Do que ouvi da conversa do Pittolli com a vereadora, algo não encaixou. Primeiro, ela não ter dado uma no cangote do gajo, demonstrando onde ele esteve até agora e hoje, diante de tantos abusos, ao menos ter capitulado. Não o fez, ou melhor, trocaram carícias no ar, algo incompreensível. Esse radialista representa tudo o que se perdeu nestes anos todos, quando gente como ele apoiou de forma veemente privatizações e a entrega de tudo para mão da iniciativa privada. Deu no que deu, eles sabem disso e hoje, sem fazer mea culpa, querem que acreditemos serem eles também lutadores contra a perversão. Que bom terem compreendido a questão, mas não os isento de culpa e sei faltarem com a verdade. Se hoje estão ao lado da causa do Centrinho, continuam tão perversos como dantes e estão só nos engambelando. No mais continuam os mesmos, não nos iludamos. Pois bem, quem sempre atacou o serviço público, querer agora dar uma de santo - o são do pau oco - é muito para, parafraseando o filme famoso, quem sabe tudo o que fizeram no verão passado. Viva o Centrinho e sua luta, mas muito cuidado com os oportunistas querendo tirar proveito de sua causa, ainda mais possuindo imenso currículo contrário de luta. Estejamos atentos...
JOÃO BARBOSA, LEMBRANÇAS DESDE OS TEMPOS DA USC E HOJE, MAIS DE 50 DIAS NA UTIQue a pandemia não terminou, até os mais reticentes tem disso certeza. Acompanho com a máxima atenção o caso de baita amigo, internado com Covid e há mais de 50 dias entubado numa UTI. JOÃO BARBOSA é amigo de longa data, dos tempos quando cursamos juntos História na antiga e saudosa USC - Universidade Sagrado Coração, que antes havia sido FAFIL e hoje já é Unisagrado. Tive o privilégio de fazer o curso junto de uma turma marcando época lá na USC. Eu era ficha pequena dentro de um grupo com gente como Duílio Duka, Wilson Tuim, Maria Alice, Paulinho Tilibra, Sonia Fardin, Fabíola Soares, Sônia Mazzi, Goreti e para comandar tudo, JOÃO BARBOSA. Ele sempre foi uma figuraça, com seu jeitão idêntico desde os tempos das comunidades de base, com uma daquelas bolsas de couro penduradas no ombro, ali cabia de tudo. Não sei se era o mais velho de todos, mas nos guiava e além da militância, algo pelo qual acompanhava o desenvolvimento de todos, gostava demais da conta de reuniões nos bares. Como na região da faculdade não havia nenhum de responsa, ele nos levava para o do Lori, ali perto do SESC. Saíamos em bando, atravessando a Duque e se enfurnando nos intervalos, prolongados até não mais poder. Devo boa parte de minha aguerrida forma de tocar a vida, sem se vergar e seguidor da esquerda, muito pelo que construi neste período.
O Barbosa quando pedia a palavra na classe todos prendiam a respiração, pois suas tiradas eram de mestre. Tínhamos uma professora que o adora, a "velha mestra", oriunda de Agudos e a quem todos deviam reverência, pois entendia o grupo como nenhuma outra. Quando lá no Lori, todos falavam e muito, mas quando a palavra estava com o Barbosa, o bar inteiro ouvia, primeiro sua risada, depois as tiradas, recheada de sarcasmo, mistura do seu jeito caipira safado. Ele carrega nos costados isso de ter sido o responsável pelo engajamento de muitos, dentre os quais me incluo. Era também espécie de confessor juramentado do grupo. Nos apertos e dúvidas, nada como buscar a melhor solução com o Barbosa, cuja experiência era reconhecida por todos. Tocava sua vida numa fábrica de produtos de limpeza, que depois virou sócio e desde sempre esteve atrelado dos pés à cabeça com a Marlene, o amor de sua vida. Seu reduto era um canto de vila, na Independência, pouco depois do Sanbra, também reduto de sua família.
Wander, o cunhado e Ana, a irmã. |
O tempo passou e por mais afinidade existente entre os integrantes daquele grupo, todos se dispersaram. Barbosa continuou tocando sua vida sempre no mesmo lugar e quase do mesmo modo, protegido pela Marlene. Continuava pescando, criando galinhas e andando com os pés no chão. Todos nós envelhecemos e com a idade, algumas comorbidades. Ele tinha as suas e contraiu a tal da Covid. Foram mais de 50 dias entubado e agora, pelas notícias de ontem já sem o tubo na garganta, mas ainda na UTI, resistindo como um bravo guerreiro. Quem me deu as mais recentes informações dele foram sua irmã Ana e o cunhado Wander, reencontrados ontem. A sua situção é ainda preocupante, mas ele resiste e dá sinais de que vai dar a volta por cima. O danado é mais forte do que se imagina. Escreveria laudas sobre as histórias vividas com ele, mas me reservo nessas poucas linhas e na fé de que, todos seus amigos menatlizando algo de positivo, logo mais ele estará novamente entre nós. Outro que me dava informação dele é o Kizahy, lá de Curitiba, numa ponte, onde eu ligava para ele, ele para a Marlene e o turco para mim. Sempre com a pergunta: "O Barbosa melhorou?". Não tinha fotos dele e essas duas quem me passou foi a Ana, a irmã, que está em permanente contato e vai nos mantendo informados. A corrente positiva pelo seu restabelecimento é imensa e nela me incluo. Barbosa é mais que um bravo guerreiro.
"Sim, sim, eu sei muito bem que uma educação cara não significa uma boa educação, sei muito bem como a educação pode ser um processo fordista de produção de seres impensantes em massa, sei muito bem que uma educação de alto custo pode ser uma educação formadora de idiotas, mas... gente... o PT é comunista? Sério? (...) Longe de mim cair na simplificação obtusa de que a totalidade da elite brasileira é burra, fascista, bolsonarista. Sei muito bem que não é desse jeito.Generalizar dessa forma não faz o menos sentido. [E incabível. Mas como é possível que alguns desses sujeitos com acesso ao mundo, à educação, à informação, a perivilégios, a portas de entrada e saída, com o s quais nós nem podemos sonhar, tenham essa incapacidade cognitiva tão apavorante? Como é possível que um sujeito desses não tenha aproveitado nenhum dos seus privilégios, não digo para ser inteligente, mas ao menos para ser menos idiota? Como é possível que eles façam que um mosquito pareça um ser de sagacidade superior? Eu si, são perguntas retóricas das quais talvez saibamos a resposta, mas é que realmente essas situações me tiram do sério. Ricos a pensar que o PT é comunista e com medo de que, ao voltar ao poder, estatize suas propriedades é para gargalhar, não fosse para chorar", Esther Solano após presenciar conversas num bar dito chiquetoso.
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