quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (64)

PONTAPÉ INICAL DO BLOCO “BAURU SEM TOMATE É MIXTO”
Está criado e lançado na praça um bloco carnavalesco no estilo crítico, audacioso, sagaz e jocoso, o "BAURU SEM TOMATE É MIXTO" (com X mesmo), uma forma de extravasar e por para fora o espírito festeiro que cada um guarda dentro de si. 

Sairemos dia 09/02, sábado de Carnaval, 12h. A concentração será na praça Rui Barbosa a partir das 11h, descendo o Calçadão da Batista a partir das 12h e chegando (sei lá se isso ocorrerá) na praça Machado de Mello, a da Estação na NOB. Alguns querem o retorno pelo caminho inverso (não de ré, viu!), mas acredito que chegar ao destino já será uma grande vitória. O horário é para ser algo diferente de tudo o que já foi feito, pegando o horário de pico no movimento do Calçadão no sábado. Sol fervendo, público quente e um bloco pegando fogo (no bom sentido).

A ideia surgiu de um papo com o historiador Oskar Sobrinho, que havia me convidado para viajar de van pelo Nordeste no final do ano. Minha resposta: "Pode ser, mas não sei nem se estarei vivo até lá. Por que não fazemos algo já? Um bloco de carnaval, que acha?". Ele topou e tudo foi nascendo entre telefonemas, e-mails e lançando ideias no facebook. Depois até as coluna da Camila, no Bom Dia e a do Rufino, no Jornal da Cidade deram uma notas e o Programa do Tuba e da Léia na Auri-Verde me entrevistaram ao vivo no sábado passado. Não tínhamos mais como recuar, assim sendo, pisamos no acelerador.

O performance Silvio Selva escreveu a letra da marchinha, crítica, porém não ácida, cutucando sem provocar escoriações, só alguns arranhões. O nome será "Faltou água, sobrou buraco". Fala de tudo da falta d'água, do IPTU caro, do Noroeste, dos buracos na rua, de esperança e desesperança, tudo junto e misturado. Vai dar o que falar. Sintam a letra: “Bauru bauru bauru/ Cidade que me seduz/ As vezes falta água, mas nunca falta luz/ Se chove pouco, vai faltar água porque o rio secou/ Se chove muito, vai fai faltar agua porque adutora estourou/ Mas vou falar, amo bauru/ Mas amo um pouco menos quando vence o iptu/ Bauru bauru bauru/ …../ Ir ao trabalho o que fazer?/ Se pego o coletivo vai faltar para comer/ Se tenho carro pra trabalhar/ Piora tudo, tem buraco pra danar/ Fui passear, que ilusão/ Eu vou de barco porque tem inundação/ Bauru bauru bauru/ …../ No futebol é confusão/ por mais que o time jogue/ sempre alguém lhe mete a mão!/ Pra consolar toda geral/ Bauru bauru bauru...”

O desenhista Leandro Gonçalez, que já publicou tiras no JC, no Bom
Dia e criou o personagem Guardião, o super-herói bauruense fez a arte da camiseta e sua estampa está dando o que falar. Aprontou ela em preto e branco e o pessoal da Silk Bauru a coloriu e estará estampando as camisetas. Já o mixto do nome do bloco, com X mesmo é para juntar com o lanche "Chese" que também virou "X". E a frase que dá nome ao bloco, vista estampada em variados lugares e situações, sendo uma das últimas numa camiseta de alunos da UNESP, nas provocações que fazem entre eles quando viajam de um lugar para outro, uns falando da cidade alheia. Ela possibilita misturar de tudo um pouco, colocar tudo num liquidificador e oferecer o seu conteúdo para consumo coletivo. Quem quer?

Uma gráfica vai rodar a letra das marchinhas e uma banda está sendo contratada, um agrupamento montado especialmente para o evento, sob a batuta do multiuso Alemão, o da Kananga, músico de reconhecida competência e sapiência. Essa uma das únicas despesas do grupo, a contratação dos músicos. Outros músicos, mais jovens poderão ir se juntando a esses e fazer do bloco um local de Ampla experimentação e desregrada folia, sem ordem, progresso e quase nenhuma moral. Pensamos em muitos grupos novos, mas preferimos a tarimba de quem conhece marchinha e as toca quase por osmose.

