LACRADO O IMPERIALA marca dessa administração é essa: lacra e assim dá por encerrado e resolvido o assunto. A cidade amanhece com a lacração das instalações do antigo hotel Imperial, localizado junto da praça Machado de Mello, coração do progresso inicial desta Bauru, hoje mais do que rejeitando, não só a praça e seu entorno, mas quase todo o seu velho centro. Este hotel tem história, pois depois do Cariani, justamente um ao lado do outro, foram na praça, os dois olhando de frente para a estação da NOB, ponto de convergência de muito do que ali acontecia. Outros hoteis existem nas imediações e continuam resistindo, alguns bravamente e se impondo, como o Avenida, na esquina da Rodrigues com a Monsenhor. Este feneceu junto com a degradação total e absoluta da praça. Tudo já era periclitante, mas veio a pandemia e depositou a pá de cal no local. Até o posto policial fechou suas portas e a padaria que, durante décadas funcionou 24h, fecha hoje lá pelas 20h. Não está mais dando para ter uma vida normal no local. Dona Mercedes, gerenciou o hotel até o momento em que se viu cercada e a partirdaí perdeu o controle. Culpa dela? A com menor culpa, diante de tudo o mais. O maior culpado não são as pessoas hoje ocupando a praça e sim, como deixaram ao longo do tempo tudo ir sendo dilapidado e destruído, chegando na situação atual. Desta forma, o poder público, desta e de outras administrações
são os maiores culpados, disto não tenho a menor dúvida.
O que a atual alcaide faz é tentar resolver tudo ao seu modo e jeito, sem nenhum consulta popular e movida somente pela sua cabeça. Higienização urbana é um horror e isso acontece em Bauru, quer queiram ou não alguns ainda enxergando algo de bom no ato de ontem, o de derrubar todos os imóveis no entorno. Sobraram o Hotel Milanesi, o Hotel Estoril, o Hotel Imperial e o Hotel Cariani e só não foram derrubados, pois ainda estão tombados pelo CODEPAC - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de BAuru -, do contrário, já estariam abaixo, pois assim pensa a alcaide.
O lacre com os tijolos sendo colocados na frente e janelas do Hotel Imperial resolvem o problema? Evidente que não. Tudo bem que lá, existia algo com necessidade urgente de solução. Não existia mais como ele continuar aberto e propiciando o que se via, mas pelo lacre, a forma como foi colocado, num imóvel particular, iniciativa privada, vejo mais do que um perigo. Será foi estudada alguma possibilidade de aproveitamento da edificação, em boas condições físicas, para algo público, como atendimento aos tantos moradores em situação de rua vivendo na região ou mesmo para a tão requisitada creche para os filhos dos funcionários do comércio central? Não, foi um lacre e só isso, nada mais. Vemos a Prefeitura alugando imóveis à torto e a direito, sem muitas justificativas e neste, numa região necessitando de tantos olhares e atenção, vieram os tijolos e o cimento, com o lacre.
A região merece mais, o Imperial, Cariani, Milanese e Estoril merecem mais, muito mais. O que foi feito do projeto idealizado no final da administração do ex-prefeito Clodoalgo Gazzetta, com algo substancial para aquela quadra? Foi engavetado, jogado no lixo ou ainda existe alguma possibilidade de ser implantado? O centro da cidade não precisa de lacres e sim de conversa, estudos e solução. Isso não ocorre. Quem além da alcaide decide algo dentro da estrutura da atual administração? Ela permite alguma conversa neste sentido, enfim, ouve alguém? Quem? Precisamos neste momento como se deu as tratativas entre a alcaide e dona Mercedes Talarico, gerente do local até ontem? Quais as condições impostas com o lacre? Isso deve ser informado e com todos os detalhes possíveis pela alcaide e os seus, pois do contrário, mais um ato arbitrário. Como tudo isso ainda está em curso, muita água ainda vai passar por debaixo dessa ponte. Hoje, a lacração, amanhã veremos as explicações e as intenções, o projeto, o que virá disso tudo.
