domingo, 27 de dezembro de 2009

BAURU POR AÍ (31)

SHOW NA PRAÇA CENTRAL DE AGUDOS NUM SÁBADO PÓS-NATAL - LÁ SIM, AQUI NÃO
Abro o Jornal da Cidade de hoje para ler a entrevista com o prefeito Rodrigo Agostinho e lá algo a traduzir a política brasileira: "O Brasil tem muitos partidos. Ninguém governa sem partido, sem composição política. Isso é difícil. Por mais que você tente contemplar os partidos que estiveram junto com você, sempre vai ter aquele outro que se sente preterido". Constato, é mesmo muito difícil fugir disso. Vejo o presidente Lula e sua batalha, todos muito parecidos nessa luta. O que me chamou mesmo a atenção foi um trecho da Coluna "Entrelinhas", na nota" Trombada de Nariz", quando afirmam: "Ao Jurídico é esperado o intrínseco papel de apontar caminhos, desconstruir obstáculos e mencionar falhas em editais e artigos de contratos, tendo como essência busca da proteção a legalidade e ao interesse público". Parece simples e tão fácil, mas não é. Eles também complicam um pouco e dificultam outro tanto. Vivenciei isso quando trabalhei na Cultura municipal. Ouvia nos corredores que se algum setor não queria aprovar algum projeto e não sabia como dizer não ao proponente, bastava enviá-lo para o Jurídico, pois a negativa era certa. O contrário também ocorre, quando alguns querendo fazer algo, tocam o barco, sem buscar a tal aprovação, pois enviando a eles, além do entrave natural, demora excessiva, nada ocorreria. Tradução de minha lavra: O Jurídico da Prefeitura, como a grande maioria dos setores públicos municipais é "cagão", medroso e não assina quase nada. Se borra todo e assim sendo, muitas coisas interessantes vão sendo adiadas e nem acontecem.

Fui me lembrar disso ontem quando estive à noite em Agudos, assistindo na praça central a um show de vanerão gaúcho com o tradicional Gaúcho da Fronteira e banda, junto de diletos amigos, o vereador Roque Ferreira, a amiga Zezé Ursolini e a mana Helena Aquino. Praça cheia, a cidade inteira em volta de alguns eventos natalinos de fim de ano. Shows de artistas pagos pela municipalidade e um parque a movimentar as crianças. Roque Ferreira num certo momento desabafa: "O que alguns precisam entender é que para se contratar um artista, por exemplo, um Ney Matogrosso não é preciso fazer licitação. Aliás, como você vai fazer três orçamentos e escolher o mais barato, se existe um só Ney". Faz mais do que sentido e sua fala foi bem em cima de algo vivenciado na questão municipal envolvendo as artes e espetáculos. O Jurídico emperra algumas contratações pela inexistência de licitação. Talvez não seja o caso desse tão cuidadoso setor da Prefeitura, dar uma espiada básica em contratos feitos em variadas Prefeituras vizinhas. Solução existe, mas tem que ter assinatura de quem analisou o processo e isso é uma dos grandes problemas. Ninguém, mas ninguém mesmo gosta de assinar nada, com um medo mais do que neura disso resultar em problemas futuros. E assim sendo, não se contrata ninguém. E os que querem ver show em praças, como nós quatro ontem, que coloquemos o pé e o carro na estrada.

Do show do Gaúcho da Fronteira, além do vanerão bom para dançar e da música gauchesca da fronteira com o Uruguai, extraimos pouca coisa, pois o som não estava dos melhores. Curtimos o máximo que pudemos e na saída, por volta das 23h30, algo a obstruir a rua central da cidade. Logo na frente nos deparamos com um caminhão de limpeza pública recolhendo o lixo da cidade em pleno sábado pós-Natal. Por aqui, ficaremos quatro dias sem coleta, mas aqui é um grande centro e lá é um pequeno. Não sei o que uma coisa tem a ver com outra, mas é que lá se consegue e aqui não. Como lá se consegue realizar shows de artistas na praça e aqui não.
Cliquem no vídeo abaixo e vejam, mesmo com a gravação ruim feita por mim, como uma praça cheia pode trazer felicidades múltiplas e variadas para a população de uma cidade,qualquer uma, inclusive a nossa:

8 comentários:

Anônimo disse...

