NO 118º LADO B, NETO KELLER, ANTONIO DANGIÓ NETO E ALGO MAIS DOS 15 ANOS AO LADO DE PAULO KELLER, UM DOS MAIORES FESTEIROS DESTAS PLAGAS
Prazer inenarrável ter sentado hoje pela manhã com NETO KELLER e poder conversando ir revivendo algo da trajetória dele e de seu eterno companheiro de todas as horas, o coriga, homem de muitas possibilidades profisionais e artísticas, Paulo Keller. Reencontrei o Neto por acaso dias atrás, justamente logo após acabar de realizar o 117º Lado B - A Importância dos Desimportantes, quando com o professor José Xaides ali na praça Machado de Mello. Ao término daquele bate papo, eu e Xaides precisávamos de água e um café. Lembramos da padaria, uma que até bem pouco tempo funcionou 24h do dia e para lá nos dirigimos. Lá ao fundo, tomando sua cerveja, por volta da meia dia, o Neto. Fui até ele para o habitual cumprimento e Xaides o conheceu. Nasceu dali, numa troca rápida de conversa, a vontade de tê-lo aqui para ele ser o centro das atenções. Fiz o convite e ele topou na hora, mas disse teríamos que conversar, enfim, queria saber o que queria dele. Trocamos telefones e fomos conversando, até que dei o xeque-mate nessa semana: "Neto, viajo na sexta e queria muito antes de bater asas, ter aquela conversa pessoal contigo, ao vivo e a cores". O convenci e, para minha surpresa, marcou na mesma padaria da praça onde o revi - depois descobri, ele mora ali perto, na quadra do Teatro Edson Celulari e bate cartão todo dia pela manhã, primeiro o café e depois a cerveja.
Eu conheci o Neto desde meus tempos de Jaú, anos 80 - lá se vão mais de quarenta anos -, quando trabalhava numa corretora de seguros do Bradesco, viajando diariamente no trecho entre as duas cidades, pela Reunidas e várias vezes cruei com o Neto. Ele era o decorador e o vitrinista da loja Riachuelo. Quem por lá sempre aparecia era também o Paulo Keller, que na época trabalhava como figurinista de uma loja de tecidos finos de Jaú. Três vezes por semana em Jaú e outros três em Bauru, na Gebara Tecidos. No meio disso tudo ele conhece o Neto e a partir daí, foram 25 anos juntos. Tudo foi só interrompido com o falecimento do Paulo, de forma súbita, sem doença aparente e sem ficar acamado. Foi numa espécie de sopro. Neto e eu, sentados lá na padaria revivemos algo de sua infância, os lugares onde trabalhou e a descoberta por montar vitrines, o Paulo no caminho e daí pra frente uma vida em conjunto, unidos e coesos. O encantamento da histórias destes dois reside no trabalho que faziam, sempre juntos, as festas todas, os embalos entre plumas e paetês, decorações para festas variadas e os figurinos para tudo quanto é tipo de evento. Junto ou aliado a isso tudo veio o Carnaval. Não dá para falar de Carnaval em Bauru sem citar a participação de Paulo Keller, cantor de primeira - quem não se lembra dele cantando New York New York - e as montagens dos carros alegóricos, adereços, fantasias e um mundo de cores, lantejoulas e balangandãs.
Meus bate papos sempre possuem algum tipo de som ao fundo, pois na maioria são gravados na rua, ou melhor, no olho da rua. Desta feita, gravando no fundo da paradia, com muitos ônibus coletivos estacionando defronte o local, algum barulho, depois o som da padaria ligado e quando fui educadamente pedir para a moça do balcão se poderia abaixar, ela me olha com cara de susto e diz: "Ninguém abaixa minha música, aqui o som permanece ligado o dia todo, ele me embala". Diante deste forte argumento, a entrevista foi feita envolta em muitos sons, porém, dá para ouvir perfeitamente como se deu a conversação. Neto é alguém que, percebi ali, queria e quer contar suas histórias. Contou algumas, mas tem muito mais. Me disse que havia dado até hoje, do alto dos seus 64 anos, uma só entrevista em sua vida, para Luly Zonta, anos atrás.
Eis o link da gravação do bate papo, duração de 45 minutos: https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/576881921326701
Com o fechamento deste Lado B, tenho a certeza de que, é algo assim, com gente realmente Lado B que quero dar continuidade a este projeto. Se já fiz 118, espero chegar logo ao 200 e abordando gente realmente sem espaço nas mídias, mas com boas histórias, relatos contundentes de vida. Isso é o que gosto de fazer e, desta forma, continuarei fazendo, mais e mais, pois para mim, isso é VIDA. Assim prossigo...Minha foto do Paulo, n'O Templo Bar, idos de 2009. Ele no seu canto no bar, onde cantava, encantava e construia pontes...
e pra fechar o dia, minhas últimas CENAS BAURUENSES
01. Em 30/06/2023 publiquei: "Em Bauru a maioria dos portais estão localizados na entrada de condomínios fechados. Com este a intenção inicial não foi diferente, o defronte a tentativa de condomínio da Quinta da Bela Olinda, bem defronte também, do outro lado da rodovia Bauru/Arealva a entrada da vila São Paulo. O condomínio não vingou desta forma e sua muralha foi se desmanchando com o tempo, com a mistura das residências ali já levantadas e a do bairro popular ali junto, parede meia. Hoje, a convivência é pacífica e o portal resiste ao tempo, mesmo alguns querendo derrubá-lo, pois dizem impedir passagem de veículos de grande porte, tipo caminhões baús, enquanto, por outro lado existe campanha de resistência pela sua mantenção".
