A BAURU QUE FINGE ESTAR EM LOCKDOWN E SÉRIA AUDIÊNCIA PÚBLICA DISCUTINDO O ASSUNTO – REUNIÃO ESCANCARA ALGO DA PERVERSIDADE “SEM LIMITES”
A Bauru da novíssima (sic) prefeita Suéllen Rosim e de seu capitão do mato, o capo do desavergonhado Movimento Reage SP, Walace Sampaio fazem de tudo e mais um pouco para manter a cidade na contramão do planeta, flexibilizando com a vida das pessoas, criando caso com a fiscalização por Bauru se encontrar na fase vermelha, pregando a desobediência civil às avessas - a favor dos mais abastados -, mas hoje, tiveram que se curvar e marcaram presença numa AUDIÊNCIA PÚBLICA apregoando o contrário do que pregam. A prefeita conseguiu se esquivar e quem compareceu a representando foi o vice-prefeito, o médico Orlando Dias. Walace que bota os bofes pra fora na imprensa local, com espaço para seu arrazoado e ladainha de desserviço contra o isolamento social, esteve presente. Foi hilário ver as caras e bocas que o danado fazia enquanto ficou ali no seu quadrado, contido e tolhido no seu cercadinho, aguardando sua vez de falar.
O convidado de honra foi o hoje deputado federal ALEXANDRE PADILHA, médico e ex-ministro da Saúde nos governos Lula. Convidado por Estela Almagro e Coronel Meira, os idealizadores da Audiência. Percebam que ambos os vereadores atuam em campos opostos, mas neste caso, como a casa de leis bauruense anda um tanto “fora da casinha”, mesmo Meira estando em lado oposto ao de Estela, ao menos mostram bom senso e se posicionam favoráveis a uma justa e necessária discussão sobre o tema, dentro de conversação palatável e aproveitável. PADILHA dá o recado e é claro, como deveria ser, puxa a brasa para o seu lado político, muito mais sensível dos que os atuais governantes. Compara a situação catastrófica de Bauru, com o ocorrendo hoje em Araraquara e sem nenhuma novidade, demonstra o acerto de um e o erro sendo repetido em Bauru.
De todos os que falaram, a resposta de WALACE foi surreal. Não tinha mais como negar estar sustentando algo despropositado. Continua clamando por mais leitos e mente ao afirmar que Bauru está em lockdown desde 09 de fevereiro, quando lançou até cartilha para burlar a lei. Lindo mesmo foi vê-lo admitir que em muitos países os governos federais ajudaram o povo e seus empresários e aqui nada acontece. Ou seja, mesmo sendo bolsonarista de carteirinha, acabou apunhalando seu mentor e reconhecendo ele nada ter feito até agora, inclusive para os de sua classe. Foi a parte mais apetitosa de sua fala. “O comerciante desses países não reclama, pois lá ele tem compensação para permanecer fechado e aqui ela não existe”, foi sua fala.
Vieram outros, como o vice-prefeito e falou nada, pois num curto pronunciamento afirmou Bauru estar revertendo o número de mortes diárias, quando tudo demonstra o contrário. De todas as demais falas, uma tem que ser ressaltada, a do infectologista Carlos Magno Fortaleza, representando o governo estadual e conclui em cima da fala dos demais com algo bem simples, direto e reto, como se estivesse olhando nos olhos de Walace: “Não é fazendo discurso ou falando grosso que iremos resolver a situação. A gente resolve fazendo a coisa certa”. Não se fazia necessário dizer mais nada, pois só por conseguir manter gente como Walace engolir em seco, com algo tão simples, foi desses momentos para lavar a alma. Nota dissonante foi a do vereador Eduardo Borgo, que entra ao final para fazer defesa de Bolsonaro, mas devido ao curto espaço que lhe foi reservado - acertadamente, diga-se de passagem -, soltou um traque e saiu como entrou, sem dizer a que veio.
O resultado da audiência foi nítido, algo límpido: Em Bauru não existe lockdown sério, tudo meio boca e se tudo assim continuar no mesmo caminhar, nem com milhares de vagas hospitalares a cidade terá paz e voltará à normalidade. O recado foi entendido, disso não tenho a menor dúvida, mas colocado em prática, isso outra coisa, pois mudar cabeça de negacionista é como pregar no deserto. Suéllen já apregoou mais de uma vez não acreditar em lockdown, enfim, suas crenças são outras e as de Walace ainda piores.
Ouvi a frase ontem de um amigo, dentre os tantos que converso ao logo do dia, trocando confidências e confabulando sobre as diabrices que podemos continuar fazendo, até para causar problemas para os poderosos de plantão. Nem sei quem foi que disse tempos atrás que "nós já perdemos essa guerra, mas isso não me impede de continuar sendo um pedra no sapato destes". É o que faço, a cada instante me restando de vida.
Ontem, falávamos, eu e esse meu amigo, sobre isso agora dos poderosos de plantão manifestarem desejo, vontade de privatizar tudo, começando pelo DAE. Aí ele me solta a frase, que imediatamente anotei num bloco aqui do lado do computador, essas observações servindo para meus escritos. Valiosos lembretes de conversas que vou tendo ao longo do dia, para depois, quando a cabeça estiver mais posicionada, daí tasco fogo. Esse negócio de criar encrencas faz parte da vida e assim é que deve mesmo ser, pois viver acomodado e sem reação deve ser uma bosta.
Hoje, minha companheira de todas as horas, me lembra de outra. Ela ouviu na TV, "a pessoa que é mais idiota é mais feliz". Padecemos disso, pois só por entender a grande sacanagem que é feita para cima de nós, o povo, isso cria uma revolta interior sem precedentes. Existem os que não percebem isso tudo, os que relevam, os que não levam tudo a ferro e fogo, os que fingem e deixam a coisa passar. Perceber e nada fazer deve também adoecer, até mais do que gente como eu, que percebe e tenta fazer. Agora, os idiotas, os que acham tudo belo e dizem tocar suas vidas sem se importar se fazem assim ou assado com a gente, esses segundo a lenda, vivem mais, sem caraminholar nada. Eu sou do time dos que não conseguem.
Sou um meio encrenqueiro. Até que encrenco pouco. Deveria fazê-lo mais, mas mesmo assim, acredito encrencar de acordo com minhas possibilidades e assim, criando caso, a gente vai dificultando para os malversadores de continuar agindo sem nenhuma cobrança. Sento aqui e escrevinho isso só para reafirmar esse meu ímpeto de continuar sendo encrenqueiro. Bom mesmo é quando se juntam muitos encrenqueiros e assim conseguem vergar algo malfeito sendo formatado. Lutar é preciso, eu não saio dela. Imagina o que seria do mundo sem a gente pegando no pé de gente como esses Walaces, Pittollis, Chiaras, Borgos, Suéllens, Jaires, Dórias, Segallas e tantos outros e outras? Não podemos deixar estes fazerem o que querem de nossas vidas, cidades, pois o mundo do jeito deles é só bom pra eles e não para todos.
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