Deixo para escrever algo no final do dia, pouco antes de deitar. Não tenho como agradecer a tanta gente que compareceu por essas bandas para me dar os parabéns. Fico muito feliz e o que prometo a tudo, todas e todos é algo que pode agradar a alguns, mas não a todos. Consegui chegar até aqui e assim sendo, não tenho mais como recuar, ou no mínimo arrefecer os ânimos e me atocaiar, ficar numa espécie de retiro e sumir do mapa. Se sumir do mapa, podem ter certeza, algo de muito grave aconteceu com este velho bardo. Não tenho muito mais coisa a perder nesta vida e não vejo como mer aquietar diante de tanta iniquidade vendo acontecer à minha volta. Neste endireitamento do mundo, algo ocorreu comigo. Creio ter piorado o meu aspecto físico, pois diante de tudo o que ia vendo acontecendo, não tinha como não entronizar isso tudo dentro de mim, daí foi um pulo para pipocarem problemas. Se o taldo seu jair (com minúscula mesmo) tivesse conseguido sua reeleição, creio eu, estaria muito mais doente e com aparência quase irrecuperável. Viver num regime despótico, cruel e insano torna a vida das pessoas algo bem mais difícil. Felizmente conseguimos eleger Lula e hoje, seis meses e pouco de Governo, mais do que uma luz no final do túnel. Hoje mesmo, vendo o discurso do danado em Paris, primeiro na Torre Eiffel e depois, logo pela manhã, junto a vários dirigentes europeus, quando falou principalmente da Amazônia, ele lavou a alma de todos seus eleitores e dos brasileiros conscientes e lúcidos. Como é bom ter um país lutando muito para voltar a ser altaneiro e pujante. Deu muito mais vontade de continuar na lida e é isso que faço em cada nova manhã. 63 anos no lombo cansam um bocadinho, mas mesmo que na aparência, as evidências demonstrem alguma deterioração, por dentro tenho me renovado e buscado forças lá no fundo de mim e pronto para tudo. Já vi de tudo nessa vida e depois dessa bestialidade vivenciada pelo País no pós 2016, com o golpe dado em Dilma Rousseff, depois a crueldade da Lava Jato, felizmente desmascarada, com a esperança renascendo com Lula voltando e se rodeando de notáveis, mesmo que alguns ruins ali por perto, tudo pela tal da governabilidade, estamos no lucro. O país se renovou, se oxigenou, vencemos o mêdo e tudo o mais, demos a volta por cima e eu também me coloco na mesma posição. Sai do estado de adoecimento para o de fortalecimento, pois me vejo renovado e desta forma, como sempre agi, não fujo da raia, estou por aí, na lida e luta. Continuarei ácido, talvez até mais, pois com o tempo a gente vai perdendo aquilo de ficar engolindo sapo e aguentando impropérios de gente desqualificada. Briguei com muitos e brigarei com outros tantos, tudo para não me submeter aos retrocessos propostos pelo bestial endireitamento que estava em curso. Nada foi ainda vencido, mas estamos aí para isso mesmo, para lutar, esgrimar e mmuito em busca da realização de nossos sonhos. Gente, como disse meu mestre Aldir Blanc, numa de suas lindas canções, "envelheci mais continuo em exposição". Tô e devo continuar por aqui. Sou assim mesmo. Eu luto e busco estar sempre do lado certo. Estes perveros envolvidos em tantas tramóias terão sempre em mim um inimigo implacável. Uso este espaço para expor minhas ideias e nelas, bem nítido minha forma de pensar e agir. Desculpe qualquer coisa, mas se não mudei até agora, não me peçam para ser diferente, justamente agora, quando me restam cada vez menos tempo de vida por estas bandas. Baita abracito e obrigada por tudo.
OI
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