mafuá do HPA disse...

cara Aurora

Sinceramente, náo sei.
Acredito que sim e isso devera estar publicado nos jornais entre hoje e os proximos dias.
Vamos acompanhar juntos e ver os desdobramentos.
Henrique - direto do mafu[a