FAAC/UNESP CHAMA AGENTES DO CARNAVAL DE BAURU PARA UMA CONVERSA
Ocorreu ontem uma interessante reunião agendada pelo Diretor da FAAC/UNESP, Marcelo Carbone Carneiro e realizada no salão nobre da Congregação daquela instituição, envolvendo os agentes do Carnaval bauruense. Tendo como convidado de honra Roberto de Oliveira, o Beto, gente conhecida do samba paulistano e chefe de gabinete da deputada estadual Leci Brandão PCdoB. Convite feito para o Secretário Municipal de Cultura, Luiz Fonseca e representantes de todas as escolas de samba e blocos carnavalescos da cidade, em torno de umas vinte pessoas lá marcaram presença e nos relatos abaixo, feito entre aspas, sem outros comentários de minha lavra, aa participação de quem fez uso do microfone:
Carbone - FAAC: “Com o intuito de ressaltar a importância do Carnaval para a economia local, por que não começar já uma proposta vinda da universidade para a comunidade bauruense? Propiciando a discussão, são ideias novas e a UNESP de portas abertas para dar o seu quinhão de contribuição para uma das mais importantes festas populares de Bauru. A partir de um amplo diálogo será ampliada a participação da universidade”.
Luiz Fonseca – Secretário Cultura: “Sempre importante falar de Carnaval e de sua organização, com gente querendo ajudar, ainda mais neste momento de dificuldade atravessado pelo país e a cidade. Esse ano mais de 90 cidades do estado de São Paulo paralisaram seus carnavais. Não queremos fazer isso, mais precisamos melhorar o controle, gerenciamento. Com a ajuda dos cursos de Design, Arquitetura, Comunicação e o Economia Criativa da Unesp, todos pensando juntos, com certeza algo de muito bom surgindo. Talvez não consigamos mudar muita coisa de imediato, mas plantaremos juntos uma semente. O carnaval é muito maior que uma festa, se trata da economia desta cidade”.
Ana Bia – Professora de Design: “Oficializar efetivo apoio da Unesp prestando serviço à comunidade. Fundamental como provocação repensar a questão dos jurados. Levar o Carnaval muito a sério, até pelo trabalho desenvolvido por cada escola e bloco”.
Jair Fontão Odria - Mocidade Unida: “Todas escolas precisam de um Diretor de Harmonia para saber de fato conduzir uma escola. Estar ali nessa função não é ficar cumprimentando todos, nem ficar abanando a mão para ninguém”.
Patrícia Alves – Neo Criativa: “É a nossa proposta para além das atividades cotidianas de promoção de cultura na cidade. Pensar juntos nessa intervenção coletiva da universidade e em como pode ser dar essa colaboração”.
Beto, o convidado a falar no evento, trazendo sua experiência paulistana: “Na defesa da Cultura Popular e do Sama, consequentemente do Carnaval. Reafirmando que, neste ano mais de 90 cidades paulistas derrubaram o Carnaval e isso para quem vive essa festa é a morte. Escola de Samba é a vida do sambista, sua auto estima, identidade. Pior é o fim em alguns lugares sem ocorrer a defesa da comunidade do samba. Muitos permaneceram calados diante dos constantes ataques. Venho com a ideia de criar um Encontro de União para contagiar o Estado num todo e neste momento algo para fortalecer o de Bauru, uma ideia de cadeia produtiva. Vocês, nós todos somos os atores políticos desta festa e ciente das dificuldades de se organizar coletivamente, eis que algo surge de dentro da universidade neste sentido. Políticas públicas para vivenciar e manter essa cadeia produtiva já existente. Não pode mais existir aquilo do Carnaval só começar quando entra a verba pública para a escola, precisa ter vida útil o ano todo e ideias neste sentido precisam ser pensadas coletivamente. O viés criativo do samba não pode se perder. Superar aquilo de gente que só põe o Carnaval na rua para justificar a grana recebida. Quem quer ver algo feito dessa forma? Ninguém. Construir o seu Carnaval como referência e não perder o senso de responsabilidade do uso do dinheiro público. Entender que parte do problema é nosso e que se faz necessário ajustes para não se colocar tudo a perder. A população gosta e quer o Carnaval, reviver aquele proveniente da comunidade e em São Paulo isso foi se perdendo. A onda conservadora é muito grande e a ação política também é muito grande. Trazer como referências as cidades mantendo a festa, as Prefeituras ainda ajudando e no caso bauruense, com apoio de uma grande universidade. Essa união tem que virar referência. Buscar juntos condições de ampliara qualidade, fortalecer os elos. Um Seminário ou Encontro, feito com qualidade, juntando todos que pensam e vivem o Carnaval, trazer algo de fora, reunir o que já existe e propor o algo novo. Cada um cumprindo um papel bem definido”.