È preciso sair de Bauru para encontrar cultura...

Veja só Henrique, a que ponto chegamos, até o nobre vereador Roque tem q ir para outra cidade para assistir a um show, cade a nossa secretaria de cultura???
tenho pena é da população que não pode ir para outra cidade, pois a cultura da nossa esta falecida e nada fazem para que ela volte a ser produtiva e popularizada...
aproveito para pedir que o vereador Roque tome providências e q não precisemos sair de Bauru para desfrutar de cultura, pois temos grandes artistas e produções q estão sendo deixadas de lado...
a situação é tão constrangedora q infelizmente não posso me identificar se não nem na secretaria posso mais entrar...

Anônimo disse...

Qualquer pessoa, masmo as que estão de fora do processo cultural da cidade de Bauru percebem que a situação atual está muito piorada. Se com o Vinagre existiam problemas, eles se ampliaram muito, mas muito mesmo. Aqui na Cultura está um verdadeiro caos. Tínhamos por hábito reclamar das atividades no teatro, mas hoje essas atividades inexistem. Vejam a programação do teatro, que hoje não mais existe. Durante os 4 anosdo Vinagre eles iam buscar peças e eventos pelo PAC estadual e nenhum foi buscado neste ano. Essas são atividades gratuitas e poderiam ser estendidas aos bairros. Nada foi feito e o setor antes ocupado pelo Sivaldo, hoje é inoperante. O antes ocupado por ti, não teve um passei osequer de Maria Fumaça e não foi feito nada de restauros lá nos vagões do ferrovia para Todos. Tudo parado. O Chiquito que alugava o teatro e trazia peças de fora disse que enquanto continuar esse pessoal atual, sua firma não mais voltará a trazer peças para Bauru. As reclamações são constantes e tudo aqui está sendo perdido, iluminação, som, instalações e equipamentos. Vai ser difícil recuperar isso e a auto estima do quadro de funcionários, que anda baixa e sem estímulos. Muitos eventos foram trazidos para Bauru, mesmo sem recursos provenientes da Prefeitura, mas hoje, nem isso eles sabem fazer. O seu texto de hoje mostra um outro lado o de pagar eventos. Não existe um realacionamento da atual direção daqui com o Jurídico e nenhum evento pago foi aprovado. Falta consist~encia na apresentação dos projetos, muito fracos, sem embasamento e dessa forma, merecem só risos. Falta também coragem do Jurídico em levar mais a sério o que é a Cultura, mas com alguém fraco no comando, sem saber a que veio, como esse alguém pode querer representar a Cultura perante os órgãos da Prefeitura. Mas, como prefeito disse na entrevista do jornal, eleição é compromisso de campanha e ninguém governa sózinho. E se não mudar, tudo piorará. Vejam como está esse final de ano e constatem daqui a um ano. Será que ainda existirá a nossa tão querida Secretaria Municipal de Cultura, que vi nascer, frutificar e infelizmente, estou vendo seu fim. Não deixem jogarem o último pá de cal sobre nós.

Você sabe quem eu sou.

Mafuá do HPA disse...

meus caros (as)

A minha intenção com este texto não foi tecer novas críticas para a Secretaria Municipal de Cultura, mesmo eles merecendo a continuidade da saraivada recebida até então. O tema do relato foi outro, algo que o Jurídico da Prefeitura ajuda a emperrar e dificultar, que é a realização de shows e eventos pagos na cidade. Uma burocracia sem fim e sempre encontrando-se justificativas para a não realização dos mesmos. Comparei com uma situação ocorrida em Agudos, mas poderia fazê-lo com tantas outras. Só aqui o problema é mais evidente. Citei até um dos principais motivos, mêdo.

Sei também que qualquer tema envolvendo a questão cultural na cidade resvala na situação de penúria e falta de agilidade administrativa naquela Secretaria Municipal. É natural que funcionários e envolvidos se manifestem, usando desse espaço, para desbafos, como os ocorridos nos dois comentários acima do meu. é a repetição de algo já sabido por todos. E se todos já conhecem a situação e que ela não se reverterá com o atual mandatário, nada melhor do que na reforma administrativa proposta pelo prefeito, uma mudança estrutural de comando e de direcionamentos, conceitos e ações.

