sábado, 5 de agosto de 2017
FRASES (159)
PERDEMOS A GUERRA, MAS NÃO A CAPACIDADE DE DEBOCHAR DESSA NHACA TODA À NOSSA VOLTA
Certa feita, Carlos Latuff, o famoso ativista e chargista, traço conhecido mundialmente, numa de suas passagens por Bauru para a Semana Latino Americana no Colégio D'Incao, acredito que uns quatro anos atrás já previa, numa inesquecível frase, sempre reutilizada por mim, algo mais ou menos assim: "Nós perdemos essa guerra. Essa bestialidade toda já ganhou a batalha final contra a gente e conseguiram impor tudo isso de ruim que temos. Reverter o que virá pela frente, acredito não ser mais possível, mas de algo eles nunca irão conseguir me impedir de continuar fazendo, o de ironizá-los. Vou continuar demonstrando o quanto são ridículos e a todo instante, a cada nova charge. Disso eles não irão tirar de mim, esse poder de com minha arte cutucar eternamente essa bestialidade à minha volta".
Quando Latuff disse isso numa das palestras em Bauru eu a gravei de imediato e dela faço também uso diário. Esses malditos golpistas acabaram com o país. O que não destruíram, o farão dia após dia se nada for feito por nós, o povo. Agora mesmo vejo esse ministro do Temer, o Eliseu Padilha, após seu chefe conseguir se segurar na presidência comprando votos à torto e a direito da Câmara dos Deputados e dizendo em voz bem alta que o próximo passo será cortar a aposentadoria, pois não existirá recursos para pagar-lhes o soldo em alguns meses. Ou seja, os golpistas destruirão tudo até o momento em que o povo resolva acordar. Até lá, é missão de qualquer lúcido ficar estocando, mostrando não só o quanto são ridículos, apontando-lhes os erros e maldades, as malversações todas. Agora mesmo em Bauru, num programa de rádio, dizem da falta que faz Bauru não ter um deputado federal e conseguir dinheiro para o tal ginásio do basquete e essa grana vindo de onde vier, sem se importarem com a origem, tanto que venha. Quer coisa mais bestial que isso? Como não ridicularizar quem age desta forma? Ou todos enlouqueceram ou o vale tudo está legalizado, institucionalizado.
Isso de fazer pilhérias com as bestialidades dos poderosos de plantão é coisa antiga. Gregório de Matos, o Boca Maldita, nosso poeta dos tempos da Colônia produziu peças de uma mordacidade que ultrapassou os tempos. Guardo junto aos meus escritos preferidos uma frase de JOSÉ DO PATROCÍNIO, outro grande dos tempos de antanho e a passo adiante, pois será, mais e mais, minha conduta daqui por diante: "Éramos todos artistas à Victor Hugo: nove partes de vaidade e uma de interesse. Convertíamos as contrariedades em bom humor, ridiculalizávamos as carrancas ameaçadoras do destino, pouco se nos dava se o mundo desabasse, contanto que não perdêssemos a pilhéria do dia".
A única divergência é pelo fato de me importar e muito com o mundo desabando à minha volta, mas pilhéria vou fazer e muito. Serei muito mais ácido do que tenho sido, implacável com os traidores deste belo país. Os que não merecem perdão, usarei das armas que possuo, a escrita chinfrim, mas mesmo que não surta efeito, ela estará presente para admoestar essa reinante bestialidade desses tempos. A guerra foi perdida, mas já que continuo vivo, eis o que me resta fazer. Eu, Latuff, Gregório de Mattos, José do Patrocínio e tantos outros (as).
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