segunda-feira, 24 de julho de 2023

RELATOS PONTENHOS / LATINOS (119)


PERON PERON, TEMPLO PARA REVERENCIAR O PERONISMO EM BUENOS AIRES
Eu e Ana Bia estivemos por lá para um almoço no meio da semana passada. Nos deparamos, mesa ao lado da nossa, muitos senhores, todos bons de conversa e sabedores da história argentina em detalhes. Apuramos os ouvidos, ouvimos e não resistimos, nos aproximamos e puxamos conversa. Falamos de Lula, das lutas desta América Latina, da possibilidade de uma Pátria Grande vingar, de Cristina e de Nestor Kirchner. A receptividade foi imediata e nas fotos, cada cantinho do lugar, sendo construído também por cada visitante, muitos trazendo algo novo ou, simplesmente deixando algo escrito nas paredes do restaurante. Por fim, cantamos junto com eles o Hino Peronista e intregrados ao lugar, chegamos à conclusão - que já tínhamos certeza - de que, os que lutam por melhorias para o povo são duramente perseguidos nesta parte do mundo. As oligarquias, ou melhor os donos do poder e do dinheiro não permitem que estes avancem ou conquistem direitos. A intenção é sua permanência no poço da ignorância e sempre subalternos, pois ciente de sua condição, lutariam e lhes tirariam nacos de um poder, que consideram só deles. Lula, que nem comunista é sofre muito pelas suas escolhas e Peron, também não comunista, idem. Os vejo no mesmo patamar de busca de algo de muito bom para seus povos e isso os une.
Sim, olho para eles e os vejo junto de Mujica, Cháves, Correia, Lugo, Petro, os Kirchner e sei o quanto estes, pelas suas escolhas foram perseguidos e também muito amados por quem de fato, sabe o que lhes é feito e reconhece nestes alguns avanços. Nada é conquistado por estas bandas do mundo sem "sangue, suor e lágrimas". Já presenciamos muitos avanços e também muitos recuos. Com Lula, ou melhor, após os primeiros governos de Lula e depois do de Dilma, isso ocorreu no Brasil e também na Argentina, com uma ditadura mais perversa que a nossa, isso depois de Peron. Vieram os Kirchner's e depois, o recuo com Macri, depois a retomada e neste momento, nova encruzilhada. Os peronistas se unem em torno de um nome não tão peronistas, Sergio Massa, o candidato escolhido para enfrentar as cruéis e insanas oligarquias. Os entendo, pois passamos por algo assim. Não se trata de escolher o menos pior, mas não permitir recuos, pois estes quando ocorrem, tudo piora e muito. Lula vai passar por isso na sua sucessão e a Argentina passa por isso agora, com os peronistas, mesmo estes aqui da mesa do lado, assimilando a necessidade, de não tendo no momento um nome tão peronista, seguir adiante com um, que aos menos proponha a não destruição das liberdades e direitos já conquistados. Sentado naquele bar, refleti sobre tudo isso, assim como uma viagem passando diante de meus olhos. O bar é lindo, o local acolhedor e o momento nas ruas exigindo mais do que conversa para se chegar a algum lugar melhor do que o propiciado pelo momento presente. O ideal de Peron e de Lula seguem altivos para muitos. Isso, pelo menos, é alento para continuar na lida e luta. Sigo os reconhecendo como lutadores e contrários às injustiças. "Dias mais felizes sempre foram peronistas", está lá num dos escritos nas paredes. Isso me cala fundo, sei ser isso mesmo. A luta continua.

OBS FINAL PARA A CONTINUIDADE DOS TRABALHOS
Talvez, amanhã, 25/07/2023, consigo retomar meus escritos como dantes. Talvez, pois a recomposição após o retorno não se dá assim de bate pronto. Pelo menos para mim. Preciso de mais um tempo, pois ainda me vejo com um pé lá e cá. Mas volto e talvez, mais ácido, pois de todas as visões que tive da Argentina, a que mais me chocou foram a dos desdentados, uma legião de pessoas sem condições de tratar os dentes e com eles apodrecidos nas bocas. Isso é reflexo de algo de muito ruim. A boca, quando deixada de lado, sinal evidente de que, tudo o mais também vai muito mal. Observar isso nas ruas - não só lá, aqui também e em toda América Latina - é sinal de que a luta precisa ter continuidade, mais acirrada contra os perversos e malversadores deste nosso mundo. Volto a escrever para finalizar: A LUTA CONTINUA...

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