Eu continuo a lamentar e muito a continuidade dos problemas. A solução é das mais simples e a mais aguardada. Veremos nos próximos dias.

Quanto ao tema do texto, toco em outra ferida. Por que Bauru não realiza eventos culturais com artistas pagos pela municipalidade? Onde está o problema? Qual a dificuldade? Por que outras cidades realizam e aqui não? Outras questões de respostas também fáceis.

Um abracito de final de ano a todos (as)

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Henrique

Eu já li que vc gostaria de ver discutido aqui sobre a não realização de shows pagos pela prefeitura, mas não resisto e vou mostrar para todos mais uma carta sobre os desmandos perpretrados pelo atual manda-chuva da Cultura local. De vergonha em vergonha, parece que o prefeito quer exonerar só a Majô e deixar no cargo o da Cultura. Pois prefito que ela continue, para que não volte um pessoal que só gostava de viajar por lá. Estão batendo de frente indevidamente com ela, pois n~çao estão analisando que se está tudo ruim, pior poderá ficar, igualzinho o que aconteceu na Cultura.

Leia o texto da página dois do caderno segunda-Feira do Jornal da Cidade:

Venho através desta mostrar minha indignação (nojo) pelo estado de abandono do Centro Cultural de bauru. Estive neste local para assistir a uma bela apresentação de nível altíssimo, e o mesmo não condiz com que Bauru pode e deve fazer... utilizar de forma inteligente e bem administrada seus locais de cultura.
Sem papel em banheiros, sem um vaso de plantas, sem uma cafeteira para um bom cafezinho e um mobiliário de quinta categoria. Foi com esse quadro que me deparei no Centro Cultural, sem falar no Vitória Régia, que poderia, durante o ano e nestes festejos, nos apresentar algo de belo, de louvável.
Um lindo local só utilizado no aniversário da cidade. Que pena,senhor prefeito! Cultura também é uma porta de entrada para uma vida melhor...
LUIZ ANTÔNIO CASONATO

Essa foi a cacetada no JC, mas o BOM DIA foi mais duro. Em sua página dois, nos Bastidores, Cotação:

Outro que tem sido pressionado, mas pelo setor cultural, é Pedro Romualdo. Não será supresa se sobrar para outros secretários, para fazer composição política e agradar partidos como o PP e PDT.

Desculpe, viu henrique, pois também acho que nos faltam shows pagos ou pelo menos, criatividade para buscar na Cultura estadual e até federal, iniciativas de baixo custo, mas com o pessoal que aí está nada será mesmo feito, pois não conhecem nem o caminho das pedras. Como falar em contratar shows se nem limpam o teatro, a biblioteca, devolvem o restaurante ao funcionamento, o trem da Maria Fumaça e as exposições nos museus.

Este é o meu desabafo. Ficou longo, mas é que os jornais falam, nas rodinhas todos comentam, estando amis do que na cara que tudo piorou por lá, mas não está havendo interesse numa mudança. Por que, me explique?

Felipe Soares, estudante da UNESP, frequentador do teatro, biblioteca, museus, SESC, Vitória Régia, Cine Clube e tudo que envolve cultura.

Sivaldo Camargo disse...

