AGRADECIMENTOS AOS ITALIANOS
Viajar é uma delícia, dessas coisas indescritíveis possibilitadas pela vida. O turista está diante de variadas opções quando em viagem. Na imensa maioria das vezes ele chega num país e já contando com um pacote de viagem se submete ao imposto pelos agentes de viagem e segue os roteiros turísticos pré-estabelecidos. Visita todos os pontos turísticos, faz aqueles passeios intermináveis, na maioria das vezes dentro de ônibus ou vãs, parando aqui ou ali e se sente contente, pois é o que pode ser feito dentro do tempo da viagem e o que tem de grana disponível. Já fiz muito disso e não me arrependo, pois era o que podia ser feito naqueles momentos.
De uns tempos para cá, eu e Ana Bia estamos optando por algo bem diferente desse roteiro. Primeiro por termos abandonado isso de hospedagem em hotéis. Desde que conhecemos o sistema da Airbnb (site a seguir: https://www.airbnb.com.br/a/…), alugamos um pequeno apê mobiliado e vagamos pelos lugares. O preço é muito mais em conta que o dos hotéis e as vantagens são sentidas de imediato, desde a de você ter uma casa à sua disposição, não gastar tanto e poder abrigar muitas pessoas no mesmo lugar, tudo dividido e ampliando horizontes. O sistema funciona no mundo todo e é assim que viajamos. Hotel só mesmo em último caso.
Nessa nossa viagem, conto a experiência italiana, algo inebriante, uma dessas viagens com recordações pra vida toda e da forma mais positiva possível. Ficamos hospedados na casa de um casa amigo, ela amiga de Ana dos tempos de Rio de Janeiro e ele um fazendeiro (pequeno proprietário por lá), Franco e Rosângela Mazzotti. Disponibilizaram um quarto só para nós, coisa de verdadeiros amigos e nos suportaram por 14 longos dias, junto de outra carioca, a professora Ana Rebello. Franco continuou indo diariamente para sua propriedade rural, mas como estava muito frio, em alguns dias até nevando teve tempo para passear conosco e conhecemos aproximadamente umas 15 cidades, desde pequenos vilarejos, médias e grandes, numa média de 150 km do lugar onde residem, Amonicce.
Conhecer a Itália acompanhado de um casal de gente do lugar, de carro, percorrendo cada cantinho é algo do fora do comum é foi exatamente isso o que conseguimos conquistar nesse nosso passeio. Uma outra brasileira reside nas proximidades, Elaine Cristina Gregi, de Mocóca SP, casada com um italiano e com seus pais residindo na Suiça. Ela também nos levou para intermináveis lugares. Desbravamos cidades inteiras com eles todos. Também nas proximidades o cabelereiro Ivan Baldi e sua esposa, a russa Svetlana Kolodeeza, cujo salão fomos conhecer numa praia na beirada do Mar Adriático e depois fomos recepcionados por um inesquecível churrasco em sua casa. E o que dizer de Arnaldo Rinaldo e Carla Turrini, residentes em Ímola e vindo nos buscar para um dia inteiro de passeios pela cidade onde moram, mostrando cada detalhe, um castelo medieval e até o autódromo onde Airton Senna faleceu. Por fim bancaram um jantar num restaurante nas proximidades de sua casa. Esses são mais do que inesquecíveis.
Outros tantos, amigos de Ana dos tempos quando Franco e Rosângela se casaram no Rio e uma turma de italianos se hospedou em sua casa carioca. Retribuíram de uma forma tão gentil que, não queríamos mais voltar para o Brasil. Cláudio Pippo e Lídia Della Rosa passearam conosco numa feira no coração da Romagna italiana e fizeram questão de junto com o casal que nos hospedou nos levar até o aeroporto em Bologna, aproximadamente uns 80 km de suas casas. Outros tantos, como Chiara Zani, Sabrina Guerra, Stefano Dragini e Maurício Martuzzi estiveram na recepção festiva dos 50 anos de Ana e nos deram dicas valiosas para os passeios, com roteiros diferentes a cada dia. Por fim, em Milão, Sonia Hartmann de Oliveira, funcionária da embaixada brasileira, casada com italiano, amiga de Ana dos tempos do Colégio Aplicação da UERJ nos recepcionou no aeroporto de Milão e nos acompanhou até o momento do embarque final.
A viagem foi mais que diferente, pois conhecemos mais do que qualquer turista o faria numa habitual viagem. Estávamos numa situação de privilegiados e pudemos, dessa forma, desfrutar de algo único. Foi mais que uma viagem, os tantos lugares por onde pudemos percorrer, algo praticamente impossível sem o acompanhamento deles todos. Cada um ao seu jeito nos guiou por uma Itália que não conheceríamos sem eles ao nosso lado e devido ao isso, cá estou escrevendo esse simplório texto em forma de reconhecido agradecimento. Não temos, eu e Ana paga para retribuir ou mesmo quitar tudo o que foi feito. O conhecimento adquirido nesse passeio pelas cidades de Ravenna, Ímola, Bagnacavallo, Ammonite, Lugo, Bologna, Veneza, Padova, Russi, Mezzano, Ferrara, Milão, República de San Marino e os tantos vilarejos nos fazem ter uma dívida de gratidão para com todos esses. Escrevo em forma de reconhecimento e gratidão, algo sentido e pulsante dentro deste insólito viajante.
PS.: E o que dizer de George, o cãozinho a brincar comigo todos os dias e que, por um triz, não trouxe escondido na mala. Descobriram e me impediram de anexá-lo ao mafuá junto ao Charles.
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