Dona Donizete – Bloco Pérola Negra: “Contamos muito com esse apoio da Neo Criativa. Todo apoio desta forma é bem vindo, pensando em todos e não em um só. Ajudar a gente a pensar em eventos carnavalescos e também algo onde possamos diminuir o preconceito existente da participação das religiões”.
Jair Odria – Mocidade Unida: “Passamos dez anos sem Carnaval e nesse período não se formaram batuqueiros e nem carnavalescos. Muitos ritmistas ainda são os mesmos do passado. Temos muita força em nossas mãos, mas ainda não formamos um Carnaval de fato. Muita gente não se consolida com aquele amor a uma agremiação, mudam muito de bandeira. Quando tudo for levado muito mais a sério, com certeza, vai ficar muito mais forte”.
Beto Oliveira: “Pensar num amplo projeto de reconstrução do Carnaval e do Samba. A proposta é a realização de um Encontro alicerçado em dois momentos: o de qualificar a nossa intervenção, em como ter acesso e manusear os instrumentos disponíveis. O outro é falar da política pública com a criação de uma dinâmica própria para vida permanente da festa. Ser um grande ponto de referência da Cultura local e saber responder e se contrapor aos ataques sistemáticos, enfim, como enfrentar e saber dialogar com isso. Uma organização verdadeiramente coletiva, sentar e ter uma pauta política, discutir coletivamente com o poder público, ou seja, um nível de organização política para enfrentar tudo o que vier pela frente”.
Suzana Libório – Secretaria Municipal de Cultura: “O construir junto com as comunidades, com as escolas e blocos pode ser dar de várias formas. Podemos ceder o teatro, uma ou duas vezes ao no para cada escola, festas frequentes no Sambódromo, ceder aparelhagem para eventos variados, assim por diante. Ajudar a montar eventos de cada escola, participando efetivamente junto de todos os atores do samba.
Luiz Fonseca – Secretário Cultura: “Se tivéssemos uma liga legalmente constituída muita coisa se resolveria e não seria necessário repassar a verba para empresas licitadas. Tudo depende de um esforço coletivo. A SMC não tem capacidade de realizar nada sozinha. Quando conseguirmos produzir um projeto coletivo, bem definido, elaborado, a comunidade bauruense vai entender cada vez mais a seriedade com que a coisa é feita. Desorganização nada traz de positivo. Enquanto não houver uma organização coletiva e isso ficar muito bem exposto, os resultados nunca serão bons por inteiro. Hoje já são bons, mas podem melhorar e muito. Não deixar que reuniões dessa se findem. Aproveitem esse momento essa maré boa”.
Definições: Data previamente definida para o Encontro: 06/outubro, mas antes outra reuniões ampliadas, com espaço permanente de contato (neocriativa@gmail.com), uma espécie de Usina de Ideias, olhando para o futuro e com todos pensando juntos: Onde queremos chegar com essa festa?
Ana Bia – Professora de Design: “Oficializar efetivo apoio da Unesp prestando serviço à comunidade. Fundamental como provocação repensar a questão dos jurados. Levar o Carnaval muito a sério, até pelo trabalho desenvolvido por cada escola e bloco”.
Jair Fontão Odria - Mocidade Unida: “Todas escolas precisam de um Diretor de Harmonia para saber de fato conduzir uma escola. Estar ali nessa função não é ficar cumprimentando todos, nem ficar abanando a mão para ninguém”.
Patrícia Alves – Neo Criativa: “É a nossa proposta para além das atividades cotidianas de promoção de cultura na cidade. Pensar juntos nessa intervenção coletiva da universidade e em como pode ser dar essa colaboração”.
