Estava nessa manhã de segunda em muito boa companhia. Eu e Maria Cristina Zanin, minha advogada, causídica para me defender dos que estão pela aí, nos incentivando a ser como eles, negacionistas, fuindamentalistas e perversos. Quando inqueridos e pegos no desvio, se aborrecem e ainda nos processam. Num mundo realmente soberano, com as intituições todas funcionando, nem se faz necessário advogados para nos defender de causas deste genêro, pois diante do absurdo proposto, desancariam os na contramão, propositores do absurdo. Aqui precisamos de bons advogados. Eu tenho a Zanin e tantos outros, que me auxiliam a continuar nessa travessia, inconstante e instável.
Mas não é disso que quero falar. O motivo deste escrito é outro. Como é gostoso permanecer algum tempo ao lado de alguém como a Zanin. Ele não se conforma pela situação atual do mundo e da conversa, do tempo que tivemos livre para conversação, me falou do papel hoje cumprido pela Associação Comercial e Industrial de Bauru, exatamente quando passávamos pelo centro velho da cidade, entre a Rua Primeiro de Agosto e Avenida Rodrigues Alves".
Olhe para o centro, como está o nosso comércio central, hoje abandonado e entregue para três segmentos, o evangélico, o dos camêlos e dos chineses. Entendo todos, sei da luta de cada um, mas o centro foi entregue para eles. Agora mesmo, fecharam uma galeria na Agenor Meira, quase toda ocupada pelos evangélicos, pequeninos comércios. Estes começam algo, incentivado pela estrutura das igrejas, a primeira compra e depois tentam seguir, sempre contribuindo mensalmente para a instituição igreja. Os chineses e todos os demais neste universo, seguem um padrão deles e ocupam todos os espaços possíveis, assim como os camelôs, em número cada vez maior, num quase descontrole quantitativo. Nãoeiste nada para agrupá-los numa espécie de shopping, um centro comercial só para eles, como vejo em outras cidades. O centro é deles todos, de forma bastante desorganizada e a Associação Comercial, que deveria fazer algo pelos comerciantes, se esquiva e deixa o centro ao deus dará. A entidade de classe hoje só se preocupa com o segmento ligado à elite e seus interesses, tudo o mais é relegado e estes seguem sem direção, perdidos. Ando pelo centro da cidade e na verdade, queria poder acionar essa Associação Comercial na Justiça, pelo mal que faz para a cidade quando optou por estar ao lado dos mais abastados e deu as costas para todo o resto. Isso vai além da crueldade e da insensibilidade".
Olhe para o centro, como está o nosso comércio central, hoje abandonado e entregue para três segmentos, o evangélico, o dos camêlos e dos chineses. Entendo todos, sei da luta de cada um, mas o centro foi entregue para eles. Agora mesmo, fecharam uma galeria na Agenor Meira, quase toda ocupada pelos evangélicos, pequeninos comércios. Estes começam algo, incentivado pela estrutura das igrejas, a primeira compra e depois tentam seguir, sempre contribuindo mensalmente para a instituição igreja. Os chineses e todos os demais neste universo, seguem um padrão deles e ocupam todos os espaços possíveis, assim como os camelôs, em número cada vez maior, num quase descontrole quantitativo. Nãoeiste nada para agrupá-los numa espécie de shopping, um centro comercial só para eles, como vejo em outras cidades. O centro é deles todos, de forma bastante desorganizada e a Associação Comercial, que deveria fazer algo pelos comerciantes, se esquiva e deixa o centro ao deus dará. A entidade de classe hoje só se preocupa com o segmento ligado à elite e seus interesses, tudo o mais é relegado e estes seguem sem direção, perdidos. Ando pelo centro da cidade e na verdade, queria poder acionar essa Associação Comercial na Justiça, pelo mal que faz para a cidade quando optou por estar ao lado dos mais abastados e deu as costas para todo o resto. Isso vai além da crueldade e da insensibilidade".
Comecei a refletir e olhar para tudo ao meu lado com outros olhos, os que ela me abriu mais um bocadinho, enxergando algo mais, ainda não observado na sua plenitude. A Zanin me fez abrir mais os olhos. Vou convidá-la mais e mais para passeios pela cidade. Adoro pessoas assim, olhos aguçados e atentos. Essa Associação Comercial, disso tenho certeza, abandonou faz tempo os comerciantes do centro velho de Bauru, pois hoje seus interesses são outros. Esse retrato da Bauru é para nos aprofundarmos no que estamos nos transformando.