 O Elson Reis, nosso sempre de plantão Secretário (não confundam com sectário) de Cultura já deu as dicas, a autorização do espaço físico para apresentação e promete estender o tapete vermelho para o cortejo desfilar (pensamos em convidá-lo para Rei Momo, mas disseram que ele poderia não gostar). Temos ideia de fazer algumas homenagens a pessoas vivas e outras falecidas, todas possuidoras do espírito carnavalesco, mas isso será construído dentro do espírito anárquico com que tudo está sendo idealizado. Tem gente até já falando em termos uma rainha do bloco (e rei, disseram outros?), mas isso ainda está a merecer estudos mais abalizados, pois teríamos que ter vários, talvez um para cada minoria e outros para as maiorias.
A CUT viabilizando a cessão do seu carrinho (modo elogioso, viu!) de som, aquele puxado no muque e usado nas manifestações sindicais. Será o máximo, pois assim o som se propagará aos quatro ventos e o cantor terá sua potente voz invadindo cada loja do calçadão, o que gerará protestos mil junto aos órgãos competentes (e também aos incompetentes). Tem muito mais e muitos grupos já estão se juntando a nós, como o Loucos por Alegria, um capitaneado pela servidora municipal Rosângela Barrenha, com fantasias confeccionadas e ligados ao trabalho antimanicomial desenvolvido na cidade. O Enxame Coletivo estará montando uma página no facebbok e divulgando tudo no meio universitário, alternativo, marginal e também outros ainda não identificados. Todo o pessoal da Labirinthus não foram convidados e sim, convocados (ou seria intimados?), pois possuem o espírito dessa festa enraizados entro de si.  Tudo isso junto e muito mais será uma junção maravilhosa, divinal. Todas as escolas estão sendo convidadas, blocos e gente que gosta de colocar o pé no asfalto e sambar na rua. Inclusive o pessoal do outro bloco, o “Agora ou Nunca” que sairá dia 02 (nós no dele e eles no nosso).
Não existem patrocinadores, existe sim, a vontade de sair às ruas e promover um Carnaval diferenciado, num horário alternativo. A cada dia, de hoje até o Carnaval uma novidade. Vamos juntos? Skindô... Skindô...

HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO, tratando da organização junto de uma cambada de loucos varridos - fones 14.91163540 – mafuadohpa@gmail.com

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ALGO DA INTERNET (67) 

QUEM CRITICA TUDO SEM CONFERIR, VISCERAL ÓDIO, ACABA NO MATO SEM CACHORRO...

1.) ALGO DESINTELIGENTE OCORREU POR AQUI ONTEM:
Meu caro jornalista Eduardo Homem da Costa (responsável pelo grupo facebook MRLB – Movimento de Resistência Leonel Brizola – Rio de Janeiro RJ), foi lamentável a reprodução da besteiraiada vinculando o ocorrido em Santa Maria RS com um partido político e associando inclusive com foto da presidenta da República. Reproduzo abaixo o texto que enviei para jovem de Bauru que também foi na desse grupo e postou no seu face algo ignóbil e que de uns tempos para cá tem se reproduzido com certa frequência pela internet: o desvairado ódio alastrado, como se o PT fosse culpado de todos nossos males. Não sou mais petista, mas não posso comungar desse massacre, pois todos os partidos, indistintamente agem igualzinho a ele e em cada sigla, gente fazendo até pior do julgado pelo dito mensalão. Enquanto perdurar isso, o Brasil não avança. Entrei nesse grupo esperando algo de cunho eminentemente brizolista, mas vejo outra coisa, uma divisão interna e fraticida do PDT e um desmedido ódio pelo PT. Só isso, nada mais, quase nada de Brizola. Quero registrar minha revolta pelo que ocorreu ontem e também clamo por explicações de todos os que estão indo na valsa da crítica vazia, nada construitiva, servindo para atravancar o país. Querendo me excluirem do grupo fiquem à vontade, mas queria debater sobre isso por aqui. Posso? Henrique Perazzi de Aquino - Bauru SP (www.mafuadohpa.blogspot.com).

2.) caro KAIO RUIZ (jovem bauruense se dizendo Brizolista): Ontem participei de um acalorado debate contigo aqui no face quando publicou uma ridícula montagem associando um partido político ao ocorrido em Santa Maria RS, inclusive com imagem da presidente da República. Te chamei na chincha, como dizem, algo duro, necessário para te recolocar e devolver à normalidade. Usou comigo de mil argumentos, alguns fortes, depois no final do dia viu a besteira que fez e hoje volto à sua página querendo te chamar a atenção para as pisadas na bola que nos metemos por precipitação (e até mal intenção) ao longo da vida e não sei por que cargas d'água o texto misteriosamente sumiu de sua página. Que teria acontecido? Os que te leem diariamente por aqui estão aguardando uma justificativa de sua parte. Acho muito bonito nos exaltarmos quando estamos cobertos de razão e mais bonito ainda assumirmos nossos erros e pedir desculpas por erros cometidos. Não será jogando o que fez ontem para debaixo do tapete que tudo será esquecido. Fico no aguardo de sua retratação. Brizola não agiria dessa forma, disso tenho plena certeza. Não será dessa forma que construiremos um diferenciado país. Um abracito do Henrique Perazzi de Aquino (www.mafuadohpa.blogspot.com).


