terça-feira, 15 de março de 2022

COMENTÁRIO QUALQUER (224)


NÃO DÁ, MAS A BAURU DE SUÉLLEN SEGUE RESPIRANDO POR APARELHOS E GRAÇAS A EMENDAS PARLAMENTARES
Abro o único jornal impresso bauruense, o Jornal da Cidade, edição de hoje, terça, 15/3, em busca de informações sobre os projetos em curso na cidade e a aplicação dos planos dessa administração para tocar a cidade. Acredito eu, toda e qualquer composição política assumindo uma Prefeitura Municipal deva no mínimo ter traçado planos para sua administração e com o passar do tempo, neste caso, mais de um ano, algo já tenha sido alcançado. Estou em busca disto. Quero saber o que a alcaide havia planejado concretizar na cidade e consegue colocar em prática.

Vasculho as edições do jornal e tristemente o que encontro é algo assombroso: NADA. Para não dizer não ter encontrado nada, vejo a incomPrefeita numa foto na página 4, ladeada pelo deputado federal Rodrigo Agostinho, com um cheque simbólico preenchido e no valor de R$ 8.439.365,00. Pelo que entendi, a prefeita não tem projeto para a cidade e a administra através do "bom coração" de políticos que, acabam desovando valores de emendas parlamentares, destinados para atender reivindicações na cidade. No caso do que vejo, a do Rodrigo chega para atender e tapar buracos em vários setores, como dinheiro para hospitais, assistência social, projeto de implantação da Casa da Mulher Brasileira, recape de ruas e até para recuperação do buracão ao lado do Sambódromo e o ar condicionado do Teatro Municipal.

O dinheiro destas emendas todas do deputado Rodrigo não são carimbadas, mas ao menos é de bom alvitre sua utilização para os fins a que foram solicitados e foram atendidos. Na manchete do jornal, "Rodrigo Agostinho anuncia R$ 8,4 mi deemendas para Bauru - Anúncio foi feito nesta segunda (14); principais áreas contempladas são saúde, infraestrutura e assistência social". O que se entende desde vasculhar pelo que a administração Suéllen Rosim faz, só consigo chegar numa conclusão: a cidade hoje gira em torno do recebimento de algo parecido com o que o Rodrigo oferece à cidade. Não existe plano, proposta, nada de nada e algo só ocorre graças a este maná caído dos céus. É muito pouco. Obras mesmo, como a finalziação da ETE - Estação de Tratamento de Esgoto estão paralisadas e a demonstrar a inércia da proposta da atual administração. Não sabem fazem e só fazem com algo chegando assim do nada, nada planejado. É muito pouco para uma cidade como Bauru, 400 mil habitantes, seguir em frente somente graças a emndas parlamentares. Ah, não nos esqueçamos, a alcaide ora e clama aos céus e se bobear, ela ainda dirá aos seus seguidores, que as emendas só ocorrem devido aos seus clamores muito bem direcionados. E a alcaide sorri, pois não fosse isso, estaria hoje num mato e sem cachorro...

DONDINHO, PAI DE PELÉ E A MÁGOA COM BAURU
Essas histórias todas já foram contadas e recontadas, mas sempre existirão algumas ainda não muito bem elucidadas. Ontem ouvi uma delas pela boca de alguém com conhecimento de causa, um senhor do alto dos seus 88 anos de idade, que viveu na época entre o Esporte Clube Noroeste e a Rede Ferroviária Federal. Ou seja, circulou no meio dos que decidiam, faziam e aconteciam na época. Não entro em detalhes sobre de quem se trata, pois me pediu sigilo. Nem com tanto tempo, ainda persiste algo onde acha não deva revelar nomes e o que de fato ocorreu sobre essa suposta mágoa que Pelé guarda de Bauru.

Esse papo de que Pelé deve explicações para Bauru é furado, balela e conversa mole. Todos já sabem de cor e salteado das agruras do menino Pelé por Bauru. Soube ser moleque e se safar, jogar pelos quatro cantos da cidade, mas sofreu um bocado nas mãos dos moralistas da época. Seu pai, Dondinho, sofreu mais que o menino, pois tinha uma família para sustentar e engolia sapos. A história que ouvi foi quando Pelé esteve por um curto período jogando pelo Noroeste. Um diretor perseguia Dondinho e consequentemente o menino franzino que veio do adversário para jogar no Noroeste. Disse a mim que este perseguia Dondinho de forma aberta, o chamando de "quinta coluna" dentro do Noroeste e isso não só por causa de ter jogado no BAC, mas por ser negro e resistente, desses que dificilmente se vergam. Este tanto fez até conseguir o intento. Este que conversou comigo, ligou para então presidente do Santos, Athiê Jorge Cury, que fez pouco caso do "negrinho" bauruense, mas quando o viram pessoalmente por lá, a transferência aconteceu.

