CLASSE MÉDIA*
Eu me considero classe média. Não sou nem rico – não chego nem perto -, nem muito pobre, portanto sendo do meio termo, faço parte desta classificação. Sei o que ela representa e onde está inserida hoje neste insano Brasil, quase de pernas para o ar. Como o Tavares, velho personagem de Chico Anysio, o canalha que se justifica com o bordão: “Sou, mas quem não é?”. Eu sou, mas não ando na contramão de tudo o que acontece sob as bênçãos destes. As classes médias brasileiras, espremidas entre a falta de perspectiva e a fantasia do dinheiro rápido, há tempo jogaram fora o moralismo. Para elas, vale tudo. Sacanas e cínicas.
Escrevo entristecido para tentar entender o que se passa com esta dita “classe média” brasileira, hoje mais do que encalacrada num conservadorismo pueril, doente e atolada até pescoço em ações também golpistas, ou seja, se antes já era vista como perigosa, hoje se revelam ao lado do que de pior temos na política brasileira. Descrença, desesperança e cinismo criaram por conta própria uma cultura onde um pilantra como Bolsonaro pode nadar de braçada. Sim, em sua maioria estiveram e ainda estão ao lado dos perversos, os que cravam a estaca nos costados do povo brasileiro. Adorariam subir no degrau social e não o conseguindo agem com muito empáfia.
Até hoje é incompreensível como o povo paulista, por exemplo, pôde na última eleição, depois de tudo o que se descobriu sobre esse tal de Seu Jair, ainda continuar votando nele. Não só nele, como neste Tarcísio de Freitas, nosso atual governador. O voto aqui em São Paulo e em alguns outros estados brasileiros se deu em razão de um desmedido ódio pelo que estes entendidos como esquerda, no caso o PT. Na eleição para governador foi mais do que surreal, beirando a plena loucura deixar de eleger alguém como Fernando Haddad, professor com larga experiência e pronto para dar uma guinada progressista no estado mais rico da Federação, para eleger um poste, alguém que nunca morou no estado de São Paulo. Este nada conhecia de e sobre São Paulo. Uma aberração.
Tarcísio hoje mostra suas garras e apronta das suas em tudo que faz, movido 100% por ligações umbilicais com o retrocesso. Nestes poucos meses já deu para perceber o quanto São Paulo perdeu e continuará perdendo com alguém tão alucinado à frente deste trem desgovernado, propondo a cada ação sem sentido o descarrilamento de toda a composição. A culpa disso tudo se chama “classe média”, principalmente sua porção interiorana, essa medrosa e sendo conduzida como manada para o matadouro. Os quatro estados representando o Sul do país – São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - estão mais do que envolvidos em ações despirocadas e numa nau à deriva no meio de uma tempestade.
Olhando para os lados e vendo como vota o povo do interior, observo nossas duas cidades – Santa Cruz e Bauru –, cada qual tendo votado seguindo orientação muito ligada não mais ao conservadorismo, mas a uma ultradireita, resvalando em atos fascistas. Não há no mundo direita como a brasileira. Tem um estômago de avestruz, engole todo tipo de porcaria, mais que em qualquer outro lugar. Pelo jeito, nem acompanha direito as notícias recebidas, dando vazão para um sentimento de que qualquer mudança é perigosa, pois inclui riscos e não os aceita, preferindo se atolar na barbárie. Isso não tem como acabar bem.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).
https://sampi.net.br/.../laudo-reforca-risco-de-colapso...
O sambódromo de Bauru, o segundo a ser inaugurado no país continua sua saga de pleno e absoluto abandono. O descaso agora se apresenta em novo formato, como enuncia matéria de hoje, capa do Jornal da Cidade, assinada pelo jornalista André Hunnicutt Fleury Moraes. Em vistoria ocorrida no local, a constatação nua e crua: nada foi feito até a presente data para reverter a situação e interdição.
O abandono demonstra o pouco caso e nenhum interesse em sua recuperação, primeiro pelo pouco interesse dessa administração no tema Carnaval, depois, como tem sido presenciado cidade afora, a alcaide promove obras cidade afora, como recuperação asfáltica e em praças, ambos nos nos mais diferentes bairros. Existe dinheiro em caixa para tanto, mas o Sambódromo passa longe de ser prioridade. Como a pressão pra cima dela praticamente inexiste, a certeza de que o mato cobtinuará crescendo por lá.
Segui pensando:
- será que todos que ele entrega esse papel realmente pagam?
- num dia frio como hoje, a venda deve ser bem menor
- quantas pessoas passam por ele e nem o enxergam?
Enfim, fiz o meu pix assim que estacionei e num valor maior que o do suco, somente pela confiança e simpatia.
BOAS VENDAS SEMPRE SEU ADAUTO
(Não encontrei ele no Face para marcar)
E hoje descobri o nome do vendedor do suco de laranja mais gostoso das Nações Unidas (em frente a Localiza).
Senhor Adauto sempre me chama a atenção pela simplicidade e simpatia. Há tempos apareceu neste local tentando fazer seu dinheirinho e sempre que posso, pego um suco com ele e hoje não foi diferente.
E ele teve que se reinventar tbém, pois nessa era digital, eu estava com apenas duas notas de $2,00 e logo ele me deu esse papelzinho com seu pix, porém o sinal abriu e foi qdo me disse “Depois vc faz, feliz pois foi a 1ª venda do dia”… E abriu um sorriso…
Senhor Adauto sempre me chama a atenção pela simplicidade e simpatia. Há tempos apareceu neste local tentando fazer seu dinheirinho e sempre que posso, pego um suco com ele e hoje não foi diferente.