A desinteligência foi essa, reproduzida nesse publicado ontem num texto do Portal Imprensa: http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/56411/jornalista+e+deputado+federal+do+pt+desmente+denuncia+de+que+seria+dono+da+boate+kiss
Sabe qual foi a resposta desses dois que reproduziram a besteiraiada? No facebook do grupo MRLB a resposta do jornalista Eduardo: “Também não vi a postagem se ela é falsa ou verdadeira,e se foi tirada foi pelo autor, quanto ao PDT atual poucos são verdadeiros Brizolistas,e são ingênuos os que querem derrubar Lupi seguindo Brizola Neto, Henrique, ,pois ele fez com o Diretório do Rio de Janeiro o mesmo que Lupi faz com o Nacional atrapalhando seus planos, como dizia Brizola são farinha do mesmo saco .Nós do MRLB somos Trabalhistas e Brizolistas, e ás poucas vezes que o PT acerta ele não faz mais que sua obrigação rsrsrs agora quando na maioria das vezes erra o pau come. E você companheiro Henrique, é um prazer ter suas publicações postadas aqui,por favor, um abraço de todos nós”.
No facebook do Kaio a resposta foi lacônica: “Meu facebook, está com alguns problemas e as vezes exclui e não entra certas publicações minhas, apesar das divergências de opiniões respeito as tuas e te considero assim como meus amigos, um abraço”. Ninguém sabe, ninguém viu, mas que estava lá em ambos, isso estava.   

terça-feira, 29 de janeiro de 2013


PALANQUE – USE SEU MEGAFONE (36)

NÃO FAÇO OPOSIÇÃO SISTEMÁTICA A QUASE NADA, SÓ AO SITEMA EXCLUDENTE EM QUE VIVEMOS
Comento aqui dois fatos sobre esse assunto e no final minha conclusão.

Ontem tive uma reunião decisiva sobre um bloco carnavalesco que pretendemos colocar nas ruas bauruenses, o “Bauru sem tomate é mixto” (com x mesmo). Convidei um amigo, Silvio Selva para fazer a letra e ela saiu redonda, pegando pesado em algumas questões municipais e noutras mais leve. Agradou aos presentes, porém quase ao final da reunião recebemos a visita de duas pessoas, achando a letra um tanto leve. Compuseram na hora algumas novas rimas, para pegar um pouco mais pesado na administração municipal. A partir daí achei a letra sem aquele tom de cutucar, de dar o toque, mas de algo a atender interesses que não os pretendidos pelo bloco. Não estamos criando um bloco de carnaval para fazer oposição extensiva a algo, atendendo interesses que não são os nossos. A crítica tem que existir, mas quando passa a ser perseguição, algo doentio, ainda mais tendo um algo mais por detrás, perde o sentido. O bloco soube como contornar tudo e fará uma crítica ao melhor estilo carnavalesco, sem massacrar ninguém, sem perder a galhardia. Se reclamo da intolerância não posso querer agir da mesma forma, estaria sendo incoerente comigo mesmo. No sistema onde vivo, o cruel capitalismo, nós que criticamos precisamos entender se não o fazemos usando o erro do erro do adversário, deixando de enxergar os nossos próprios.

Num segundo momento, recebo via e-mail de Jorge Maskalenka e Marta Caputo, moradores do Parque das Nações, respondendo ao prefeito municipal quando esse se defendendo de algumas críticas saiu-se com essa: “Existem dois moradores que me tratam com muita indelicadeza. Me agridem verbalmente e também pelo Facebook”. Eram eles. Não quero colocar o que li no mesmo patamar da questão acima, pois sei que os problemas da região onde os dois moram são enormes e estão cansados de promessas não cumpridas. O texto deles pode ser lido a seguir clicando no http://www.facebook.com/groups/222430111149327/permalink/469196246472711/. Todos nós temos que estar atentos para não sistematizar em excesso as críticas, afinal, por detrás delas estão sempre o posicionamento pessoal que cada um tem ao longo da vida. Ponderar sempre, entender o outro lado, criticar e sugerir opções outras, as não realizadas, prefiro agir assim.

Em todos os momentos tento me policiar e sei que Jorge e Marta também devem fazer o mesmo, para não praticarmos jogo de interesses que não os nossos. Trabalhei na administração municipal com o prefeito Tuga Angerami, 2005/2008 e vivenciei as dificuldades de tocar a administração de uma cidade sem verbas, recursos. A situação hoje é outra, Rodrigo soube como emprega-los em algumas situações. Noutras, nem tanto. Algumas péssimas companhias o atrapalharam bastante, mas ele optou por elas. Porém, não existe como negar a existência de uma melhor situação de apresentação da cidade no seu todo. Continuo sendo crítico, sem ser impertinente, deselegante, sem ter fixação somente na perseguição ao atual prefeito. Vejo a cidade com inúmeros problemas, alguns sendo resolvidos, uns mais, outros menos. A contundência do casal do Parque das Nações deve ser entendida pelo chefe do Executivo Municipal como algo normal, mas o que vi ontem, na reunião do bloco não. Esse negócio de criticas, feitas aqui regularmente seguem uma lógica, pois tudo o que acontece é inerente ao sistema capitalista, esse sim, cruel, insano, predatório, desqualificador. Todos inseridos nele agimos (ou contribuímos de alguma forma) perversamente, pois isso faz parte do jogo, regras inerentes ao mesmo. Concluo pedindo a leitura de texto recebido do amigo Marcos Paulo Resende, Comunista em Ação, reproduzido numa sala de debates no facebook e a seguir: http://www.facebook.com/groups/222430111149327/