Isso tudo outras pessoas já contaram melhor do que neste curto relato. O que me traz aqui é rememorar algo das agruras de Dondinho com o preconceito de uns tantos, os que não fazem questão de esconder em humilhar os ditos inferiores. Depois de tudo o que passou, como Dondinho encarou estes e Bauru? Só mesmo eles para descrever isso, porém, pelo que ouvi, ele e sua família passaram poucas e boas nas mãos dos ditos detentores do poder local. Sempre ganhou muito pouco e levou vida das mais apertadas na cidade. Das humilhações, creio eu, contadas a Pelé, resultaram na cara de poucos amigos do "rei do futebol" para com a cidade. E não estaria ele cheio de razão? Enfim, Dondinho ainda foi educado demais da conta para com Bauru.
OBS.: Vou me dedicar a ouvir mais histórias e a continuidade dessas de ontem, pois revelam algo ainda só existente na memória destes que as vivenciaram pessoalmente. O tempo urge e algo sempre existe para ainda ser contado. Enfim, como sabemos muito bem, Bauru não é terra de santos e senhores lá muito bonzinhos, refinados e civilizados. Sim, os temos, mas uma minoria.

FOI UM RIO QUE PASSOU EM NOSSAS VIDAS
De algum lugar de Bauru, tarde de ontém, após chuva forte, de no máximo trinta minutos. Chovesse mais um bocadinho, nem imagino o tamanho dos estragos. Não se trata somente de efeitos das mudanças climáticas. Tem o algo mais, o que o poder público municipal apresenta como solução para essas ocorrências. Qual alternativa a atual administração pública municipal nos sugere para solucionar estes problemas decorrentes das fortes chuvas? Que indiquem algo mais do que Bolsonaro já o fez, que é o de nós mudarmos para outras regiões. Por enquanto, a cada forte chuva, rios e rios continuam atravessando nossas vidas... Eis o link que gileteei de post do arquiteto Adalberto Retto: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/5533474750015822


E SE FOI O MARCÃO, DO QUINTAL E FILHO DO BRÁS
E o conheci, a primeira vez que botei os olhos sobre eles todos foi lá no próprio quintal, o famoso levando o nome do Brás, junto aos trilhos férreos, reduto da vila Falcão, muito antes da família se mudar para o Geisel. O Brás eu já conhecia das lutas na ferrovia e seu filhos e os sambistas do grupo ali nascendo, o Quintal do Bras conheci ali e ajudei a incentivar quando os coloquei para tocar nas dependências do Centro Cultural, junto ao teatro. Não me separei mais deles todos. O Quintal ganhou a cidade e todo ano encantava a gente na festa de aniversário da cidade, junto do parque Vitória Régia. Marcão morreu ontem e nem o Quintal existe mais, está todo fracionado. Coisas da vida. Triste não pela dispersão do Quintal, pois a maioria continua cantando e tocando muito bem, mas triste pelo Marcão, um dos expoentes disso tudo, muito jovem e partindo muito antes do combinado. As lembranças mais profundas que guardarei para sempre dele são as registradas em fotos que tenho lá no famoso quintal, idos de 2007/2008, pela aí e nessas duas, dele junto do grupo num concorrido encontro no Vitória Régia, ano de 2010. Marcão preenchia os espaços em todos os sentidos. Sempre o vi bonachão, sorridente e pronto para a boa conversa. Nós todos somos assim, na maioria das vezes, quando nas ruas, ocultamos os problemas e tentamos mostrar o melhor de si. Com o danado não foi diferente. Permanece comigo a lembrança deste Marcão companheiro, batendo forte e doído, pegada de peso no marcante instrumento que escolheu tocar. Marcão deixa saudades de tempos, que quer queiramos ou não, ocorrem hoje de forma bem diferente de tempos idos. É a vida, diriam alguns. Que pelo menos as boas lembranças perdurem...

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