Beto, o convidado a falar no evento, trazendo sua experiência paulistana: “Na defesa da Cultura Popular e do Sama, consequentemente do Carnaval. Reafirmando que, neste ano mais de 90 cidades paulistas derrubaram o Carnaval e isso para quem vive essa festa é a morte. Escola de Samba é a vida do sambista, sua auto estima, identidade. Pior é o fim em alguns lugares sem ocorrer a defesa da comunidade do samba. Muitos permaneceram calados diante dos constantes ataques. Venho com a ideia de criar um Encontro de União para contagiar o Estado num todo e neste momento algo para fortalecer o de Bauru, uma ideia de cadeia produtiva. Vocês, nós todos somos os atores políticos desta festa e ciente das dificuldades de se organizar coletivamente, eis que algo surge de dentro da universidade neste sentido. Políticas públicas para vivenciar e manter essa cadeia produtiva já existente. Não pode mais existir aquilo do Carnaval só começar quando entra a verba pública para a escola, precisa ter vida útil o ano todo e ideias neste sentido precisam ser pensadas coletivamente. O viés criativo do samba não pode se perder. Superar aquilo de gente que só põe o Carnaval na rua para justificar a grana recebida. Quem quer ver algo feito dessa forma? Ninguém. Construir o seu Carnaval como referência e não perder o senso de responsabilidade do uso do dinheiro público. Entender que parte do problema é nosso e que se faz necessário ajustes para não se colocar tudo a perder. A população gosta e quer o Carnaval, reviver aquele proveniente da comunidade e em São Paulo isso foi se perdendo. A onda conservadora é muito grande e a ação política também é muito grande. Trazer como referências as cidades mantendo a festa, as Prefeituras ainda ajudando e no caso bauruense, com apoio de uma grande universidade. Essa união tem que virar referência. Buscar juntos condições de ampliara qualidade, fortalecer os elos. Um Seminário ou Encontro, feito com qualidade, juntando todos que pensam e vivem o Carnaval, trazer algo de fora, reunir o que já existe e propor o algo novo. Cada um cumprindo um papel bem definido”.
Dona Donizete – Bloco Pérola Negra: “Contamos muito com esse apoio da Neo Criativa. Todo apoio desta forma é bem vindo, pensando em todos e não em um só. Ajudar a gente a pensar em eventos carnavalescos e também algo onde possamos diminuir o preconceito existente da participação das religiões”.
Jair Odria – Mocidade Unida: “Passamos dez anos sem Carnaval e nesse período não se formaram batuqueiros e nem carnavalescos. Muitos ritmistas ainda são os mesmos do passado. Temos muita força em nossas mãos, mas ainda não formamos um Carnaval de fato. Muita gente não se consolida com aquele amor a uma agremiação, mudam muito de bandeira. Quando tudo for levado muito mais a sério, com certeza, vai ficar muito mais forte”.
Beto Oliveira: “Pensar num amplo projeto de reconstrução do Carnaval e do Samba. A proposta é a realização de um Encontro alicerçado em dois momentos: o de qualificar a nossa intervenção, em como ter acesso e manusear os instrumentos disponíveis. O outro é falar da política pública com a criação de uma dinâmica própria para vida permanente da festa. Ser um grande ponto de referência da Cultura local e saber responder e se contrapor aos ataques sistemáticos, enfim, como enfrentar e saber dialogar com isso. Uma organização verdadeiramente coletiva, sentar e ter uma pauta política, discutir coletivamente com o poder público, ou seja, um nível de organização política para enfrentar tudo o que vier pela frente”.
Suzana Libório – Secretaria Municipal de Cultura: “O construir junto com as comunidades, com as escolas e blocos pode ser dar de várias formas. Podemos ceder o teatro, uma ou duas vezes ao no para cada escola, festas frequentes no Sambódromo, ceder aparelhagem para eventos variados, assim por diante. Ajudar a montar eventos de cada escola, participando efetivamente junto de todos os atores do samba.
Luiz Fonseca – Secretário Cultura: “Se tivéssemos uma liga legalmente constituída muita coisa se resolveria e não seria necessário repassar a verba para empresas licitadas. Tudo depende de um esforço coletivo. A SMC não tem capacidade de realizar nada sozinha. Quando conseguirmos produzir um projeto coletivo, bem definido, elaborado, a comunidade bauruense vai entender cada vez mais a seriedade com que a coisa é feita. Desorganização nada traz de positivo. Enquanto não houver uma organização coletiva e isso ficar muito bem exposto, os resultados nunca serão bons por inteiro. Hoje já são bons, mas podem melhorar e muito. Não deixar que reuniões dessa se findem. Aproveitem esse momento essa maré boa”.
Definições: Data previamente definida para o Encontro: 06/outubro, mas antes outra reuniões ampliadas, com espaço permanente de contato (neocriativa@gmail.com), uma espécie de Usina de Ideias, olhando para o futuro e com todos pensando juntos: Onde queremos chegar com essa festa?
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