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

AMIGOS DO PEITO (75)

HOJE QUERO ESCREVINHAR ALGO DE MEU FILHO – SÓ HOJE
Estou mais do que comovido com o trágico acontecimento em Santa Maria RS, uma fatalidade cheia de prévios avisos, nunca devidamente solucionados. Porém, a vida continua e hoje dou um breque em tudo que faço e escrevo aqui de algo mais do que pessoal, meu filho. HENRIQUE AQUINO, seu nome, 18 anos e hoje passando em seu segundo vestibular unespiano. Sei que seu curto nome, poderá ser um problema em sua vida, primeiro por ter somente duas palavras e facilmente existirem sósias por aí, Depois, por ser filho desse que vos escreve, Henrique Perazzi de Aquino e na semelhança dos nomes, acabar tendo que responder por algo que faço e que não lhe diz respeito. Muitos me chamam só por Henrique Aquino. Esse os riscos que corre sendo filho de quem é.

Esse meu filho me enche de orgulho. Vejam o que vivencio hoje. Foi aprovado no vestibular da UNESP e entre 40 mil aprovados em todo o estado de São Paulo seu nome está lá na 62° classificação. A redação com o tema “Escrever e Trabalhar – Escrita Pragmática X Escrita Criativa”, valendo 28 pontos e sua nota foi 25. Passaria em todos os cursos de Humanas e até em alguns de Exatas. Entrou ano passado, também na UNESP no curso de Design, cursou seis meses e optou por sair, convicto que não era o que queria para sua vida. Ficou seis meses cursando línguas e lendo tudo o que lhe caia às mãos, um desvairado como o pai. Não fez cursinho nenhum e o que lhe valeu mesmo foi o CTI – Colégio Técnico Unesp e o ensino público da EE Mercedes Bueno. Tenho que confessar, ele já superou o pai em conhecimentos (além da altura e largura), pois hoje tenho uma tremenda dificuldade em manter no mesmo nível um diálogo sobre literatura, filosofia, história, cultura, cinema, pedagogia e outros temas. Li tudo há muito tempo atrás e muito já me escapa, coisas de uma mente cansada.

É lindo demais vê-lo deslanchando, mente aberta, diálogo franco, desses que não se deixa mais enganar por falsos moralismos, ideologias baratas, corruptelas de balcão, proxenetas arrivistas. Diferente de mim não quer participar desse tosco debate internético discutindo qual lado é o mais piorado ou melhorado. Não se omite de dar sua opinião, mas não perde tempo com quem nada lhe acrescentará. Deliro nos debates com ele e vivencio algo que também me transforma: tenho que me preparar a cada dia para debates com ele, releio tudo para não ser passado para trás. Como isso é lindo, apaixonante. De tudo o que o encaminhei, algumas ele não me segue, como o gosto pela cevada e o desmedido amor pelo futebol. Certa vez o levei ao Noroeste e no intervalo já queria ir embora, não voltou mais e sei que nem as regras do esporte ele conhece.

Estava me esquecendo. Passou no curso de LETRAS e pela primeira vez sairá de casa, irá cursar em Araraquara, distante uns 120 km de Bauru. Estou na fase de preparação do distanciamento (eu, a mãe, Cleonice, corujice em pessoa, minha ex, eterna amiga e minha atual companheira de todas as horas, a professora Ana Bia) e sei que ele crescerá também com isso. Hoje, durante os abraços me diz ter uma dúvida, dentre as duas línguas estrangeiras optativas, está entre Grego e Alemão ou Grego e Francês. Eu estou que não me aguento e mesmo já tendo vivenciado quase de tudo nessa vida, não tenho como não ter uma recaída, coisas de pai de único filho e ficar por aqui tecendo loas pela cria ter conseguido ser alguém a pensar diferente desse mundo de predomínio de pensamento único. Meu orgulho é ele caminhar pensando livremente, sem que ninguém mais consiga enganá-lo ou querer incutir besteiradas em sua cachola. Desculpe, mas até cair a ficha, hoje fico a divagar, falando sozinho e com essa cara de boboca estampado na fuça.

domingo, 27 de janeiro de 2013

RETRATOS DE BAURU (137)

