sexta-feira, 23 de junho de 2023

RETRATOS DE BAURU (277)


QUEM É DONA MERCEDES TALARICO, GERENTE DE MUITOS DOS HOTÉIS DEGRADADOS NO CENTRO VELHO DE BAURU
Enfim, quem é essa simpática senhora, que hoje pela manhã acompanhou com o olhar desolado a demolição promovida por decisão da prefeita, Suéllen Rosim em edificações no entorno da praça Machado de Mello? Ela tem história e polêmica, como muito do que acontece no centro bauruense. Hoje, Mercedes Talarico está completando 80 anos e durante anos gerenciou no centro bauruense diversos hotéis, principalmente alguns na região da estação ferroviária central. Ele pegou tino pelo negócio, o de quando percebia algum destes hotéis com dificuldade, se aproximasse e a partir daí, se oferecendo para gerenciá-los. Deu certo em vários deles, ou melhor, deu certo em partes, pois tudo foi conseguido durante um tempo, depois muitos deles fecharam em definitivo e praticamente sem condições de recuperação, ou seja, de serem reabertos. Tudo bem, a pandemia acelerou a destruição quase definitiva de muitos deles em ter portas abertas e funcionando como dantes. Se a situação já estava ruim tudo se complicou e hoje, pouquíssimos continuam abertos.

Dona Mercedes é memória viva para contar e reviver toda essa história, pois foi e continua sendo "testemunha ocular da História" bauruense, principalmente a da destinação de muitos dos hotéis da velha guarda aqui em Bauru. Hoje, ela me disse textualmente estar triste, pois ainda atende no Hotel Imperial, antes um dos grandes ali na praça, mas hoje não tem mais condições de tocá-lo como antes e o que se vê, de fato, é todo o edspaço físico ter sido cominado e ocupado por moradores diversos, muitos em situação de rua, outros simplesmente ali morando e dali não querendo sair. Como ela, mesmo sabendo como tocar este tipo de negóciom, consehuiria hoje administrar o hotel, diante da fragilidade com que é vista nas fotos tiradas hoje pela manhã? Praticamente impossível.

Nem sempre foi assim. Para quem se interessar, ela detém muitas histórias e sabe muito da destinação final de muitos dos hotéis da região. É uma espécie de memória viva, dentre tantas que já se foram. Ou aproveitamos este momento para ouvi-la, ver como tudo foi acontecendo, ou em breve nem isso mais teremos. A destinação final do Hotem imperial é quase certa. A prefeita já está anunciando que, providências serão tomadas e do jeito que está não irá permanecer, ou seja, todo aquele pessoal que ainda mora nas suas instalações estão com os dias contados. Farão com o Imperial o mesmo que com o visto hoje? Destino incerto e ainda não totalmente sabido.

José Xaides, hoje entrevistado por mim no Lado B nº 117 conta que, quando chegou em Bauru, idos dos anos 80, chegava pelo terminal rodoviário, mas se deslocava de ônibus urbano até a praça Machado de Mello. Ele se hospedava regularmente no Hotel Imperial e conta histórias boas do primor de como era o atendimento. Neste tempo, o hotel não era administrado por dona Mercedes. O fato é que, com o passar dos anos e a região sendo cada vez mais esquecida, tudo no seu entorno foi se deteriorando e tudo, mas tudo mesmo, está hoje num estado lamentável. Somente a edificação na esquina junto da estação, onde por ali funcionou por décadas o armazém Dias Martins se mantém em pé, hoje ocupado por uma igreja evangélica neopentecostal. No mais, o posto policial se foi e com ele, três comércios resistem, mas fecham cedo. Uma sorveteria na esquina, um bar, antes famosa banca de revistas e a padaria, que até pouco antes da pandemia funcionava 24h.

Disse pessoalmente para dona Mercedes do interesse em ouvir suas histórias e se mostrou receptiva. Irei, com toda certeza, pois mesmo não concordando com a forma como muitos dos seus hotéis feneceram ao longo dos últimos tempos, reconheço e vejo nela, algo além de uma boa história. Ela representa uma época e precisa ser ouvida, entendida, portanto, em breve, se tudo der certo, volto para algo mais detalhado. No momento, a imagem que não me sai da cabeça foi a dela e de um senhor voltando para o hotel, ambos de cabeça baixa, meio que resignados com o que viram acontecer com algumas edificações por ali e prevendo que, na sequência, o Hotel Imperial estaria na mira.


ANTES DA SAÍDA DA PRAÇA, EIS QUEM REENCONTRO NA PADARIA
Quem abrilhanta hoje minha postagem é nada menos que Neto Keller (essa junção é mais do que precisa), um artista e cozinheiro de mão cheia. 

Realizei hoje pela manhã na praça Machado de Mello mais um Lado B, num dia quando a região estava empoeirada, pois a prefeita botava abaixo muitas edificações na região. Eu e o entrevistado da manhã, o professor José Xaides terminamos o papo e boca seca, procuramos um lugar para molhar as palavras, água e café. 

Acabamos na padaria do lugar e ali, diante de nós, sentado tomando tranquilamente uma cervejinha, com o cotovelo encontado no balcão, justamente Neto. Nos aproximamos, puxamos conversa e ficamos os três proseando algo sobre o passado reluzente dele, da região e de todos nós, enfim, éramos um trio ali de barba branca, espécimes mais do que reluzentes numa manhã opaca, devido ao realizado pela mente destruídora de edificações nos tempos atuais. 

A conversa fluiu e dela, trocamos telefones e promessas de continuidade em conversações outras, quando com mais tempo, algo mais poderia ser dito, lembrado e depois postado por este mafuento escrevinhador. Neto, depois de umas cervejinhas diz ter muitas histórias pra contar e desde já, saio de lá compromissado a sentar com ele nalgum lugar e dar vazão para o que nossas cabeças nos orientar. Das trombadas da vida, rever Neto, assim desta forma totalmente sem querer é pra dar contentamento pro dia pela frente. E nem tocamos muito no tal que ele hoje faz questão de carregar como sobrenome, Paulo Keller. Mas isso tudo é para outro encontro, o que deve ocorrer em breve.

outra coisa
SERÁ POSSÍVEL? MÍDIA BAURUENSE SÓ REPERCUTE NOTÍCIAS FAVORÁVEIS AO ASTRONAUTA
A Agência Marcos Pontes, do ex-ministro de Ciência e Tecnologia e atual senador Marcos Pontes (PL), vendia pacotes para o passeio do submarino OceanGate pelos destroços do Titanic. 

O submersível desapareceu no Oceano Atlântico no domingo, com cinco tripulantes a bordo, durante uma das expedições. A informação foi divulgada pelo perfil de Jefferson Menezes nas redes sociais e pelo portal "Metrópoles" e confirmada pelo GLOBO. O preço da expedição não era divulgado. Procurado, o senador Marcos Pontes ainda não se manifestou. Saiba mais em http://glo.bo/3p6JpAo #JornalOGlobo

O hilário da mídia bauruense é que, dois dias antes todos os órgãos publicaram algo de uma mequetrefica cirurgia a que foi submetido o astronauta, mas na sequência, nenhum deles ousou dar a notícia que o mesmo, com a agência levando seu nome, vendia pacotes para o tal passeio até o Titanic. Por que isso? Seria puxa-saquismo ou algo parecido? Estariam todos entrelaçados em só divulgar coisas positivas a envolver tão problemática e atribulada pessoa? Ainda sem entender...

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