02. Em 30/06/2023 publiquei: "Praça Ernesto Monte, tendo ao fundo a Padaria Copacabana da avenida Otávio Pinheiro Brizola, Altos da Cidade (alguém ainda chama estes lados da cidade desta forma?), num final de tarde, iluminação ao fundo dando aquele toque diferenciado junto do arvoredo".
03. Em 02/07/2023 publiquei: "Emerson Luiz Borges já é conhecido aqui da sessão, tendo comparecido dois meses atrás, pela sua atuação diferenciada vendendo balas no sinal da avenida Nações Unidas com a rua Julio Prestes, sempre ousando, com um guarda-sol postado na esquina, para os descansos após muito tempo ao sol. Hoje, se apresenta com um nariz de palhaço feito por ele mesmo, na ponta uma tampa de garrafa e pede para ser fotografado, pois dia de feira ele vai e vem, um tempo na esquina ganhando seus trocos e outro na feira, distribuindo simpatia e querendo ser visto. Emerson é dos que, suam muito a camisa, mas se apresentam alegres e confiantes em momentos e dias melhores".
04. Em 03/07/2023 publiquei: "Pequenas edificações de dois andares, com apartamentos frontais, sacadas típicas de construções dos anos 60/70, essa na rua Rio Branco, quadra 8, tendo na parte inferior hoje uma lanchonete. São as tais que dão um charme mais do que especial ao centro velho bauruense, mas infelizmente, se bobear estarão logo mais na lista das demolições da atual alcaide".
05. Em 05/07/2023 publiquei: "Vejo pipocando matérias jornalísticas nos últimos tempos sobre a quantidade de bocas de lobo, os populares bueiros entupidos pela cidade adentro. Publico uma delas, resistindo ao longo do tempo, localizada junto da passagem de nível dos trilhos urbanos, na rua Antonio Alves, ao lado de bar e, na qualidade de antigo morador da região, conheço este há mais de 50 anos. Feito numa época onde ainda predominava algo com a cara da ferrovia, como este feito de trilhos e, hoje, mesmo sem muita manutenção no seu entorno, resiste bravamente, sem nunca ter tipo problemas de vazão de água ou acumulo de lixo. No canto direito da foto, também com o trilho sendo utilizado ao contrário, ótima iniciatuiva para passagem de esgoto na lateral da travessia do local. Tudo o que foi feito pela mão de obra ferroviária tem duração indefinida, como se comprova com a foto, com o entorno deteriorado, mas o danado do bueiro inteirinho e sem vestígios de problemas. Enfim, quantos anos deve ter essa obra, ainda muito útil na região?".
06. Em 06/07/2023 publiquei: "Na rua Abrahão Rahal, vila Cidade Universitária, quando, com o passar do tempo, a trepadeira se une, ou melhor, se funde com outras espécimes, formando o enquadramento verde perfeito e natural da beleza na sua essência".
07. Em 07/07/2023 publiquei: "Na quadra 3 da rua Santa Terezinha, duas acima do Fórum do Jardim Bela Vista, um senhor entre 60 e 70 anos, sobe em alta escada de alumínio, tudo para podar uma árvore, deixando-a mais vistosa. O enxergo, com todos os riscos envolvidos no que faz, como algo grandioso, original artesão de belezuras verdes. Ver muitas árvores podadas, vale o esforço, mas não sei, se neste caso, o risco".
08. Em 08/07/2023 publiquei: "Dentro de um pomposo edifício, dito como "inteligente", quadra 23 da avenida Getúlio Vargas, olho pela janela e lá embaixo uma rotatória e famosa encruzilhada, embicando essa avenida com outra, a Nossa Senhora de Fátima, estertores do Jardim América. Ótima visão destas plagas do alto, observando o que já foi aquilo tudo um dia e o que é hoje. Mais ainda, o que será daqui uns poucos anos".
09. Em 10/07/2023 publiquei: "No abandonado e repelido Sambódromo de Bauru, única atividade persistindo no local, aulas de auto-escolas e na lateral, a demonstração explícita do descaso, abrigo feito com restos e sobras, única proteção, além das poucas árvores".
10. Em 11/07/2023 publiquei: "Aqui jaz os restos mortais da praça Val Rai (Valdir Raimundo), homenageando nosso mestre na arte do Butoh. Localizada no Jardim das Orquídeas, fundos do Geisel, 7 mil m2 e hoje tudo do artista no esquecimento. Como a dita cuja prefeita privilegia neste momento algo na recuperação de muitas praças, essa até o presente momento continua passando batido. Por que será, se atende população de grande monta naquela região?".
11. Em 12/07/2023 publiquei: "Dirigia despreocupadamente pela avenida Nuno de Assis, quando vendo algo junto das lojas na lateral, já próxima do hipermercado Tenda, levo o maior susto. Como vi com o carro em movimento, cheguei a crer ser de algo não mais existente na cidade faz tempo, um Drive-In e não, como depois fui ver, um já não mais existente no local, o Drive Thru Eu Love Cia - estabelecimento fechado. Revivi assim, colocando a memória pra funcionar, passado já não tão próximo, quando o Biruta's, drive-in antológico destas plagas, lá defronte o Aeroclube, foi o must de tempos idos por aquelas bandas. Passou um filme em minha cabeça".
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