terça-feira, 10 de setembro de 2024

FRASE DE LIVRO LIDO (205)


A HISTÓRIA E O DESTINO DE EXEMPLAR DETERMINADO LIVRO

"A desintegração da Morte" é obra do imortal escritor lençoense Origenes Lessa, que fez com que fosse dado nome a hoje Cidade do Livro e também para uma das melhores bibliotecas do interior brasileiro. Besteira ficar repetindo da importância de Lessa para nossa literatura e para cidade de Lençóis Paulista, pois isto já é do amplo conhecimento popular.

Neste último domingo retorno a Lençóis e deixo aos cuidados do maior e mais expressivo agente cultural local, Nilceu Bernardo um raro exemplar do citado livro, para seja incorporado ao acervo de raridades da biblioteca. Conto da trajetória do exemplar até chegar neste destino.

Tudo começa com meu sogro, seu Zé Pereira, procurador da Ptrefeitura do Rio de Janeiro, advogado com escritório até falecer na avenida Rio Branco, centro da Cidade Maravilhosa e um acumulador de livros - como este HPA. Sua casa era constituída de livros por todos os lugares, até no banheiro. Juntava raridades e quando dee sua morte, herdamos aquelas preciosidades todas. Muita coisa nos desfizemos, outras estão conosco até hoje e este livro, acabou ficando, creio eu, por ter encontrado na primeira página uma dedicatória do próprio autor.

Nunca o li, mesmo já tendo lido vários do Lessa. Na dedicatória para o amigo Luiz Augusto de Medeiros, Lessa renega a edição do livro, pois diz ter encontrado muitos erros, principalmente de revisão e que não o leria novamente. Como a transcrição foi feita com uma caneta com tinta fraca, meu sogro, transcreveu todo o escrito, deixando junto da primeira página num papel, com sua letra miúda, inigualável para mim e sua filha, Ana Bia. Ficou guardado por anos nos meio dos meus.

Há cerca de um ano atrás, comentei com o Nilceu que traria o livro e o doaria para a biblioteca de Lençóis. Vim vários vezes para a cidade e acabei não o fazendo. Neste domingo, lembrei, reli o bilhete e Ana preferiu ficar com o original, enfim, continha a letra de seu pai. Deixei o livro com alguém da Cultura local, que entregaria a quem de destino, fazendo-o chegar até a biblioteca.

Tenho vários livros com dedicatórias do próprio autor. Estão espalhados no meio dos meus tantos. Este, pelo que representa para o acervo do autor e a relação de sua cidade com o livro em si, a certeza deque, o melhor lugar seria deixá-lo junto aos "raros", como me disse Nilceu. E assim, foi feito.


VELHINHO PERDIDO COM AS ARAUCÁRIAS CURITIBANAS
A foto não é recente. A recebo hoje dos arquivos do bauruense, radicado há décadas em Curitiba, meu dileto amigo Kizahy Baracat Neto. Foi tirada por ele de uma das três ou quatro vezes que lá estive quando Lula esteve preso injustamente na Polícia Federal. Ele sempre me abriga em sua casa e de lá, saímos para intermináveis andanças por caminhos descritos e muitos impossíveis de serem relatados na cidade que aprendi a gostar, muito antes do advento Sergio Moro e Lava Jato. Ia para lá, semana seim, semana não, vendendo minhas chnacelas e passando a semana toda por lá, conheci cada cantinho. Os cantos mais insólitos são sempre os melhores. Mil recuerdos. Nesta foto, trajando a indumentária vermelha, estava protestando contra a prisão de Lula e me juntando a gente do Brasil inteiro, que por lá aportavam pelo mesmo motivo. Agradeço sempre pela hospitalidade de Kizahy e por em muitas visitas se dispor a circular comigo, conversações que não terminam nunca. Agora mesmo, me diz do período quando estará por lá e me instiga a ir visitá-los, ele e a esposa, agora morando sós, pois os filhos se bandearam mundo afora e o casarão está com quartos vazios. Prometi ir preenchê-los pelos menos por alguns dias e matar saudade de tudo o que já vivi por ali. Receber este tipo de foto, vinda de alguém por quem já entabulei contatos imediatos do terceiro, quarto e quinto grau é mais que emocionante. Por trás de cada foto dessas, baita história, a minha história, a minha vivência, onde já estive, atuei e continuo atuando, me metendo a pisar e viver. Posto ela até para se mostrar um bocadinho, pois sempre que posso, circulo pela aí, boto a mochila nas costas - hoje, muito menos do que deveria - e gasto sola de sapatos. Viver é preciso, mas sempre rodeado de gente do bem, destes como meu dileto amigo, que nos levam para descaminhos divinais. Que seria de mim ir pra Curitiba e seguir em trilhas turísticas, as que todos vão? Conhecer um lugar é desbravar tudo o mais, bem longe das trilhas turísticas. Kizahy me desencaminha...

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