terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UMA FRASE - GILETE PRESS (62)

FALEMOS DE CULTURA, DO INCENTIVO E DA AUSÊNCIA DELA – AQUI E ACOLÁ
Primeiro o acolá, a posse da nova ministra da Cultura brasileira, a cantora ANA DE HOLLANDA. Gosto dela e comprovou sua competência por onde já atuou. Prevejo embates interessantes no setor. Ressalto frases proferidas dias antes de tomar posse: “Em todo território nacional existe uma presença do MinC que não existia há oito anos. Há várias áreas a serem destacadas, como a criação do Instituto Brasileiro de Museus e os Pontos de Cultura. Não quero interromper as coisas boas. (...) Precisamos trabalhar muito para usar a cultura como fator de inclusão social. O grande centro da cadeia produtiva da cultura está na área da criação, que é uma característica essencial do povo brasileiro. Temos que usar a cultura em todas as áreas”. Culta e sem empáfia (esse negócio de necessitar expor aos quatro ventos ser PhD), demonstra que sujar os pés de barro é edificante para quem ocupa cargos públicos.

Ana possui uma história com Bauru e com um bauruense, Sivaldo Camargo. Ele a trouxe para cantar em Bauru em 2004, convencendo Fernando, o do Templo (sempre fez isso) a bancar seu show (Camila conta algo em sua coluna no Bom Dia de 22/12/2010). Ficaram amigos e anos depois, quando este estava comandando a Ação Cultural da Cultura municipal acabaram por trazer apresentações da Funarte para Bauru. Estão se falando rotineiramente e Siva radiante com a acertada escolha de Dilma.

Enquanto a Cultura brasileira vive nesse clima de expectativa, leio no Jornal da Cidade dois textos sobre recuperação de locais culturais. “Prefeitura de Torrinha inicia a instalação da Casa de Cultura “ (25/12/2010) e “ Agudos faz recuperação do Cine Theatro” (28/12/2010), com projetos e obras sendo iniciadas. Na região, Pederneiras fez uma linda recuperação de instalações culturais com cinema no centro e estação revitalizada, Pirajuí devolveu à circulação seu Cine São Salvador junto da praça central, São Manuel e Santa Cruz do Rio Pardo idem. Pipocam ações culturais por várias cidades. Ótimo momento para eles, para Bauru, ainda clima de expectativa e espera. Fala-se em reforma do Teatro Municipal, o Museu Histórico Municipal foi espremido junto da edificação da Estação da Paulista e não vejo projeto de voltar a funcionar e acontece um grande evento na virada do ano no Vitória Régia e mais uma vez a Cultura não está presente. Quem anda falando desses eventos é a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, mas a pergunta que não quer calar é CADÊ A CULTURA? No Carnaval, ouço, seria a mesma coisa.

Li outro dia no Facebook o vereador Roque reclamando do valor de R$ 200 mil reais, referente a emenda do orçamento feita pelo deputado Vicentinho no final de 2007, destinada para restauro das estações estava em vias de esvair-se como cinza. Por que? Não percam isso, por favor. As estações continuam abandonadas e o passeio da Maria Fumaça parados. Professores de arte recentemente contratados assumiram sem qualquer tipo de planejamento. Janira Fainer Bastos, a atual secretária vive acorrentada com a burocracia e não faz nada sem consultar instâncias jurídicas da Prefeitura. Nada acontece e o clima entre os funcionários é desolador, assina-se o ponto, cumpre-se o horário e não se vê a hora de voltar para casa. Se a reclamação era do autoritarismo do mandatário anterior, hoje a estagnação predomina. E o clima de terror deve prevalecer, pois ambos jornais, ainda em dezembro, lançam balões de ensaio de que em janeiro (já estamos nele), a secretária seria substituída por alguém a ser indicado pelo vereador Fabiano Mariano, do PDT, aliado e amigo do prefeito. Fato é que enquanto fatos novos acontecem a cada dia nas cidades da região, por aqui tudo fechado, portas cerradas e um clima de final de feira. Enquanto a nova ministra chega falando em inclusão social, por aqui, dispersão funcional e operacional.

Querem mais? Hoje, na Tribuna do Leitor do JC, uma corajosa carta do publicitário Moacir Puga sobre o assunto. Leia clicando a seguir: http://www.jcnet.com.br/detalhe_tribuna.php?codigo=19902399023

OUTRA COISA - Um servidor exemplar: Trabalhei por 4 anos na Secretaria Municipal de Cultura de Bauru e lá convivi com um desses exemplares servidores públicos. Ouço da boca de muitos, existir lá um problema crônico, grupos cristalizados e antagônicos convivendo e um a espezinhar o outro. Um clima nada ameno. Sim, mas um quadro a ser recolocado no seu devido lugar com diálogo e medidas de incentivo à recuperação do setor. Vários servidores são dos mais abnegados, prontos para atuarem condignamente e se valorizados, renderiam o inimaginável. Basta querer. Um desses, Marcelinho, do Setor Operacional. Sempre presente com o som da Cultura em todos os chamados, irradiando simpatia e um servidor a ser enaltecido, pronto para o que der e vier. Vive hoje um aflitivo momento, com uma doença grave a lhe corroer. Quando penso num novo momento para a Cultura, penso muito em pessoas como ele, dedicados no que fazem e com o passar dos anos observando de camarote o desmantelamento de toda uma vida construida ali. Estão como uma nau perdida num vendaval. E pessoas como Marcelinho sabem como tocar aquilo até sem receber ordens. Aroeira pura.