ADEUS HOJE DO BELGA, PETISTA E MILITANTE COMO POUCOS, TRISTAN DIERCKZ
Tristan Dierckz (seu nome é uma sopa de letrinhas), 61 anos completados esse mês, eu conheci na militância, da qual nunca se afastou por um segundo sequer, nem acamado, como nos seus últimos tempos. Um aguerrido belga, criado numa colônia na vizinha Botucatu, esteve sempre preparado para todos os embates que a vida ia lhe sugerindo e em todos a mesma postura, digna, resoluta e firme. Um
 militante na acepção da palavra, desses que não se vergam. Ontem mesmo me lembrei muito dele ao ler uma entrevista na Carta Capital com Gilberto de Carvalho, secretário-geral da Presidência da República: “Me incomoda a gente apanhar tanto e reagir tão pouco. Me incomoda a gente ter a maioria dos meios de comunicação dando essa leitura errada da realidade e a gente não enfrentar um debate público. Nos falta iniciativa”. Tristan não pode ser acusado de passividade, nem de acomodado, pois reagia sempre, numa ficou na defensiva e criou até certos problemas por onde atuou, tudo por causa de seu pavio curto, por excesso de respostas, por ter iniciativa em tudo e para tudo. Não conseguia se segurar e reagia intempestivamente, como todos nós deveríamos fazer e muitas vezes deixamos para depois. Ele queria e dava a reposta já, de bate pronto, criando muitos amigos por isso, mas também muitos adversários e inimigos irreconciliáveis. Que o diga o ex-prefeito de Botucatu, Mário Ielo, seu grande amigo, que o manteve durante seu mandato nas hostes municipais e ciente de suas qualidades, segurou-o até o fim, mesmo com muitos pedindo a todo instante por sua cabeça. Militou muito em Bauru e inesquecível o dia da posse em do mandato do pastor Sakai Pinto como presidente da Câmara de Vereadores de Bauru, 4 anos atrás, quando eu, ele e Ademar Aleixo nos postamos nas galerias com cones gigantes de papel e sal grosso, denunciando a indecência que estava se estabelecendo ali naquele momento. Na tribuna, o vereador Marcelo Borges nos imortalizou com algo, para ele depreciativa, mas para nós, motivo de muito orgulho: “Vocês são os próprios TRÊS PATETAS”. Assumimos a pecha, tanto que Ademar e ele tentaram criar um blog, o www.osspatetas.blogspot.com, que não vingou, mas seu lema serve para continuação de uma luta que nunca se finda: “Patetas são aqueles que não se conformam, protestam, opinam e, justamente por fazerem isso, são considerados patetas. Este é o espaço aberto aos milhares de patetas sem mídia”. Tristan era um mestre, emérito professor de francês, penou muito com empregos na entressafra política, viajava de Bauru a Botucatu caçando alunos e entre as vagas magras e as menos magras, sobreviveu de forma valente, nos seus últimos tempos, tendo ao seu lado a valorosa parceira, Fernanda Dierzkz, que junto dele esteve em todos seus piores momentos, onde sua saúde se agravou. Hoje ele nos deixa, a saúde debilitada não suportou as últimos complicações e ele foi lutar em outras paragens. Pertenceu até o último instante ligado a um dos últimos redutos petistas confiáveis, um que resiste bravamente dentro da sigla e pode ser considerado dos que consegue manter o nome do partido altaneiro, orgulho de defender e ser o do trabalhador brasileiro. Sempre esteve ao lado das boas causas, motivadora de sua existência. Um amigo de quatro costados e alguém, que com certeza não existe peça de reposição, nem jogador no banco de reserva com a mesma garra e fibra para substituí-lo nesse momento na contenda. Vamos ser obrigados a jogar até o fim com um jogador a menos, desdobrando-se para não perdermos mais essa partida. Tristan é desses que fará uma bruta duma falta, sentida ausência. Adoro os criadores de caso, esses são os melhores, Tristan sempre foi um cordial criador de caso e aí é que reside uma de suas melhores virtudes.



sábado, 26 de janeiro de 2013

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (25)

NO RETORNO À BAURU, COMPARAÇÕES E MAIS COMPARAÇÕES
De onde vim, da cidade do Rio de Janeiro (15 dias por lá), não se fala em outra coisa: dos problemas herdados pelos atuais ocupantes das Prefeituras e os que deixaram o poder ocultando problemas mil para debaixo do tapete. Nilópolis não é só a cidade da escola de samba Beija Flor, sendo também a menor da região, mas herdou algo muito comum em toda Baixada Fluminense, uma imensidão de cargos fantasmas (só lá mais de 700, todos comprovadamente nunca trabalharam, mas recebiam salários) e dívidas astronômicas, vencidas há meses (em alguns casos, anos) e não pagas. De tudo o que a região de Bauru pode ter de semelhança, Jaú é o melhor exemplo dessa bestialidade administrativa. O atual prefeito, Rafael Agostini – PT, herdou a cidade de prefeito oriundo do PV e uma impagável dívida, comprovando gestão anterior  fraudulenta, ineficiente, arrogante e despreparada. Enquanto ninguém for obrigado a devolver nada, tudo continuará como dantes? E para que serve mesmo o tal de Tribunal de Contas que não havia detectado nada até então? Estranho, no mínimo.

