quinta-feira, 17 de maio de 2018

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (112)


COMO OS COM MENOS RECURSOS VÃO DANDO UM JEITO EM SUAS VIDAS – CARTÃO DE ZONA AZUL, CAMELÔ E ESTE ESCRIBA NUMA RUA DE BAURU
Contei aqui neste espaço meses atrás de como a Ilda, a dona da banca de revistas já junto ao Aeroclube de Bauru (o original e autêntico aeroporto desta aldeia) se virou quando ficou ausente, motivada por cirurgia, de seu posto de trabalho por mais de um mês. Seus amigos se reuniram e no sistema de rodizio mantiveram a banca aberta. Perguntei na época e volta a refazer a pergunta: Quem dentre os abonados de papel moeda fazem algo assim e buscam soluções tão simples para dar continuidade ao que fazem? Nenhum. Rico não confia em mais ninguém para dar prosseguimento ao que tão bem soube edificar (sic). Já o pobre se desdobra e tudo flui num mundo com mais esperanças. As relações humanas são mais transparentes, francas, simples e sensatas.

Conto algo bem simples ocorrido comigo no começo desta semana, num exemplo dos mais bobos, mas servindo para demonstrar como uns se resolvem como podem e outros, os tais da dita elite se isolam. Estacionei meu carro numa área de Zona Azul na rua Treze de Maio, entre a Batista e a Primeiro de Agosto, coloquei o talão e fui fazer o que havia me levado ao local. Demorei no máximo vinte minutos e ao voltar, quando abria a porta do carro sou abordado por uma das vendedoras camelôs da quadra, muito simpática, com um pedido: “O senhor vai jogar fora a sua folha do talão? Pode me dar, pois essas mais de meia hora me serão muito úteis”. Abro o carro, estendo a ela a folha e mais que a entrega, iniciamos uma conversação, não possível se não fosse a abertura dada com seu pedido.

E falamos de tudo um pouco, das dificuldades de quem está trabalhando nas ruas nos tempos atuais, da crise, do comércio bauruense e, principalmente, do antes e do hoje. Conversa das mais reveladoras e instigantes. Escrever sobre o que se passa com os vendedores ambulantes, os camelôs e todos os demais abrindo e fechando seus pequenos negócios, os que movimentam suas vidas nas calçadas não é possível ser feito quando mantida uma distância entre quem escreve e quem de fato vivencia a rua. Por causa disso, paro regularmente na Banca do Adilson, o Chamorro, na quadra debaixo, pois se alguém quer de fato saber algo sobre o que ocorre no centro da cidade, além de circular pelas ruas centrais, se faz necessário trocar ideias com ele, uma espécie de gerente, ou melhor, síndico da “massa falida” do local.

Escrevo tudo isso só para confirmar algo que já tinha como certeza dentro de mim, a de que o pobre é de uma sapiência singular. Ele dribla as adversidades ao seu modo e jeito. Se está difícil manter seu carro, o meio de transporte que usa para carregar suas mercadorias, estacionado e pagando a Zona Azul, nada como dar seu jeito de amenizar suas despesas. Um pouco aqui, outro ali e no final do dia, na somatória dos caraminguás, uma economia. Faz isso com tudo e os respeito cada vez mais exatamente por causa dessas pequenas ações. Isso sim é uma medida econômica de grande repercussão para seus negócios. Aprendo com todos eles.

A GREVE NA SAÚDE E O MEDO DAS DEMISSÕES DE QUEM DENUNCIA A SITUAÇÃO, COISAS DA FAMESP, GOVERNO DO ESTADO, REPRESSORES E GOLPISTAS
Recebo um texto compartilhado/escrito por Tatiana Calmon Karnaval com a seguinte introdução:
"Olá amigo - Envio por aqui porque não podemos curtir, nem publicar, nem compartilhador sob risco de demissão, como ocorreu semana passada com alguns colegas de trabalho..... É a reforma trabalhista. Demissão por justa causa. O texto reflete a realidade bauruense, paulista e bvrasileira pós golpe, com os trabalhadores totalmente desprotegidos".

EIS O TEXTO DENÚNCIA:
Os trabalhadores da Saúde estão em greve, buscando melhores condições de trabalho, salariais e de vida. As faixas com os valores do que recebem por mês estão expostas na frente do Hospital Estadual, da maternidade e do Hospital de Base. Salários indignos, muito inferiores aos auxílios moradias recebidos pelo judiciário.
E por falar em Judiciário, fiquei impressionada com a agilidade e destreza, no tocante a greve dos trabalhadores da saúde. O promotor pediu e o juiz concedeu liminar, em menos de 3 horas após a decretação da greve, para que setores como a UTI tenham 100% de trabalhadores e outros setores com 70% e 51% de atividade, para que não haja prejuízo da população....
Essa mesma agilidade e destreza não se observa quando as pessoas ficam esperando vagas que o Estado não fornece. Em um ano mais de 120 mortes em nossa cidade, por falta de vagas. Morte na fila de espera.
Cade agilidade para apurar a falta de remédios, fraldas, dietas, falta de suplementos, insulina e etc nas unidades básicas?
Cade agilidade para fazer com que o Estado forneça ou conserte equipamentos que vivem quebrados, fazendo com que exames sejam constantemente adiados?
Os trabalhadores da saúde fazem parte da população também?
A falta de pessoal faz com que nenhum setor opere 100% no dia a dia, levando quem esta no trabalho a jornadas estressantes, exaustivas e com salários que beiram a indecência.
As condições de trabalho, de material e salarial impactam diretamente na qualidade do serviço prestado. Ou seja, constantemente, a população tem péssimo serviço e nessas horas, cade a agilidade do Judiciário?
Os trabalhadores da saúde e seus familiares tem acesso à saúde? Nao!!!

TC 14-5-18".

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