AMIGOS DO PEITO (184)

O QUE SERIA ESSE TAL DE "NÚCLEO DE ESTUDOS E CONCESSÕES" PROPOSTO PARA PRIVATIZAR TUDO?

Com intuito de acelerar as privatizações e concessões de serviços públicos a novíssima (sic) prefeita Suéllen Rosim já apregoa aos quatro ventos que o DAE - Departamento de Água e Esgoto será o primeirão da lista a ser vendido na bacia das almas, com tudo sendo precarizado, para quando ocorrer a venda, não causar comoção e ser vendido a troco de banana - com que interesse, hem!. Ela, a prefeita cheia de ideias alvissareiras está a criar um tal de Núcleo de Estudos e Concessões, com o único intuito de dar agilidade e vender tudo. e com sugestivas promoções para os primeiros que se habilitarem. Viva o Estado Mínimo, onde o Estado não fica responsável por mais nada e dane-se o povo.

Na matéria do Jornal da Cidade, edição de hoje, em sua primeira página: "O objetivo é analisar a possibilidade de parcerias para encontrar alternativas para sete problemas estruturais do município, entre eles água, iluminação e lixo e depois abrir a discussão com a sociedade e os vereadores. Assunto renderá muita polêmica". Balela, conversa pra boi dormir. Ela discorreu sobre esse assunto numa live ontem. Segundo ela, para melhorar o serviço só com privatização. Não sei de onde tirou essa esdruxula ideia, sem nenhum fundamento. Na imensa maioria dos lugares onde a privatização destes serviços ocorreu, encareceram e se tornaram precários. Quando nas mãos de particulares, visando só lucro, quando esse não ocorre, o preço vai lá pra cima e a qualidade do serviço lá pra baixo. Exemplos pululam pela aí.

Nada disso me espanta vindo de uma prefeita oriunda do partido Patriotas e tendo como mentor o ex-capitão. São pérfidos, cruéis e insanos e se virar de ponta cabeça não cairá nada de útil e aproveitável. O tema é mesmo polêmico e vai gerar imensas, incomensuráveis discussões. Esse Núcleo, no meu entender será constituído dos VENDILHÕES DO TEMPLO, o velho e conhecido JOGO DE CARTAS MARCADAS. Pode ter a mais absoluta certeza de que, ninguém que poderia dar de fato alguma contribuição airosa para a questão vai poder participar. Primeiro, porque eles, pelo que se sabe, não aceitam opiniões contrárias e sim, somente as a favor. "Venha a nós, nunca ao vosso reino", diria algum sábio observador.

Portanto, escrevam o que vou dizer: quem serão os tais próceres participando de tal empreitada? Todos os que deveriam participar estarão de fora e todos os que deveriam manter distância da discussão estarão dentro. Quem quer apostar no que digo, estou pronto para iniciar a contenda de perdas e ganhos. Ninguém sério toparia participar de um jogo de cartas marcadas e se o fizer, das duas uma, muito inocente ou muito interessado nas mudanças. Os cheios de ideias sobre o assunto não serão convidados e se o forem, pelo bem da ética, permanecerão de fora.

Esse Núcleo, no mínimo, já nasce desacreditado. Deve e merece levar pau desde o início. Perceba desde já os grandões se aproximando, rápidos, lépidos e fagueiros para abocanhar a coisa o mais rápido possível. A voz e vez será deles. Se deixar ela se junta com estes e vende tudo, DAE, Estação, Jardim Botânico, Zoo, terrenos, Recinto da Expo... Não vai sobrar nada para contar a história. Depende da grita que isso tudo vai gerar. Eu já estou começando desde já...

ESCANCARANDO O NÃO CUMPRIMENTO DAS LEIS - DESOBEDIÊNCIA CIVIL DOS "DONOS DO PODER"

Esse Movimento "Reage SP", algo capitaneado aqui em Bauru pelo Zeca Diabo, o prócer do SinComércio, Walace Sampaio promove descaradamente o não cumprimento das leis vigentes no combate à Covid-19. O negócio destes é manter as portas abertas, mesmo com número de mortes diárias na cidade perto de 20 pessoas dias. Isso é o que menos importa. O discurso é aumentar o número de vagas hospitalares e dar pau no governador do estado, João Dória, para eles o ÚNICO culpado por tudo. Na sequência se aliara ao diretor da rádio Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan, pseudo jornalísta, Alexandre Pittolli e este apregoa pelas ondas do rádio o não cumprimento da lei, prescrevendo para fase vermelha, o isolamento social e estabelecimentos tendo que cumprir uma fase mais rígida para atendimento ao público. Nessa fase, sem cobrar nada do Governo Federal, cobram tudo do Estadual e agora investem contra a legislação aprovada por estes. Pregam abertamente e acintosamente para que, os comerciantes quando receberem a fiscalização da Prefeitura ou do Governo Estadual, os peça para esperar e a rádio seja acionada. Quando estes chegarem, colocam tudo ao vivo e assim transmitem, promovendo algo mais do que a desobediência civil, aqui sendo executada às avessas. Executam assim, algo para benefício próprio, o dos interesses da minoria e não da maioria, engambelando incautos. Atuam em forma de conluio conspiratório e a favorecer também Bolsonaro. O que fazem, fere a legislação e se aquietando, eles vão ganhando espaço e agindo fora da lei. Ou algo é feito contra estes neste momento ou amanhã talvez seja tarde demais. Está na cara, são abusados e antes de mais nada, são GOLPISTAS.

