sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MÚSICA (70)

"NÃO SOU CANDIDATO A NADA...", PLATAFORMA (BOSCO E BLANC), JUNTO DE UM ELOGIO E UMA CRÍTICA AO SR PREFEITO
Ontem deixo o livro para sr Saka ahi, Ó meu! lá na portaria da Câmara e um gaiato me questiona aqui no blog se não faço isso motivado por interesses outros, talvez o de me lançar candidato a vereança. Lembro de um velho post feito aqui mesmo nesse mafuá, em 28/04/2008, quando também instigado respondi da seguinte forma: "Dia desses um gaiato me vendo sair em matérias nos jornais e dando entrevistas no rádio, meio que desconfiado acabou perguntando: "Você não é candidato a nada, não?". Respondi a ele cantando um velho samba do Bosco e do Blanc, "não sou candidato a nada...". Acho que deu para ele entender. Esse eu canto inteirinha e tenho o LP no meu mafuá desde os tempos em que ainda tinha cabelo no cocoruto". Repito a dose hoje e junto a letra da música, que garbosamente cantarolo nessas ocasiões:
"Não põe corda no meu bloco,/ nem vem com teu carro-chefe,/dá ordem ao pessoal./ traz lema nem divisa/ que a gente não precisa/ que organizem nosso Carnaval./ Eu não sou candidato a nada,/ meu negócio é / meu coração não se conforma./ O meu peito é com contra/ e por isso mete bronca/ nesse samba-plataforma:/ por um bloco/ que derrube esse coreto,/ por passistas a vontade/ que não dancem o minueto,/ por um bloco/ sem bandeira ou fingimento/ que balance a abagunce/ o desfile e o julgamento,/ por um bloco/ que aumente o movimento,/que sacuda e arrebente/ o cordão de isolamento". Ouçam e vejam João Bosco junto de Elis Regina esmerilhando em: http://www.youtube.com/watch?v=MpUTXIYvfZQ

Para que esse texto não fique curto demais, aproveito o ensejo para comentar duas coisas sobre nosso prefeito, Rodrigo Agostinho PMDB. Primeiro um elogio, um afago de alguém que gostou de algo feito por ele. Saiu no Diário Oficial do município de ontem a publicação do decreto de desapropriação da denominada Casa dos Pioneiros, aquela que cito como "a última das remanescentes dos primórdios de Bauru, o último exemplar ainda a resistir". Os herdeiros serão indenizados e a partir daí algo de mais difícil execução. A mesma está em pé até hoje por milagre (mesmo não acreditando neles) e sua recuperação será de alto custo, pois será uma espécie de reconstrução, alicerçada no respeito a planta orginal, dentro do que reza o patrimônio histórico. Depois outra etapa, também importante: O que será feito do prédio? O que ocorrerá lá? Instiguemos o sr prefeito para que algo de cultural valor seja lá implantado. Meu segundo tópico é algo lido hoje no Caderno de Cultura do Jornal da Cidade, um entrevista com o sr prefeito, após depoimentos de agentes culturais, "No limbro artístico". Li a entrevista toda e gostei muito da abordagem do prefeito, achando que o jornal usou no título uma crueldade diante de tudo o que foi falado, com o "Bauru consome pouca cultura". Levando em conta só a frase, prefiriria olhar pelo outro lado da questão. Sem desmerecer funcionários da Cultura, que abnegadamente continuam atuantes, perguntaria: Como consumir muita cultura se ela praticamente inexiste, pelo menos no lado público municipal? Não seria melhor afirmar faltar incentivo para a cultura na cidade?
Cada um fazendo a sua parte no quinhão cultural da cidade, todos ganhariam. Rodrigo sabe muito bem tudo o que precisa ser feito e até com quais pessoas isso seria possível. Optando por continuar tudo como está, continuará a aceitar imposições partidárias e da iniciativa privada para o cargo máximo na Cultura do município. Seria a continuidade do caos.

4 comentários:

luiz henrique disse...

ola, realmente incrivel como aquela casa continua em pé, fico feliz em saber que que existe algum movimento no sentido de restouração, mas realmete fica a duvida do destino dela após a restauração, oque me lembra a estação da paulista que ja tem destinação mas falta a restauração.

Anônimo disse...

Que boa notícia a do prefeito ter autorizado o processo de desapropriação da casa da rua Araújo. A cidade poderia agora se movimentar e decidir todos juntos o que fazer daquele espaço.

Paulo Lima, daqui dos cafundós do estado de SP

Sivaldo Camargo disse...

grande Henrique, "...meu negocio é madrugada...", gostei muito do tombamento da casa dos pioneiros, agora temos que acompanhar o processo de restauração, por mais que uma cidade cresça ela tem que preservar suas origens, imaginem São Paulo sem seus prédios centenários.
outra questão abordada por voçe é a fala do prefeito sobre o baixo consumo de cultura, não sei se ele tem a mesma refrexão que a minha, mas nos tempos atuais, precisamos rever o que é cultura e o que é entretenimento, várias vezes estivemos juntos no SESC (com caixa alta) assistimos apresentações memoraveis, com artístas que se apresntam nos quatro cantos do mundo, e meia duzia de gatos pingados, as salas de cinema do shoping lotadas para vêr algo de gosto artístico questionavel, enquanto sessões do cine clube vázias, se for enumerar exemplos ficaria aqui por mujito tempo, e olha que a terra do sanduiche é uma cidade universitária, que deveria estar consumindo o pouco de cultura realizada e questionando tudo (política, cultura, comportamento) pois sempre foi essa caracteristica dos jovens, mas caro Henrique, isso não é privilégio de Bauru, se não era só nos mudarmos para outra cidade, acho que a discussão e muita mais profunda que realizações de eventos envolvendo a municipalidade.
um grande abraço.
Sivaldo

Cururu disse...

Sim, Sivaldo, também acho que a questão cultural é muito mais profunda do que simplesmente nos posicionarmos apenas como a implantação de uma politica de eventos. Cultura é uma coisa bem profunda e ampla e merece, principalmente no Brasil, um grande repensar inclusive no comportamental das pessoas e da sociedade e para onde ela é conduzida a todo o momento pelos interesses do capitalismo e do consumismo de modo generalizado que visa o ganho e lucro fácil.
Náo é fácil ficar dando murros em ponta de faca.