Oi Henrique, antes de qualquer coisa feliz 2010 para você e toda família. É a primeira vez que pronuncio publicamente sobre a Secretaria de Cultura, depois que deixei a função de diretor de departamento de ação cultural, e não minha modesta opinião eu acredito que para os grandes shows realizados nos 4 anos que estive na secretaria o jurídico nunca foi um empecilho, e a SEPLAN sempre que foi entregue toda a documentação com tempo hábil também não tivemos problemas, vale ressaltar o empenho do Vinagre para estas situações.
Em relação ao pagamento de cachê para grandes shows, é uma questão de orçamento, o orçamento da cultura é pequeno e a demanda de atividades é grande, alem disso a dispensa de licitação, sempre que seguido de uma boa justificativa quase nunca tivemos problemas, mas a questão quanto a licitação para um grande evento (show) é a estrutura necessária, o Nei Matogrosso é único mas a empresa de som, palco, iluminação, gerador, segurança, banheiro químico, hotel e restaurante tem que haver licitação, além de que cada secretaria tem um limite para gastos em todos estes itens.
A contração de um grande show pela prefeitura me remete ao antigo discurso, “não tem sentido gastar grande parte do orçamento da cultura com as escolas de samba e deixar de desenvolver atividades culturais o resto do ano.”
A secretaria tem compromissos carimbados, aniversário da cidade, virada cultural e etc., onde a secretaria entra com a infra-estrutura, o que compromete o orçamento dos itens acima citados.O que é lamentável para a cidade é rompimento da parceria com a iniciativa privada, lembrando que já tivemos shows de grande porte com mega estrutura e gratuitos para a população, bancados por empresas como: Pão de Açúcar (pão-music), Telefônica (trio Telefônica) e Tim, entre outras, foram empresas que estiveram presentes com grandes produções, sem contar com a apresentação da Osesp, parceria da sec.do Estado com a iniciativa privada e Sesc, e que a sec de Cultura não teve nenhum ônus além do trabalho de seus funcionários.
Falando em grandes shows não podemos esquecer do SESC, que tem uma ótima estrutura para shows e os ingressos sempre são acessíveis. O que no meu ver é função da secretaria de cultura, alem da formação, é promover espetáculos que estão fora do circuito comercial, nos quatro anos nunca pagamos cachê para artistas globais, mas contratamos a Cia. do Latão, Grupo União olho Vivo do Piveta entre tantos grupos que jamais teriam se apresentado na cidade. Também pagamos cachês para palestrantes grupos de dança e grupos musicais.
Eu sinceramente não sei o que aconteceu neste ultimo ano na secretaria de cultura, como foi mencionado nenhum projeto do PAC foi apresentado, tínhamos uma procura enorme de grupos (teatro,música e dança) querendo se apresentar na cidade sem nenhum ônus para a secretaria, sem contar com artistas que nos procuravam para se apresentar sem cachê, correndo o risco da bilheteria, entre tantos Francis Hime duas vezes.
Espero que no próximo ano as coisas voltem a funcionar com mais intensidade na área cultural,
Um grande abraço e continue com este espaço, ele é um canal importante para a discussão de temas importantes para a cidade.
Sivaldo Camargo.

Anônimo disse...

Henrique

Ia escrever uma coisa e acabei lendo o que o Sivaldo escreveu aqui, repensei um pouco. Todas as pequenas cidades, inclusive Agugos, não deve ter uma subdivisão de orçamentos por secretarias, uma vez que nem de Cultura a maioria delas possuem. Tudo entra no Orçamento único da Prefeitura, num todo, aqui não, cada uma tem o seu e todo o gasto programado é descontado do total a ser repassado. Interessante isso de não se pagar valores muito altos para poucos eventos, quase que pondo a fim ao valor total do orçamento. Pulverizar é preciso. Outra coisa que li e achei interessante é o fato de não ter se apresentado mais nenhum daqueles grupos indicados pelo PAC estadual. Por que isso, se tantos batiam às portas da Cultura, já com cachês pagos? Algo de muito estranho ou nem procurar por esses eventos os atuais estão fazendo. Mesmo com orçamento reduzido, vejo que a Cultura poderia conseguir via Executivo, verbas extras para eventos variados, não descompensando o já minguado orçamento.

Um tema muito interessante este. Continue assim.

João Paulo

Anônimo disse...

Pera lá , sr Prefeito !!!!!!!!!!
A Majô é demitida e o piorzão de todos continua no cargo. Olhe um pouco para o padecimento de toda uma classe cultural na cidade e o estado atual das coisas.
Não se esqueça de nós, por favor...........

Anônimo disse...

Concordo contigo ...infelizmente não colocou o seu nome .... a Majô ..excelente profissional... não conheço o da Cultura pessoalmente, mas posso afirmar que a Secretaria da Cultura está muito diferente daquela que eu conhecia e presenciei.... ele ñ trouxe nada de novo ... nem apareceu(à ñ ser em FOTOS NO JORNAL DA CIDADE)desculpem ...muito mal ..... ñ tivemos nada em 2009 ... Rodrigo ....conheço vc...faça alguma coisa pra mudar isso ....
Sei que pode mudar ..c/ctza ....
HELENA AQUINO