Também no Rio, outra situação calamitosa a de Caxias, também Baixada Fluminense, quando o ex-prefeito Zito, além do seu salário de prefeito, possuía um de aposentado como segurança municipal de R$ 28 mil mês, totalizando aproximadamente R$ 50 mil mês. Nem seu salário como prefeito era próximo da aposentadoria, mas recebia tudo todo santo mês. Está sendo pego em infinitas atividades ilegais, só vislumbradas agora. Cadê o Tribunal de Contas? Um dos quesitos de péssima qualidade em Caxias é o da Saúde, onde o município repassa mensalmente valores astronômicos para que a mesma seja administrada por entidades particulares, ao estilo do que corre hoje em São Paulo, com a FAMESP. Bauru virou foco dessa particular empresa, toda gerida diretamente da cidade de Botucatu, com repasse astronômico feito mensalmente do Governo do Estado para que esse gerencie os nossos Hospitais: Estadual, Manoel de Abreu, Base e agora o de Base. Alguém sabe o que se passa nessa entidade? Seus balancetes? Sua vida pregressa? Clamor geral por transparência, só isso. Zito já está sendo indiciado em Caxias e aqui em Bauru quando o será o capo das negociatas da AHB? Bauru vivenciou erro grasso com dinheirama repassada pelo Estado para o Base, gerido por gente indicada pelos tucanos locais e até agora ninguém foi para a cadeia, nem foi obrigado a devolver nada. Caixias e Bauru se parecem muito nesse quesito, impunidade.

No Rio o que mais se comenta é da desapropriação e futura demolição de um antigo e desativado Museu do Índio, prédio ao lado do Maracanã. Decisão já tomada pelo governo Sérgio Cabral é pela imediata demolição e integração da área ao complexo do novo estádio, tudo visando a Copa do Mundo.  Lá, pelo visto, não existem alternativas, mas aqui em Bauru li e vejo que as Oficinas da extinta RFFSA, área imensa e pertencente ao Governo Federal está sendo toda transferida para a Prefeitura Municipal. Planos e mais planos do que pode ser feito no local, mas até agora nada. Nem na Estação da NOB, localizada junto da praça Machado de Mello existe um plano real de ocupação e destinação (a Câmara Municipal caberia com sobra num daqueles andares). Tudo indefinido, pois nunca foi criado uma Comissão para discutir os destinos dos imóveis férreos na cidade. Tudo sempre foi feito no campo das hipóteses e até prova em contrário, tudo continua sendo executado dessa forma. Crie algo concreto, sr prefeito, algo palatável, com gente séria discutindo e acompanhando isso. Está tudo muito nebuloso nesses questionamentos. Qualquer iniciativa ou idéia lançada não passará de mera idéia, pois além do prefeito, não existe mais ninguém que possa responder por isso dentro da Prefeitura. No caso de Bauru e na comparação com o prédio carioca um alento, pelo menos até agora ninguém já tem como certa a demolição de tudo. Ufa!, pelo menos isso.

Passo ontem por São Paulo antes de retornar à Bauru e lá as comemorações do aniversário da cidade e os 80 anos do Mercadão Municipal, local do mais rechonchudo sanduíche de mortadela que já comi na vida. Bauru já possui dois shoppings centers e outros centros comerciais de pequeno porte e nenhum Mercado Municipal. A iniciativa de ocupar um barracão da extinta Cia Paulista, junto da Feira do Rolo, para ali ser instalado um Memorial da Indústria Bauruense (sic) empacou e não mais sairá do papel. Faltaram investidores e vejo que ali é o ideal local para instalação de algo que revolucionará a cidade, o seu Mercado Municipal, que ao meu ver já tem até nome, MERCADO MUNICIPAL BACCAN, um ilustre artista que viveu parte de sua vida naquela região. Sr prefeito, faça história e nomeie pessoas sérias para tocar esse projeto de transformação do centro da cidade. Não perca essa rara oportunidade de sem muita grana fazer algo marcante para Bauru. Ou q1uer que aquilo tudo permaneça fechado ad eternum?
OBS.: As quatro tiras são do argentino REP e foram gileteadas do Página 12 (devem continuar, pois a última saiu publicada na edição de hoje do diário do país hermano).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

BAURU POR AÍ (78)

PERDEMOS O JOÃO CHAMADOIRA, PROFESSOR DOS BONS
Chego em Bauru de um viagem de quase uns 15 dias fora de minha aldeia. A primeira notícia que leio nos jornais é sobre uma morte. “Como é triste a morte”, leio essa frase na internet escrita pelo poeta Vitor Martinello. Ela foi proferida pelo passamento de uma pessoa, que mesmo não tão próximo, deixa imensa saudade. Escrever de alguém que se foi há algum tempo é uma coisa e sobre alguém que acaba de partir é outra, sentimento diferente, ainda pulsando. Todos deveriam estar preparados para a morte, diz um ditado, mas isso na prática não ocorre.

