quarta-feira, 30 de março de 2022

DIÁRIO DE CUBA (219)


VIAJO, MAS BAURU NÃO SAI DE MIM
COMPRAS DE ÚLTIMA HORA NA EDUCAÇÃO: A PRÁTICA NÃO É DE HOJE
O fato do momento, gerando uma CEI - Comissão Especial de Inquérito é sobre as comprinhas de final de ano da atual alcaide a IncomPrefeita Suéllen Rosim foram as comprinhas de última hora e final de ano, feitas à revelia de consultas prévias e gerando especulações do péssimo uso do dinheiro público, inclusive com várias delas superfaturadas. Chiara Ranieri, vereadora e empresária disse na cara da prefeita quando de seu depoimento, já ter subsídios para pedir uma Processante e não ficar de lenga lenga com algo mais amenos. Até agora, vejo que tudo ficou por isso mesmo. Segue o processo de investigação e depoimentos, onde os depoentes faltam sem justificativa plausível. Algo em total desrespeito à tentativa de vereadores desvendarem o tema a contento.

Nessa semana, o jornalista nelson Gonçalves bota água na fervura e em texto, aqui compartilhado, afirma com razão, não ser de hoje as tais comprinhas de última hora na Secretariaq de Educação. Cita textualmente o ocorrido no governo de Clodoaldo Gazzetta, antecessor de Suéllen, quando algo do mesmo quilate ocorreu. Mostra provas de que as compras feitas não atingiram o objetivo, que era de devolver escolas funcionando para a cidade. A maioria paralisadas e sem recuperação à vista. Ou seja, a prática não é de hoje.

Constatato isso e sem retoques, pois se as tais compras são feitas nos últimos dias e sob ameaça de que, se os gastos não ocorrerem, o dinheiro teria que ser devolvido, no mínimo, a constatação é óbvia: gasta-se para não devolver. Isso uma coisa. Gazzetta tenta se justificar e está no pleno direito de fazê-lo. O que vejo de diferença em ambas as situações é que, no caso dele, compra feita nos mesmos moldes, a compra passou incólume pelos órgãos investigativos e no caso atual, a atual prefeita, ocorreu um algo mais, uma suspeita de superfaturamento, algo sendo investigado. Ambas compras merecem perícia, verificando real necessidade, mas no caso atual, um agravante de grande monta, uma suspeita sendo averiguada, investiga e conferida. A diferença reside exatamente neste ponto.
Em tempo: Adoro algo como o que leio, reportagem à fundo feita pelo jornalista Nelson Gonçalves, do site Contraponto. Jornalismo de fato e de direito é feito dessa forma e jeito, com investigação e uma apresentação onde não existe muita coisa a ser contestada. Quantos hoje ainda perdem hoje tempo (sic) para produzir algo a exigir - além do tempo - disposição e condições? Nelson nos apresenta um texto primoroso, louvável jornalisticamente.

Eis o link do texto do jornalista NG: https://www.facebook.com/contrapontodigital/videos/777620543215708/. 

VIAJO E AQUI BOCADINHO DE ONDE PISO
1.) GUIDA, PROTETORA E CUIDADORA LOJINHA DE JORGE NA CASA DO RIO VERMELHO
Eu sou conversador por natureza. Onde círculo, o que mais gosto de fazer é conhecer pessoas e ouvir suas histórias. Na Casa de Jorge Amado e Zélia Gattai, a morada do casal no bairro boêmio do Rio Vermelho, conheci muitas pessoas conversadeiras. Todos funcionários circulam com uniforme com traço de Carybé, o que me motivou a oferecer minhas vestes pelas deles. Ninguém aceitou, mas rendeu conversas pra dedéu. Me interessei pelas estampas das roupas de Jorge. É o que quero para mim daqui por diante. Vou comprar chitas coloridas e estampadas pela aí, levando tudo para dona Fátima, ex-Cardoso, costureira de quatro costados e assim "jorgearei" no restante dos meus dias.

Além destes, conheci dona Guida, a faz tudo na lojinha da entrada - ou saída sei lá - do museu/casa. A simpatia em pessoa, cativou este velho bardo logo de cara. Primo do neto de Jorge, está há nove anos cuidando da loja. Explica tudo nos detalhes. Como estávamos encantados com tudo, foi detalhista a extremos. O que mais conversamos foi sobre as estampas coloridas das camisas de Jorge. Bati o olho e logo descobri: ele mandava fazer todas. Não existia algo assim para comprar em sua época. Ele trazia panos do mundo inteiro e alguém fazia as camisas para ele. Guida diz que ele foi até criticado, taxado como diferente. Eu acrescentei: Jorge era excêntrico. Ela adorou o termo. Contou todo o processo. Ouvi aquilo tudo e registrei, armazenando como pude nos meus já quase lotados arquivos cerebrais.

A lojinha tem nome, "Boutique de Gabriela", assim encontrada no Facebook e ali gratas recordações do casal. Podia não ter comprado nada e só de estar ali ouvindo as histórias de Guida, já teria ganho o dia. Muita gente que por ali passou, tinham algo pra contar. A atenta senhora atrás do balcão captava tudo e me revela algo diferenciado do lugar. Ana já estava na rua, pitando e proseando com o segurança na calçada. Eu lá dentro, prolongando a conversa e Guida desfiando um rosário de interessantes histórias. Como deixá-las pela metade? Fiquei até não mais poder e já tento reagendar retorno, enfim vale mais uma boa prosa do que uma tarde de sol a pino. Sobre as coloridas camisas de Jorge, em breve novidades alvissareiras. A cabeça rumina ideias do arco da velha. Veremos...

2.) TERREIRO CASA BRANCA DO ENGENHO VELHO
Conhecer e entender o sincretismo religioso baiano por quem tem realmente história pra contar.

3.) VISITAS - FUNDAÇÃO CULTURAL PIERRE VERGER
O fotógrafo francês Pierre Verger tinha Casa na comunidade Engenho Velho de Brotas. Fomos rever seu habitat, seis anos depois da primeira visita. Sem palavras para expressar o que vejo nas fotos de Verger.

4.) MUSEU CASA DE BENIN, PELOURINHO
Chovia no Pelourinho, a intenção se materializa mais rapidamente, projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi, peças importantes de origem africana, relação ministerial importante dos tempos de Gil ministro da Cultura. Questões de ancestralidade cultura e na porta de entrada do Pelourinho.

5.) TERREIRO DO GANTOIS, CASA MÃE MENININHA/CARMEN
Lugar sagrado, no alto do bairro Federação, ao lado Campus Exatas da UFBA, onde reinou Mãe Menininha e hoje Mãe Carmen, 94 anos, em plena atividade. Casa de Oxum, com muito trabalho comunitário. Entramos, conversamos, local em recesso, mas recebendo quem circula com boas energias.

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