BERRIEL SOUBE ESCAPULIR COM A DEVIDA "CATIGURIA".Este termo, o "catiguria" é criação da verve de Bebel, a intrépida personagem vivenciada pela atriz Camila Pintanga. Ela, na novela Paraíso Tropical, vivia uma prostituta e diante das constantes investidas, sempre sabia se sair bem e quando o fazia, sua tirada sempre começava com: "Foi tudo com catiguria". Foi inevitável a lembrança do termo hoje, quando ouvi o vereador Guilherme Berriel, nos seus dez minutos na tribuna da Câmara, saiu pela tangente e se disse lisonjeado pelo convite para participar do desGoverno de Suéllen Rosim, porém, declinava. Aceitando, deixaria livre a vaga para, em seu lugar entrar Renato Puirini, que votaria tudo a favor dos interesses da prefeita. Berriel não deu voltas, foi direito e reto, dizendo vivenciar momento difícil em sua família, mãe doente e, dessa forma, não poderia se dedicar a contento como secretário de Governo.
Ouvi sua fala com a devida atenção e ao final, não ri, mas a cabeça funcionou e fui buscar em Bebel, quando diante de aperto, conseguindo se livrar do encosto, o fazia com a devida "catiguria". Foi o que Berriel fez. Ótimo. Pouco antes, a vereadora Chiara Ranieri havia encerrado sua fala com algo também contundente sobre situação horrenda em curso dentro da Câmara de Vereadores de Bauru: "Existem pessoas que tem um preço e outras tem valor". Não precisou dizer mais nada, deixou a tribuna e deixou muitos com a pulga atrás da orelha. Na sequência, outro vereador, feliz pela decisão de Berriel, disse mais ou menos isso: quem agora fica com a batata quente nas mãos é a prefeita, pois se existia a vaga para o MDB, para os aliados dela, sendo a mesma oferecida a Berriel, ele desistindo, no mínimo a mesma continuaria existindo e desta forma, deveria ser oferecida e ocupada, no momento por Renato Purini, o que iria ser vereador com o afastamento de Berriel. Disse mais, que se a prefeita não agir dessa forma, ela deixará bem claro que a intenção dela e do partido MDB era de afastar Berriel para ter mais um voto favorável em seus interesses dentro da Câmara. Berriel teve a devida "catiguria" e caiu fora. Palmas para ele.
Assim sendo, tudo o mais teria que jogar ao lado dessa composição, daí, o mandato do Berriel fazendo parte do conjunto da obra. Sendo verdade, Berriel sabe, seu mandato dificilmente terá a mesma liberdade de ação vista até o presente momento. Uma pena. O jogo é jogado desta forma e jeito. Se do outro lado, a oposição tenta se juntar para fazer frente ao que está vendo sendo jogado e em curso, do lado deles, os hoje encastelados no poder, ocorre o mesmo. No frigir dos ovos, temo pelo que fazem com Chiara, mas ela sabe se defender, ao mesmo tempo, temo pelo mandato do Berriel. No caso dele veremos quanto tempo vai resistir.
Escrevi numa outra nota, a provável jogada de Suéllen Rosim e do MDB, presidido hoje pelo empresário Rodrigo Mandaliti, com ele de vice para reeleição dela ao Palácio das Cerejeiras. Daí, fotos como essa, publicada na última edição do Jornal da Cidade, único hoje impresso em Bauru, sábado passado, dizem muito disso tudo. Empresários estão ao lado de quem está no poder e isso, evidente, pois isso facilita seus negócios.Com Mandaliti, Zopone e tantos outros, isso ocorre naturalmente, como uma simples conta matemática, a de dois e dois dando cinco no final. O empresário brasileiro de uma forma geral é conservador. Pouquíssimos são ditos e vistos como "progressistas". Os que ousam pensar e agir assim padecem, sofrem bocadinho mais e penam, daí, nada melhor do que seguir adiante, negócio em alta e se aliando a quem estiver no comando do poder. Sendo também conservador, melhor ainda. Que os Zopones e Mandalitis estejam alinhados com Suéllen, nenhuma novidade. O ocorrido no empreendimento onde era o Luso e na praça Portugal que o diga. Nenhuma novidade. O também homem de negócios imobiliários, o Moraes, bolsonarista declarado, apoiador do capiroto em todos os momentos, também não. Seus negócios fluem mais fácil desta forma e jeito. Do Mandaliti e o MDB estar se aliando com a prefeita, de todas construtoras, empreiteiras e grandes imobiliárias estarem unidos, muitas vezes veladamente, noutras nem tanto, tudo normal. Sempre foi assim e assim seguirá sendo. Se existe algo a ser construído para fazer frente ao que vem por aí no próximo pleito, desde já, todos sabem, será um jogo onde o lado vitorioso está muito forte. Ou seja, nada diferente de outras contendas. Numa delas, tempos atrás, gratas recordações quando a dupla Gasparini/Tuga venceu tudo e todos. Será possível algo assim no momento atual?
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