O trio e o projeto |
Diante de toda repercussão que vejo acontecer com o novo traçado das vias no entorno da praça Portugal, quando num sentido, é impossível descer pela rua Gustavo Maciel, obrigando o motorista a dar uma imensa volta, essa inviabilizando a passagem de pessoas por ali, num primeiro momento, a única conclusão possível é a de que o bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto tem a mais absoluta razão quando desceu lenha e na estrofe final do sambista Maurinho Ramos decretou com muita ironia:
"Qué conferir? Qué passá mal? Dá rolezinho lá na praça Portugal". Foi batata, macuco no imbornal.
Não se faz necessário muitos argumentos para convencer que, ou o artífice da mudança toda é algum consagrado arquiteto, reconhecido valor, mas figura de fora do cenário bauruense, ou seja, um convidado que desconhecia a realidade da região e fez uma obra, vista assim de longe, como louvável, mas quando inquerida e colocada em prática, deixando mais do que a desejar ou é muito dem noção. No "rolezinho" que todos fizeram, fazem ou farão na praça Portugal e querendo descer pela rua Gustavo, uma só certeza, algo saiu errado - teria sido proposital? O bonito não saiu tão bonito assim e já está necessitando de reparos. De tudo, o Tomate e seus especialistas em futricas e malversações, não sorriem da situação, mas se sentem vingados do pouco caso dado a todos os que lá estiveram na praça criticando, não só o corte desmedido de árvores, como agora um projeto viário penço, manco e não atendendo os interesses da região. Aos comerciantes da Gustavo, creio eu, diante da insensibilidade de uma administração que se acha, não ouve e nem recebe quem vem para opinar ao contrário, o melhor é muita pressão. Essa a única linguagem que entendem. Já, lá na praça, para quem vai ter negócios ou residir no novíssimo emprendimento onde estava situado o colocado abaixo clube Luso Brasileiro, estes viram todas suas reivindicações atendidas. Para eles tudo maravilhosamente bem. Eu sou mais o refrão do Tomate, acertando mais uma na veia - não na véia, viu!: "Qué conferir? Qué passá mal? Dá rolezinho lá na praça Portugal".
VAI BRINCAR COM DARCY RODRIGUES...Darcy é mais que um amigo, amigão. Ele tem muita história para contar. Quando desanda a falar, sai debaixo. Não pára mais. Tem muita coisa ainda guardada dentro de sua cachola, pronta para sair e ganhar o mundo. Dias atrás, ele descobriu o whatshapp e começou a me enviar recados. Deve ter sido coisa do Yuri, seu filho, quem o introduziu nesse negócio. Mandou vários recados para mim e besta que sou enviei a ele uma provocação:
"Seria para quando essa revolução que vai transformar este país? Tô cansado de esperar".
Sua resposta, do alto dos seus mais de 80 anos é divinal e calou fundo, dessas que só quem tem muita história dentro de si pode fazê-lo: "Em 1958 eu fundei junto com dez companheiros a Associação Treslagoense de Secundaristas, cumprindo tarefa da Juventude do PCB. Participei do Movimento dos Sargentos até 1967. Fundei a VPR com aproximadamente 200 sargentos, marujos, operários de Osasco, intelectuais do PSN. Fiz luta armada, fui preso torturado, condenado a Prisão Perpétua. Fui banido do País, trocado pelo embaixador da Alemanha. Lutei em1979 na Nicarágua onde ajudei a por fim numa Ditadura de quase 40 anos. Em Bauru ajudei a acabar com o grupo político da garagem/Franciscato/ditadura. Caminhei no fio da navalha durante aproximadamente 60 anos. E agora ouço Você falar que está cansado de esperar. Minha vida foi dedicada a uma causa. Nao vivi. Continuo sonhando com justiça social".
Adorei a resposta que o danado me deu, tanto que, mesmo sendo quase 22h30, deu uma vontade danada de largar tudo e ir lá dar uma baita abraço nele.
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