E ele teve que se reinventar tbém, pois nessa era digital, eu estava com apenas duas notas de $2,00 e logo ele me deu esse papelzinho com seu pix, porém o sinal abriu e foi qdo me disse “Depois vc faz, feliz pois foi a 1ª venda do dia”… E abriu um sorriso…
Segui pensando:
- será que todos que ele entrega esse papel realmente pagam?
- num dia frio como hoje, a venda deve ser bem menor
- quantas pessoas passam por ele e nem o enxergam?
Enfim, fiz o meu pix assim que estacionei e num valor maior que o do suco, somente pela confiança e simpatia.
BOAS VENDAS SEMPRE SEU ADAUTO
(Não encontrei ele no Face para marcar)
por Marcelle Graeff Muta
PODE VIR QUENTE QUE EU ESTOU FERVENDO"Como ser uma boa pessoa num mundo espiritual, política e culturalmente degradado?", é a pergunta que tento dissecar, resolver e mais que tudo, responder. Como não ser levado como numa manada, influenciado e conduzido a agir como a maioria dos mortais, deixando de lado uma existência mais humanizada e sensível, tudo em troca de alguma migalhas? Ao menos tentar se faz necessário. Enfim, após uma vida inteira se posicionando ao lado de temas mais sensíveis ao fim das desigualdades, no meu caso, é praticamente impossível, de uma hora para outra se mostrar indiferente com tudo o que vejo acontecendo à minha volta. Mas como agir, quando temos ciência de que não somos minoria, mas os do teu lado estão um tanto atordoados e não mais correspondendo às expectativas? Lutar sózinho? Sair às cegas esgrimando contra tudo e todos, como se fosse um Dom Quixote? Não quero e não vou, não consigo ser indiferente. Estive ativo e atuante até agora, portanto, mesmo que se mostre menos incisivo, continuo por aqui. Quieto, calado e contido não ficarei. Não consigo. Isso não é de minha índole. Sou da turma dos inquietos. Só não quero parecer piegas. Não me deixo levar pela acomodação da qual muitos igual a mim se enfronharam. O mundo mudou, tudo bem, entendo isso, mas as injustiças continuam, até aumentaram, mais presentes do que nunca. Uso minhas armas para continuar denunciando tudo o que vejo tudo o que considero errado. Compro homéricas brigas, tudo por não conseguir me aquietar. Nem sempre acerto, não sou dono da verdade, nem nunca quis sê-lo, mas sei, não consigo viver sem lutar contra a degradação humana. Na verdade, enfrentamos um monstro que nos devora a todos, pouco a pouco. Nunca o capitalismo, nessa sua versão fundamentalista, foi tão cruel como agora. A tendência é até piorar mais, pois hoje vigora um salve-se quem puder e cada vez mais o individualismo como mola mestra das ações. Tudo sendo destruído, o mundo como conhecíamos até bem pouco tempo sendo cada vez mais fragilizado e cada vez mais essa facção fascista querendo nos encurralar. Comigo não. Pode vir quente que eu estou fervendo...
HPA - Bauru SP, não se sEgurando nas calças na noite desta sexta, 02 de junho de 2023.
PODE VIR QUENTE QUE EU ESTOU FERVENDO"Como ser uma boa pessoa num mundo espiritual, política e culturalmente degradado?", é a pergunta que tento dissecar, resolver e mais que tudo, responder. Como não ser levado como numa manada, influenciado e conduzido a agir como a maioria dos mortais, deixando de lado uma existência mais humanizada e sensível, tudo em troca de alguma migalhas? Ao menos tentar se faz necessário. Enfim, após uma vida inteira se posicionando ao lado de temas mais sensíveis ao fim das desigualdades, no meu caso, é praticamente impossível, de uma hora para outra se mostrar indiferente com tudo o que vejo acontecendo à minha volta. Mas como agir, quando temos ciência de que não somos minoria, mas os do teu lado estão um tanto atordoados e não mais correspondendo às expectativas? Lutar sózinho? Sair às cegas esgrimando contra tudo e todos, como se fosse um Dom Quixote? Não quero e não vou, não consigo ser indiferente. Estive ativo e atuante até agora, portanto, mesmo que se mostre menos incisivo, continuo por aqui. Quieto, calado e contido não ficarei. Não consigo. Isso não é de minha índole. Sou da turma dos inquietos. Só não quero parecer piegas. Não me deixo levar pela acomodação da qual muitos igual a mim se enfronharam. O mundo mudou, tudo bem, entendo isso, mas as injustiças continuam, até aumentaram, mais presentes do que nunca. Uso minhas armas para continuar denunciando tudo o que vejo tudo o que considero errado. Compro homéricas brigas, tudo por não conseguir me aquietar. Nem sempre acerto, não sou dono da verdade, nem nunca quis sê-lo, mas sei, não consigo viver sem lutar contra a degradação humana. Na verdade, enfrentamos um monstro que nos devora a todos, pouco a pouco. Nunca o capitalismo, nessa sua versão fundamentalista, foi tão cruel como agora. A tendência é até piorar mais, pois hoje vigora um salve-se quem puder e cada vez mais o individualismo como mola mestra das ações. Tudo sendo destruído, o mundo como conhecíamos até bem pouco tempo sendo cada vez mais fragilizado e cada vez mais essa facção fascista querendo nos encurralar. Comigo não. Pode vir quente que eu estou fervendo...
HPA - Bauru SP, não se sEgurando nas calças na noite desta sexta, 02 de junho de 2023.
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