O professor JOÃO CHAMADOIRA morreu tragicamente num acidente automobilístico. Vinha de evento literário, com outros membros da ABL – Academia Bauruense de Letras. Imagino a cena, quatro ilustres escrevinhadores discutindo freneticamente sobre algo a envolver a literatura, livros, pensadores e descuidados, atravessaram uma movimenta pista. Isso de descuidos ocorre rotineiramente com todos os que amam ler e conversar e falar e por para fora o que gostam. Quando junto de outros nas mesmas condições, conversas mais do que possíveis, além das inimagináveis, passamos dos limites e não medimos as conseqüências. Quantas vezes não trombei com postes e cai em buracos ao ler andando nas ruas. Um descuido numa pista é algo muito mais forte, desses a causar algo muito além dos hematomas de um mero tombo. Nesse caso foi fatal, dos quatro (além dele, Joaquim Simões Filho - vice presidente ABL, José Perea Martins diretor-tesoureiro da ABL e Benedito Requena membro da ABL), o forte choque ocorreu justamente do lado onde ele se encontrava.


Chamadoira escrevia um texto quinzenalmente no Bom Dia e o conhecia das rodadas onde o tema cultura estava na baila. Adorava relatar suas viagens e não se omitia a alguns enfrentamentos contra os conservadores de plantão. Não privei de suas aulas, nem de sua amizade, mas de alguns de seus textos e conversas poucas. Deu para sentir de que lado estava, nunca junto aos poderosos de plantão. Essas coisas envolvendo a morte são inevitáveis, pois a cada virada de esquina corremos nossos riscos e nem por isso devemos deixar de sair de nossas tocas. Anúncios fúnebres, tanto de um ilustre escritor, como de um quase desconhecido (muito afamado entre os de sua aldeia), são feito de recordações. Boas lembranças é o que sempre terei dele.

Estava preparado para outro texto hoje, deixo para depois. Amanhã escrevo de outras coisas. Hoje escrevo da triste fatalidade. Esse foi seu último texto no BD: www.redebomdia.com.br/blog/detalhe/16498/A+Lingua+Portuguesa+e+nossa       

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

MEMÓRIA ORAL (135)

OS EXCLUÍDOS DO MADUREIRA
Madureira Esporte Clube é o nome de um dos times do subúrbio carioca que hoje mais se destacam. O acanhado estádio fica encravado no coração do bairro com o mesmo nome, ao lado do famoso e agitado Mercadão de Madureira, local de maior concentração de lojas, quase uma colada a outra e também a maior quantidade de gente por metro quadrado na zona norte carioca. O Rio de Janeiro já teve times famosos oriundos de seus bairros e hoje quem está em melhor situação e disputando a Série C do Brasileirão de Futebol é esse de colorida camisa. O estádio é também conhecido pelo nome da rua da sede e entrada principal ao complexo esportivo, Conselheiro Galvão.

Na tarde da quarta, 23/02, além do movimento normal, já fora do trivial, devido ao comércio estar agitado com as compras para o período de Carnaval e do reinício das aulas escolares, algo mais agitava a famosa rua. No meio da tarde, 17h estava tendo início uma partida de futebol no campo do Madureira, escrete do subúrbio em campo na segunda rodada do Cariocão de Futebol e justamente contra o time de maior torcida do país, o Flamengo. A movimentação fora do comum já era esperada, mas de uns tempos para cá por decisão da Federação de Futebol do estado não se vendem mais ingressos nos estádios de futebol nos dias de jogos. Eles foram vendidos em vários locais espalhados pela cidade e no local, momentos antes da contenda começar só na mão dos cambistas.

O pequeno estádio possui duas entradas, uma para a Conselheiro Galvão, a principal reservada para os torcedores do time da casa e a do outro lado da rua, sendo quase obrigatória dar uma rápida volta e a passagem por dentro do famoso Mercadão, numa ruazinha de somente uma quadra e desembocando na famosa avenida ministro Edgardo Romeiro. Os flamenguistas chegavam com ingressos e entravam na parte reservada a eles, pois adquiriram tudo antecipadamente, mas do outro lado, um tumulto, invadindo a rua, ladeada pelos trilhos da Central do Brasil. Os ingressos esgotaram-se rapidamente, segundo diziam na portaria e a maior reclamação eram dos representantes da terceira idade, que freqüentam religiosamente os jogos e entram gratuitamente seguindo uma cota estipulada pela Federação. “Para esse jogo não teve cota nenhuma. Nenhum idoso entrou. Foi sacanagem. Campeonato Carioca é sempre bagunçado. Não adiantou vir com documento, nunca havia sido barrado, mas hoje isso aconteceu”, desabafou Francisco Silva, 64 anos, morador do Méier.

