segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (47)

CONTENDAS DOMINICAIS NA FEIRA DO ROLO E NO JOGO DO NOROESTE CONTRA O SANTO ANDRÉ
1.) O domingo prometia. Calor abrasador ao colocar o nariz para fora do mafuá. O melhor mesmo era sair daqui e circular pela Feira do Rolo. Foi o que fiz. Logo na entrada reencontro dois diletos amigos, o ex-jogador do Arca, Neizinho (meu único craque do amador varzeano de Bauru - do tempo em que ainda dava para ver esses jogos) e Aldo Wellichan, um radialista sem microfone (produzia programas com seleções internacionais na Auri-Verde, abolidos após sua saída). Paramos ao sol e ficamos a papear sobre o assunto do dia, o jogo do Noroeste contra o Santo André, na primeira rodada do Paulistão. Os três, amantes do bom futebol, com disposição para lá comparecer, mas discutindo sobre preços, não altos, mas fora de nossas possibilidades. Ver Nei dançar no meio da feira, como o fez comigo no dia da eleição do 1º Turno, lá no Jeribá foi para juntar pessoas. O cara é uma pluma e diferente de mim, dança de cara limpa, desavergonhadamente. Aldo relembra craques do passado de nossa várzea e por fim algo contado por Nei: "Sandão foi becão do Arca por quase toda vida. Numa temporada foi jogar num outro time e no primeiro jogo contra nós do Arca, marcando a mim. Essa a tática do técnico deles, botar meu amigo para me marcar, pois assim me intimidaria. Não foi o que aconteceu, pois na primeira bola que me lançaram, joguei de um lado e deixei Sandão estatelado. Foi o bastante, ele levantou-se e me deu um bofetão no meio da cara, que me jogou além do muro que cercava o campo. O juiz o expulsou na hora e ele saiu puto da vida com seu técnico, falando que ele era o culpado, pois foi colocá-lo justamente marcando aquele capeta". Esses reencontros na feira são para ganhar não só o dia, mas a semana. Aldo está radiante e me presenteia com um CD gravado por ele, o "The Best of Danny Brillant", com clássicos franceses com um pouquinho de tudo, desde salsa, tango, valsas... Ao sair da feira um gajo está a tocar com o som no último uma sertaneja, dessas inaudíveis e fui obrigado a fazer o mesmo com o Brillant. Ele deve ter me achado maluco, não menos do que o acho. Mas antes de ir, vou bater cartão lá na banca de livros do Carioca e trago um verdadeiro achado. É que recebi durante a semana um convite para conversar com o pastor presidente da Câmara Vereadores, o "Saka ahí, ó meu!" e não sabia o que levar de mino para tão distinta pessoa. Encontro ali na banca por módicos R$ 1,50 o livrinho "Histórias sobre a Ética", com textos de vários autores, desde La Fontaine, Voltaire, Lima Barreto, Machado de Assis, Moacyr Scliar e outros. Se lido, será de grande valia no dia-a-dia do novíssimo presidente, que como primeiro ato, demite alguns e coloca no lugar gente de sua igreja. A entrega faço no encontro que marco (fora do Gabinete presidencial, claro), para próxima semana.
2.) O segundo tempo do dia começa por volta das 18h, quando vou até a sede da Sangue Rubro buscar meu ingresso para ver o Norusca, agora com um trio valioso no ataque, Zé Carlos, Vandinho e Otacílio Neto. Busco o amigo Ademir Elias e seu mano a bebericarem no Bar do Ditão (agora sob o comando de um japa) e de lá direto para o estádio Alfredo de Castilho. A novidade são as cercas (que eles chamam de alambrado) por todos os lados e dizem que câmaras nos filmam nos mínimos detalhes (faço questão de urinar debaixo dos eucaliptos para testar a aparelhagem), mas nada disso impede que continuemos a mudar de lado, pois noroestino que se preza gosta mesmo de ver o jogo atrás do gol do adversário, só para ver os gols noroestinos de muito perto. Na entrada reencontro o Adilson da Banca, que junto de um cunhado (esse com binóculo, só para ver homem de perto) estava achando que ganharíamos fácil. Umas duas mil pessoas no campo e um gol numa bonita jogada no primeiro tempo, concluido pelo bom lateral direito Márcio Gabriel. Um a zero no primeiro tempo e na mudança de lado encontramos a Cláudia da Unimed (filha do craque Zé Carlos Coelho, junto de um amigo e sobrinho). O melhor de tudo foi sua promessa de que tendo dois livros, Onze Camisas Futebol Clube", o clássico do Galvão de Moura, irá me presentear com um (a ser entregue num churrasco entre amigos). Sofremos um pouco mais, pois o time ainda não está de todo entrosado. Empataram, marcamos o segundo com outro gol de homem da zaga, dessa vez com Da Silva, mas a alegria durou pouco, pois o mesmo que marcou o primeiro deles, voltou a marcar o segundo. Demos voltas até o final do jogo. Eles deram dois chutes ao nosso gol e marcaram duas vezes. Martelamos mais, mas não fomos eficientes. Saímos todos mocambúzios, pois tínhamos o jogo na mão, mas esperançosos, pois o time promete. A história do jogo foi protagonizada por Ana Bia, que não veio comigo, mas no intervalo resolveu fazê-lo e não conseguindo entrar, uniu-se a uma garotada lá fora, tentando escalar os muros do estádio. Dois moleques saltaram para dentro, mas ao tentar levantá-la para cima do muro desistiram. Ela adentra o campo quando faltavam meros dez minutos para o fim da contenda. Fica o resto do jogo ao lado da irmã do Pavanello a contar sua saga pelos lados de fora do estádio (conheceu todos os portões do Alfredão). Terminamos o dia degustando uma pizza no argentino Don Victor, ao lado do Posto Jama. Volto lá qualquer dia para contar as histórias vividas por Don Victor, radicado em Bauru e mambenbeando pelo Brasil desde os tempos em que montou por aqui o saudoso Casabranca, ao lado do extinto G Petisco. É mais um que não conhecia e já virei fã.
Viajo hoje a trabalho para o RIO DE JANEIRO e vou postando como puder os textos dessa semana

