sábado, 12 de maio de 2018

DICAS (172)


EPA VOLTOU AO SEU PONTO INICIAL E FAZENDO O QUE SABE COMO POUCOS: COMIDA
Na esquina da Rio Branco com a Sete de Setembro, algumas décadas atrás ali existiu um bar que revolucionou essa modorrenta cidade. O Bar do EPA calhou de existir bem ao lado de um dos locais onde se fomentava da forma mais criativa e amalucada possível a Cultura por essas plagas. No meio do quarteirão, num casarão de dois andares funcionava um aparato mantido pelo poder público, local de inquietações mil e que transbordavam por todos os poros, lados e muito acabava fluindo também nas mesas do tal bar. E assim, o Epaminondas Vaz, o próprio EPA fez história. Dessa profícua união em várias oportunidades o quarteirão era fechado e ali com o caminhão palco funcionando em plenos pulmões, o quarteirão era invadido por gente mais do que arrebatadoras. As lembranças dali tocam fundo em todos os que vivenciaram aquele rico momento da Cultura bauruense. Impossível não passar por ali e de vez em sempre, o coração palpitar, bater mais forte e as lembranças aflorarem.

Ontem me contaram que o EPA havia voltado a abrir um negócio do que sabe saber como poucos, comida, ali no lugar de antes. Ele, como sabemos é um sujeito rodado, com muita quilometragem de experiências nesse ramo. O Tempero Manero fez história neste país quando EPA introduziu na comida por quilo, a pesagem da carne em separado do restante. Sua franquia se espalhou país afora e ele vicejou. Até hoje mantém algumas abertas por aí. Depois abriu outros, como mais uma invencionice sua, a da pizza servida em partes. O cara é criativo, mas nem sempre as inovações são acolhidas pelo mercado brasileiro, cheio de altos e baixos, chuvas e trovoadas. O fato é que é EPA, depois de completar 49 anos de idade e com altos e baixos nos negócios, resolveu reabrir algo no seu ponto mais tradicional, o da antiga esquina onde antes ajudou a ferver essa desaquecida cidade (e quem vai fazer isso hoje?).

Quando me contaram que ele havia reaberto algo no lugar, quis logo conhecer. Hoje passei por lá e adorei. A comida do MANERÍSSIMO é por quilo e num preço pra lá de bom, R$ 1,99 cada 100 gramas. A casa tem a cara do dono, impecável apresentação e só de chegar e vê-lo encostado ao poste da entrada, como se olhasse de longe o que se passa lá dentro é um convite para o papo e experimentar o que o gajo anda aprontando desta vez. A mão do danado é boa pra essas coisas e tudo está no seu devido lugar. EPA está lá, mais gordinho, mas com o mesmo sorriso, alegre, conversador e quando lhe lembrei dos furdunços de antanho, ele me olha com aquele mesmo olhar de sempre e diz: “E por que não fazer aquilo tudo de novo, mas uma vez ao ano”. Tomara que ele não se esqueça disso e leve a ideia adiante, pois tudo nessa vida deve ter aquela junção do negócio e do benfazejo coletivo. Eu adorei ver o EPA de volta, com a cara exposta novamente ao crivo dos bauruenses. Sua nova casa é um brinco, um oásis dentro desta Bauru cheia de gente que não entende nada de nada, mas arrota conhecimentos variados. EPA tem folha corrida, já fez quase de tudo até chegar aqui aos dias de hoje. No frigir dos ovos, o sempre garotão está dando mais um volta por cima e com certeza, logo mais vai estar todo pimpão, tirando de letra mais essa etapa de vida.

Fui, conferir, gostei e indico. A comida funciona de segunda a sábado e vale muito a pena, até para rever tão glamoroso personagem desta terra varonil. Quem ainda não o redescobriu que o faça o quanto antes.

Um comentário:

Unknown disse...

A ficha é tão corrida que levamos prejuízo de 50 mil reais, fechando a franquia de Santo André, porque ele não se prestou nem pra fazer um estudo na cidade, como exige o Sebrae.