Aproveito a conversação dominical sobre nossa alcaide para analisar algo em curso na cidade e sob a minha ótica. Infelizmente, mesmo deixando muito a desejar, a alcaide vai bem e sabem por que? Simples, praticamente não existe oposição à altura para lhe fazer frente. Ele, por enquanto, com dinheiro no caixa, atendendo e executando obras em variados pontos da cidade, faz tudo e mais um pouco para aparecer. E, quer queiramos ou não, aparece. Existem milhares - digo, milhares - de temas onde seria possível colocar uma pedra em seu caminho, mas todos os considerados como oposição, fazem pouco e assim, ela segue em sua rota rumo à reeleição. Se o foco de tudo o que vemos ocorrendo na cidade hoje é a tal da reeleição, ela nada de braçada. Seus opositores, até o momento se mostraram fracos, inoperantes e sem penetração popular. Todos, indistintamente, deixando a desejar. Dias atrás uma reunião de alguns destes com a proposta de união de interesses e o lançamento de um nome para concorrer com ela na próxima eleição. Até a presente data nada de concreto e assim, ela percorre a cidade como dona da situação. Na Câmara de Vereadores, cada vez com situação mais tranquila. Existe os que se dizem opositores, bons de voz, mas só nisso, nada além de uma fala em alto tom pelos microfones.
De todos os que estão despontando e com interesse em fazer frente a ela no próximo pleito, quem mesmo terá condições de fazê-lo a contento, diante da boa bala na agulha que ela tem apresentado? Eu escrevo por mim, pela minha cabeça e não vejo, nem no meu - o PT -, nem em outro partido, nem numa provável coligação ninguém ainda à altura de fazer frente a ela no momento. Ou são todos insipientes, ou esperando melhor momento para lançar algo, porém o fato concreto é que o tempo passa e ela se consolida. Quem mesmo seria o tal nome, a tal pessoa, nome tirado de improvável cartola, em condições de reverter o quadro atual? Mesmo sem platéia na manhã de hoje, ela continuas nas paradas e cumprindo extensa agenda cidade afora. Pelo jeito, quem se apresentar para a disputa já o faz com certo atraso, sem levar em conta, as condições muito desfavoráveis. "Não vai ser fácil", foi a frase ouvida na feira dominical, pela boca de um dos postulantes.
Já em relação ao tema da Semana Integrada do Meio Ambiente, fosse um dos jornalistas ali presentes lhe perguntaria de bate pronto: "Alcaide, qual sua opinião sobre mais uma tentativa de flexibilização da legislação existente de proteção ao cerrado? A senhora é a favor da manutenção da legislação existente ou corrobora a mesma opinião da especulação imobiliária e do ex-ministro Ricardo Salles?".
No corpo da matéria, a jornalista explicita algo a Máfia do PIX: "Sem líderes, a medida que se passavam as semanas, os grupos se desentendiam - por dinheiro. (...) ...liderarem o que se chama de Máfia do PIX, que pedia doações em dinheiro em escala maciça na internet para a cozinha principal do acampamento. Parte dos valores, acusa ele, era embolsada pelos donos da cozinha. (...) Seu movimento despertou a ira do pessoal das cozinhas doacampamento, não com a ideia de invadir o Congresso, mas com o esvaziamento do local, caso todos migrassem para a Esplanada. Sem 'patriotas' nos quartéis, as doeações minguariam. 'Era um negócio lucrativo que o quartel continuasse funcionando', diz o influenciador".
Não sei se perceberam onde quero chegar com as reproduções dos trechos. Explico. Quem pedia grana pedia para uma finalidade, mas depois ficou evidenciado que, além deste uso, serviu também para favorecer quem pedia, estes ficando com parte do dinheiro arrecadado. Este um perigo. Pede-se para uma finalidade e depois, como tudo entra sem regras e nenhuma fiscalização, faz-se da grana o que bem entender. Na matéria da revista, num outro trecho, algo mais da prática: "...pedia PIX para fazendeiros da região amazônica para financiar os acampamentos". Ou seja, a prática foi institucionalizada como forma usual de manter viva a chama do golpismo.
Por que faço uma alusão ao que acontece hoje com a Jovem Pan de Bauru e sua nova forma de se manter viva, após ter sido desmonetizada por imposição legal? Evidente que, não levanto suspeitas, nem afirmo nada, mas é sempre de bom alvitre, até para lisura de tudo o que ocorre hoje com a emissora bauruense, que eles apresentem comprovantes de tudo o que foi até agora depositado em suas contas na campanha, para que seus ouvintes contribuam com doações pelo PIX. Como se dizem legalistas, não tem como se omitirem a tal procedimento, até para dirimir todas as dúvidas. Enfim, tudo o que se é arrecadado em campanhas deste nível necessita de regras. O Brasil é regido por legislação neste sentido e como, creio eu, a Jovem Pan atua seguindo a legislação existente, até para não ser confundida, nem comparada com o ocorrido na matéria explicitada pela Piauí, se faz necessário conhecer todos os detalhes, que podem ser feitos através da divulgação dos valores até então recebidos e como foram utilizados na campanha ainda em curso.
RECONHECIMENTO
Caríssimo HPA,
Sua sincera e dolorosa confissão no post de hoje (Pode vir quente que estou fervendo, 02/06/2023), no Blog do Mafuá, levaram-me, honestamente, às lágrimas!
Nunca havia lido, até então, um texto que juntasse de modo tão comovente, a aflição da alma do militante de esquerda, com esse inapelável chafurdar bauruense na lama da extrema direita evangélica.
O único conforto que tive nas reflexões da leitura, no entanto, foi conferir a validade, o acerto da minha decisão de há 10 anos, de partir para sempre de Bauru, minha querida cidade, em plena e cruel degradação política, agora, perdidamente acentuada pelo bolsonarismo subjacente. E, eu, aqui, em Ponta Negra ...
Daí, meu querido amigo, esta sugestão de vida (para ser curtida no colo de Ana Bia):
Samba de Rochinha e Orlando Porto - Canta: Paulinho da Viola
Vou imprimir novos rumos
Ao barco agitado que foi minha vida
Fiz minhas velas ao mar
Disse adeus sem chorar
E estou de partida
Todos os anos vividos
São portos perdidos que eu deixo pra trás
Quero viver diferente
Que a sorte da gente
É a gente que faz
Quando a vida nos cansa
E se perde a esperança
O melhor é partir
Ir procurar outros mares
Onde outros olhares nos façam sorrir
Levo no meu coração
Esta triste lição que contigo aprendi
Tu me ensinaste em verdade
Que a felicidade está longe de ti ...
do amigo Jeferson Barbosa da Silva, Natal RN.
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