5 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Veja quem pode responder essa:

O teatro não fecharia em janeiro para reforma? Fechou ou não?

É que o Rufino do Jornal da Cidade anuncia que a Mostra de Teatro do Paulo Neves acontecerá lá no final do mês. Estaria tudo pronto até o final do mês?

E a casa que a Prefeitura repassou para a secretaria, aquela na esquina da rua Antonio Alves com a rua Ezequiel Ramos, onde foi a Justiça do Trabalho? O que foi feito dela? Não deixem só os fantasmas tomarem conta dela, vamos ocupar aquilo com atividades culturais. Vejo mil possibilidades debaixo daquelas árvores.

Leio que em São Paulo estão reinaugurando a famosa biblioteca Mário de Andrade e a nossa como vai? E as ramais continuam funcionando?

Não gosto de paradeira.

Regina

Anônimo disse...

É MEU AMIGO, NADA DE NOVO NO FRONT NÃO É MESMO?(ESTOU FALANDO DE NOSSA CITY) É SEMPRE MAIS DO MESMO, ISTO É, NADA...OUTRO DIA COMENTÁVAMOS NO FACE SOBRE O MOVIMENTO CULTURAL DE BAURU NOS ANOS 70/80. VÁRIOS FACEFRIENDS LEMBRARAM DE TANTAS COISAS, INFELIZMENTE NÃO TIVEMOS UM CRESCENDO, UMA CONTINUIDADE, FICOU UM HIATO INTERMITENTE, QUE TEIMA EM NÃO TERMINAR. ESSA SECRETARIA ESTA ENCALACRADA HÁ ANOS, O PROBLEMA É CRÔNICO. O PROBLEMA NÃO É SÓ QUEM ELES COLOCAM A FRENTE DA SECRETARIA, MAS O PESO E O VALOR QUE SE DA A CULTURA, E A VERBA TAMBÉM OBVIAMENTE. MAS COM CERTEZA SE NÃO FOR UMA EQUIPE QUE SE AFINE NÃO VAI TER JEITO, PODE TROCAR AS PEÇAS O QUANTO QUISER. MAS HÁ QUE SE PENSAR NO MÍNIMO QUAL POLÍTICA CULTURAL QUE SE QUER PARA A CIDADE, QUANTO SE VAI GASTAR E QUEM ESTÁ MAIS APTO A DESENVOLVE-LA NÃO É MESMO? SEM UM PLANEJAMENTO MAIS RUDIMENTAR QUE ESTE NÃO FUNCIONA E PELO VISTO NEM ISTO FOI FEITO. EM NOVEMBRO O CONSELHO DA COMUNIDADE NEGRA SOLICITOU O AUTOMÓVEL PARA UMA PALESTRA E PASME, NOS PEDIRAM PARA LEVAR A ÁGUA PARA O PALESTRANTE E O PAPEL PARA OS BANHEIROS, DETALHE, O CONSELHO É LIGADO A SEC DE CULTURA E VC SABE, NÃO TEM VERBA, QUE TEM QUE LIBERAR VERBA É JUSTAMENTE A CULTURA!!!!GOSTOU DESSA!!!! FUI....

MARIA CRISTINA ROMÃO DA SILVA

Anônimo disse...

MARCELINHO MORREU e será sepultado às 14hs. Está sendo velado no Centro Velatório, aquele do prédio atrás do Cemitério da Saudade, na rua Ezequiel Ramos. Vai deixar muita saudade em todos nós. Um,a grande pessoa.

A Cultura está de luto

Anônimo disse...

O DESCANSO DO GUERREIRO
Ontem, sob a chuva insistente do quarto dia do ano novo, cessou definitivamente a trajetória de um guerreiro. Marcelo de Lima, jovemsenhor de família e profissional de carreira do funcionalismo público lutava com garra, determinação e muitas dores, contra uma terrível doençaque o abateu por muito tempo. Tombou vencido. Carinhosamente chamado de Marcelinho na Secretaria da Cultura, onde atuou por muitos anos na DivisãoOperacional, ele estava sempre envolvido com os eventos culturais ligados à Prefeitura Municipal e suas secretarias, oferecendo além de seu preciosotrabalho, seu sorriso levemente tímido e sincero, muita disposição e boa vontade. Amigos da Câmara Municipal de Bauru e de vários segmentos daadministração pública manifestaram o seu carinho e o seu respeito pelo colega de trabalho e amigo que nos deixou tão cedo. Os irmãos da Secretariada Cultura despediram-se com um misto de profundo sentimento de perda e um tremendo orgulho de tanta estrada trilhada juntos!Marcelinho foi sepultado hoje, dia 05 de janeiro de 2011, às 14h no Memorial Bauru. Bom descanso companheiro!
Texto: Jair José Marangoni - Diretor de Departamento de Ação Cultural da Secretaria Municipal de Cultura
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Israeli Ferreira - Assessora
Secretaria Municipal de Cultura
32329493 - 97974874

Anônimo disse...

não basta ter Cultura pra ser Secretário Da Cultura, aliás, as vezes ser muito culto até atrapalha, soube que pessoas foram falar com a dita a respeito de curta metragem ela disse: isso não é arte, linda, cultura não é Arte também...