segunda-feira, 9 de setembro de 2024

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (232)


UMA BOA DENÚNCIA PRA COMEÇAR A SEMANA BEM ACESO
"Não sei se interessa, mas amanhã de manhã a assessora da secretária do meio Ambiente enviou uma mensagem pros funcionários da Secretaria dizendo que vai fazer uma festa surpresa na Semma pra comemorar o aniversário da secretária, se pagar $15,00 para participar não precisa trabalhar de manhã, usando assim uma secretaria para uso particular, ou seja, não diferenciando o público do privado. ".

O amanhã é hoje, segunda. Recebi a denúncia ontem e a publico hoje, quando a "armação ilimitada" já deve estar em curso, ou seja, difícil desmobilização. Adoro festinhas, mas nenhuma desse tipo. Pelo visto, Meio Ambiente mesmo, algo de pouca valia. Conferindo o detalhamento do que deve estar em curso exatamente neste momento.

Texto escrito hoje, 8h10 da manhã. Foto enviada e aqui cimpartilhada da festa ocorrida durante expediente e com cobrança de R$ 15 por cabeça, tudo para festar aniversária da atual secretária da pasta do Meio Ambiente.


VOU USAR SEU ABEL BARRETO PARA LHES CONTAR A HISTÓRIA DAS PASSAGENS GRATUITAS PARA IDOSOS EM ÔNIBUS PELA AÍ
Seu Abel Barreto é sindicalista das antigas, desses que não perdem nunca a mão. Foi fundador do dos Trablhadores Rurais de Duartina e lá fez história, tanto que hoje o cercam na rua para que volte a administrar o de sua cidade. Ele está em outra e não pode mais fazê-lo, mesmo que quisesse. Conquistou um lote no Assentamento Luiz Beltrame, lá de Gália e além de morar lá, preside a Cooperativa dos Trabalhadores do lugar, algo em torno de 80 pessoas. Ele é um batalhador na acepção da palavra.

Primeiro conto de sua saga para sair de onde mora e vir até Bauru, onde hoje foi resolver umas questões junto ao escritório do Incra, as tais questões da terra. Chegou aqui, fez o que tinha que fazer e estava a voltar decepcionado, pois por lá, hoje pelo menos, a internet estava fora do ar e volta com as mãos abanando. Passou pelo comitê do amigo de longa data, Claudio Lago e proseou comtodos por ali. Suas histórias são todas mais que revitalizantes, revigorantes, pois são do homem da terra, algo sentido com a própria pele, suor escorrendo em cada uma delas.

Ele sensibilizou a todos contando como vai voltar lá pro assentamento em Gália. Hoje vai voltar de ônibus até Duartina, onde pernoita. Amanhá só tem ônibus que bate com algo o deixando perto de casa, saindo de Bauru, 15h e parando em Garça. Chega lá e fica um tempo na rodoviária, pois o ônibus que lhe interessa só as 19h e parandona cidade de Ubirajara. De lá os companheiros irão lhe buscar já de noite e o levarão para sua casa.
 Pergunto se não é mais fácil ir até Gália, pois o assentamento está fincado nessa cidade. Ele me explica que não. De Gália até onde mora são 30 km e de Ubirajar são apenas 9 km. E diz que, em algumas vezes percorre longos trechos a pé ou quando muito de carona ou só sai quando tem alguém de carro indo pra cidade. Ele não se mostra entristecido e falamos sobre como antes tínhamos muito mais ônibus circulando pela aí e hoje, depois da pandemia, tudo foi drasticamente reduzido. Ônibus hoje é raridade nessas cidades mais pequenas.

Engrenamos essa conversa com outra. Eu lhe disse que estou para utilizar pela primeira vez a tal da passagem gratuita de idoso, a que estes possuem direito garantido por lei, duas vagas por viagem. Digo ter ido ver como era o procedimento e me disseram, ter que ir cinco dias antes da viagem e quando fui, o cara do guichê pediu para ir pouco antes da meia noite quando está para completar os tais cinco dias, pois de manhã já não existe mais passagem. Conto que, vi uma senhora que estava esperando a vaga ali sentadinha num banco defronte o guichê da empresa na rodoviária desde às 21h30, sempre na vista do agenciador e tão logo chegasse outro, estariam lacrando as viagens naquele horário.

Aberl conta de suas experiências com o passe idoso gratuito. Ele já está com mais de 70 anos e diz que isso ouvido de mim é um absurdo. Algo precisa ser feito. O idoso que realmente precisa não têm como ir lá no terminal a meia noite e ainda chegar mais cedo, tudo para conseguir sua passagem. Ele até conseguiu viajar algumas vezes, pura sorte. Sabe de toda movimentação dos idosos e espera que algo ocorra, sensibilizando as empresas para facilitar em algo mais. "Veja por mim. Eu não tenho carro. Para conseguir uma passagem pra São Paulo, teria que pernoitar na rodoviária, posar sentado num banco e ainda contar com a sorte. Não é justo. A lei é boa, aliás, ótima, pivilegia o idoso, mas sua aplicação precisa sofrer e passar por reajustes. Não sei ao certo como resolver, mas o idoso mais pobre está perdendo feito a disputa para o idoso com melhores condições. Você vai lá de carro a meia noite e irá tentar conseguir sua passagem. Justo, segue as regras, mas e o que não tem condições de ir lá neste horário. Este dificilmente consegue sua passagem", me diz.

Ouço tudo e contato algo mais. Nunca tinha tentado uma passagem gratuita como idoso e já na primeira vez me deparo com algo onde as diferenças de classe são mais que evidenciadas. Abel sabe das coisas. Enxerga longe e sua luta, a de uma vida inteira é para vergar os poderosos, estejam eles onde estiverem. Neste caso, duas histórias de sua vivência, de como rola seu dia a dia. Ele circula por aí, muito de ônibus e amanhã terá uma saga de mais de treze horas de estrada até chegar em sua casa, depois a outra saga, conhecida por mim só agora, a de como os idosos mais empobrecidos são os que mais sofrem quando querem usifruir da passagem gratuita. Tem tanta coisa pra ser resolvida neste país e isso aqui são apenas duas pontinhas de um imenso iceberg.

RECADO DO HPA (33)*
* Algumas histórias escutadas pela aí, precisam ser obrigatoriamente passadas adiante. Essa eu ouvi hoje e quase instantâneamente a transferi para o papel.

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