Outro torcedor também exaltado confirma algo mais. “Foram vendidos somente 3 mil ingressos, pois o campo é pequeno, mas eles se esqueceram que hoje quem está jogando aqui é o Flamengo. Essa quantidade é pequena demais para a nossa grandeza”, afirma esse torcedor, com um visual de Bin Laden, prostrado na frente da entrada, isolada por barreiras colocadas pela Polícia Militar. A intensa movimentação começou por volta de uma hora antes do jogo começar e na metade do primeiro tempo ainda fervia a rua. Na casa lotérica ao lado, a Tricolor Suburbano e na loja de departamentos Xapie a vida seguia normalmente, mas recheada de gente com as cores do Flamengo e ninguém com a camisa do time do bairro. “Isso não é novidade, pois todo jogo de time grande marcado para aqui é um festa, mas dá nisso”, confessa Teresa Cristina, ela e os seus se abrigando na marquise da Xapie e enrolada na bandeira do time do coração de todos.

A revolta de intensifica quando torcedores percebem o entra e sai de dirigentes do Madureira que saem de dentro das instalações, procurando por pessoas que ligaram para seus celulares e os colocam para dentro, sem necessitar nem de ingresso. “Esse aí saiu umas três vezes, procurou aqui do lado de fora o importantão que o ligou e entram abraçados, o policiamento nem pede nada. E nós aqui chupando o dedo”, ironiza Cláudio Fabrício, um dos que queriam comprar ingressos, mas nem na mão de cambistas conseguiu encontrar. Nisso o Flamengo faz 1 x 0 com Ibson e alguns mais exaltados tentam empurrar a grade de proteção, mas não passam da intenção.
A solução de muitos foi o deslocamento para o interior do Mercadão, espaço inferior, onde uma ampla TV está instalada no hall e alguns dos excluídos, impedidos de adentrar o estádio assistem ali o desenrolar do jogo. Impossível não espiar as  promoções nas lojas ao lado da improvisada arena e em algumas delas o destaque é para as máscaras de Carnaval com a fisionomia da presidente Dilma e do ministro Barbosa. “A da Dilma é mais simples, de papelão, igual do Tiririca, quatro por R$ 1,50 e a do Barbosa custa R$ 2 reais a unidade, de plástico. A outra dele, de óculos encalhou, pois vendida junto com a capa preta sai por R$ 30 reais”, diz a vendedora de uma dessas lojas. No intervalo alguns aproveitam para olhar os preços convidativos do local.

Lá fora o sol, que não saia de forma tão intensa há bem mais de uma semana, arrefecia os ânimos, que pioraram tão logo o jogo é reiniciado e um zagueiro abobalhado do Flamengo comete um infantil pênalti. Um empate não comemorado do lado de fora do estádio, pelo menos do lado da entrada principal do estádio. Do outro lado, torcedores com um bandeirão estendido estavam tentando se animar, mas as vibrações vindas lá de dentro não eram muito animadoras. “Eu queria estar lá, sabia do negócio de ingresso antecipado, mas sempre se consegue um jeito. Hoje não foi possível”, confessa Nelson Galdino, um dos que segurava a faixa, entristecido com a situação de ser obrigado a torcer à distância. Quem ganhou muito com isso foi o bar da esquina, lotado de flamenguistas, mesmo não transmitindo o jogo, pois não havia sinal de cabo em sua TV. Cervejaram durante o tempo todo.

O jogo ficou nisso e nem nos últimos minutos o policiamento arrefeceu e permitiu que os aposentados ou os persistentes adentrassem o modesto estádio suburbano. “Isso aqui tem um gostinho de nostalgia, de campinho do interior, aqueles jogos em campos pequenos, pouco vistos com partidas entre os grandes times. Essa festa aqui é uma vez por ano e tem de tudo, os que inventam uma história para entrar, os que vem fantasiados para aparecerem na TV, os que ao verem câmeras se atiram na frente delas e os que ficam com uma carinha de clemência diante da gente, como que dizendo: Me coloca lá dentro, vai”, relata um policial que ficou o tempo todo junto da portaria e quando tudo acalmou saiu para fora tomar uma água e respirar mais aliviado. Não houve comemorações ao final do jogo, mas para o Madureira tudo ficou de bom tamanho. Até os que queriam porque queriam entrar com os ingressos esgotados já haviam desistido do intento bem antes do juiz apitar o final do jogo. Madureira volta à sua normalidade, no estádio só uns poucos querendo ver alguns ídolos rubro-negros e mesmo assim, ninguém a desfilar pelas ruas do bairro ostentando as cores do time da casa. Nesse quesito só deu Flamengo.