4 comentários:

Anônimo disse...

henrique meu amor. eu sou mesmo brava. em todos os sentidos. não pulei a marquise porque estamos os dois meio barigudinhos. mas, nos cuidamos a nós dois sem necessidade de interferência alheia. ou seja, em carioquês direto: quem cuida da sua barriga sou euzinha !

mudando de um polo ao outro...
que time é este que não vira o jogo? fui tentar dar uma de pé quente carioca e não funcionou. e olha que nem posso falar nada com o tal do ronaldinho gaúcho acenando pra minha torcida do flamengo - e, sem nem bola rolar em campo.... no banco é mole..... em campo é outra conversa....

enfim, norusca com o curintia vai ser pior - ou melhor - quem sabe estáremos lá? sangue rubro e eu comando feminino.

um beijo e tenha uma ótima viagem. ana bia andrade

Anônimo disse...

A Feira do Rolo é um dos melhores lugares para o congraçamento humano na cidade. Você manda muito bem comparecendo por lá. Qualquer dia nos cruzamos por lá. O Neizinho morava perto de minha casa, lá pelos lados da vila Antarctica, que hoje está com parte sendo demolida, para construção do novo shopping. Essa uma ótima história para seu blog.

VALÉRIA

Reynaldo disse...

Henrique quando eu era moleque ai em Bauru e andava naquela dureza do caramba pulava sempre o muro do lado dos eucaliptos.Eu e um monte. Bons tempos. Pra ver o Norusca jogando qualquer risco valia. Inclusive arriscando pra nao tomar porrada da cavalaria.Ja coloquei o seu belo texto la no Blog do Norusca.Quanto ao jogo de ontem, deram muita bobeira...So espero que traga pra Bauru tres pontinhos la de Ribeirao Preto. que Abracao meu camarada e boa viagem para o Rio.

Anônimo disse...

Sr.Henrique realmente uma delicia ler seus textos,dos mais polêmicos ao mais leve.Estarei pelo Rio essa semana,havendo um espaço talvez possamos fazer contato e nos conhecer pessoalmente.Onde estará hospedado e até quando ficará por lá?Grande abraço.Karina