ENQUANTO UNS IMPÕE O RETORNO AO TRABALHO, OUTROS PADECEM SEM PODER RECLAMAR
Tem quem padeça e por obrigação contratual ou por querer manter o emprego, mesmo na adversidade não podem dar um pio, daí boca fechada não entra mosquito. Passam a aberração pra outros divulgarem. Quando a coisa é escabrosa, sento a pua:

"Boa tarde.
Tudo bem?
Você está sabendo do surto de Covid-19 na loja da OI do Bauru Shopping?
De 7 funcionários 4 estão contaminados e os demais estão trabalhando normalmente.
Ano passado quando teve um surto, logo que o shopping reabriu, a loja foi fechada e higienizada e agora não fizeram nada.
O pai de um funcionário que pediu pra mim fazer a denúncia.
Peço a ti.
Obrigada.
A."

Casos iguais ou até piores a este pipocam por aí e o trabalhador cada vez mais desprotegido, sem voz pra nada. Agora então, sem amparo de legislação trabalhista que os proteja, pois foi praticamente aniquilada pela reforma que fizeram, danando de vez com os direitos do trabalhador, cabe a esses agora, resignados se manterem calados, contritos e trabalhando de cabeça baixa. Era esse o país que os 75% dos que votaram no ex-capitão almejavam. devem estar todos muito felizes da vida.

ALGO PARA TENTAR ENCERRAR O DIA COM ALEGRIA

ONDE REENCONTRO MEU AMIGO DUÍLIO DUKA

Escapulo hoje de manhã para levar a mana Helena ao banco onde recebe sua paga mensal. A espero e de lá, ganho dela nova alpargatas. Daí me pede um favor e não tenho como dizer não. Diz já ter ligado no sebo Clepsidra, na Treze de Maio, quadra de baixo da Duque de Caxias, que estão atendendo com aquele cordão na porta, ninguém entra. Só irá pegar os livros por ela já escolhidos. A acompanho até a porta e como se trata de livraria não resisto, desço e a acompanho. Do lado de dentro uma estante só com livros promocionais, R$ 1 real cada. Não posso entrar e o funcionário me traz até a porta, algumas pilhas de lá tiradas. Quero escolher dez e voltar com algo mais para ser acrescentado ao acervo do Mafuá. Garimpo preciosidades, dentre elas um de dileto amigo, que só de bater os olhos, vi ali o dia ganho. Trata-se do livro de poesia “CANTO EXCLUSIVO”, editado no ano de 1983 pelo amigo Duílio Antonio de Souza, o DUKA. Tenho lembranças de quando ele lançou o livro e comprei uns quinze. Guardei-os por alguns anos e Duka, toda vez que passava em casa, levava uns, pois seu estoque havia acabado, distribuído todos e ciente de ter alguns, levava sem cerimônia. Por fim levou quase todos, me deixando somente com um exemplar, este guardado a sete chaves. Creio que o amigo não deve ter mais nenhum e hoje lá dando de cara com esse raro exemplar, lindinho, novo em folha, aparência de nem ter sido folheado, sem marcas de nenhuma monta. Dentre os dez, a maior preciosidade. Me veem à mente tudo o que o velho Duka passou quando teve a ideia de escrever seu livro, o único até então. Hoje, passados tanto tempo, nem sei se ele continua a produzir poesia, mas do que li, tem coisa de grande valia. Com o livro nas mãos, me ponho a ler, folheando páginas ao leu, sem sequência, tomado por lembranças. Abro aleatoriamente numa página e leio FAVELADO:

“Lá vai o menino/ descalço pela rua/ procurando o que fazer/ o que fazer/ o que vestir/ pois não faz nada disso/ e todos que passam/ o chamam de vagabundo/ mas ele vaga e não é bundo/ é brasileiro, vacinado/ vive assim por necessidade/ não por hábito/ e por ser menor de idade/ seus pais: morreram no meio da sociedade/ seu endereço: às margens da cidade/ seu nome: favelado”.

Catei o livrinho, me isolo no quarto da casa e pelo visto só vou sair daqui quando der cabo de tudo. Duka é do cacete! Se ainda tiver o outro exemplar lá no Mafuá este eu garanto lhe chegará Às mãos tão logo passe essa hecatombe sob nossos ombros. Duka, você vale R$ 1 real, mas é mais melhor de bom do que muitos que valem mais de R$ 100 paus.