CARTAS (105)
QUERIA PODER SABER O QUE FAZER
QUERIA PODER SABER O QUE FAZER
Num primeiro momento eu me encantei. Vejo ainda o encantamento na face da imensa maioria dos que estão hoje nas ruas, mas algo me preocupa e muito. Estou perdendo o encantamento com o “Vem para as Ruas”. Ele não é algo vindo para estancar nossos problemas. Essa suposta falta de lideranças, num primeiro momento bom, já está sendo substituída por algo novo. O ideal do estudante de hoje não é o mesmo de décadas atrás. Ele é um ser que vive inserido no mercado e dele não quer se afastar. As bandeiras de luta e resistência pouco lhe dizem respeito. Muitos estão nas ruas pela primeira vez e confundem a luta por um país melhor com a remoção do que a mídia lhe mostra como o indesejável e o execrável. Já compraram isso e estão a um passo de levantar bandeiras, primeiro contra os que saem na defesa de grupos de resistência, depois contra essas instituições em si e depois, um a um dos seus participantes.
É evidente a existência de um grupo muito bem constituído, ainda oculto, na penumbra e apostando no “quanto pior melhor”, para no caos, alterar a ordem vigente. Não desejam implantar o novo, mas trazer de volta o que de pior temos dentro da política nacional. Vejo grupos em polvorosa, sequiosos por ocupar espaço nas ruas, mostrando a cara e tendo a possibilidade de fazerem o que nunca fizeram até então, se apresentarem à nação. E depois, continuarão tendo a mesma liberdade de ação? Claro que não. Quando o caos estiver instalado, saques aumentarem, o descontrole tomar conta de tudo, as ruas serem tomadas por hordas sequiosas de sangue e o medo instalado, surgirão daí os salvadores da pátria, bem diferentes dos que estão no poder.
Despontará um grupo forte, fascista e renegando as liberdades individuais, restringindo tudo e começando a faxina exatamente por esses que hoje estão se expondo. A acuada classe média e com eles os jovens que foram às ruas, petrificados pelo que estarão vendo, baterão efusivas palmas para quem virá reimplantar a ordem. E esses, terão plena anuência da grande mídia para promover não só a tal “faxina” (sic), como fazer uma caça às bruxas, identificando no antigo regime, tudo de ruim. Já vi esse filme e isso me assusta. Não sei ainda qual serão meus próximos passos. Sei tudo o que quero, mas na desunião dos tantos movimentos sociais de hoje, enxergo cada vez mais, algo propício para a chegada do horror. E ele já está nas ruas. Quando nos dermos conta nem essa união será mais possível.É evidente a existência de um grupo muito bem constituído, ainda oculto, na penumbra e apostando no “quanto pior melhor”, para no caos, alterar a ordem vigente. Não desejam implantar o novo, mas trazer de volta o que de pior temos dentro da política nacional. Vejo grupos em polvorosa, sequiosos por ocupar espaço nas ruas, mostrando a cara e tendo a possibilidade de fazerem o que nunca fizeram até então, se apresentarem à nação. E depois, continuarão tendo a mesma liberdade de ação? Claro que não. Quando o caos estiver instalado, saques aumentarem, o descontrole tomar conta de tudo, as ruas serem tomadas por hordas sequiosas de sangue e o medo instalado, surgirão daí os salvadores da pátria, bem diferentes dos que estão no poder.
De minha parte quero somente um país melhor do que o de hoje, num sistema que integre a todos, sem apartamentos sociais, com uma Justiça transparente, educação para todos, saúde pública ampliada, mídia democratizada, estatais valorizadas, empresariado consciente, políticos sem ganância e onde todos possam conviver sem o excludente tacão de que a única saída seja a seguindo um pensamento único. Eu quero a felicidade, mas não a minha, a coletiva. Odeio ver o povo brasileiro sendo conduzido como massa de manobra para interesses de uns poucos gananciosos. Contra isso sempre estarei alerta, pronto para o combate.
OBS.: Essa carta encaminhei à mídia local, regional e nacional. é o que penso nesse momento.
6 comentários:
Com todo respeito meu caro Henrique, tenho certeza que a população acordou e principalmente a juventude. O apartidarismo prova que o descontentamento é geral.
Ricardo Coelho
O PROFESSOR (MAIS UMA VEZ) ESTÁ COM TODA A RAZÃO. NECESSÁRIO ANALISAR INTERESSES ESCUSOS POR TRÁS DESSAS MANIFESTAÇÕES. O BRASIL ESTÁ CHEIO DE ESPERTALHÔES... VAMOS COM CALMA MAS, SEM ESMORECER. O MOVIMENTO DEVE CONTINUAR NO SENTIDO DE ACABAR COM A SACANAGEM, COMA ROUBALHEIRA E COM O JOGO DE INTERESSES DE UMA MINORIA PRIVILEGIADA QUE ESTÁ "SEMPRE" LEVANDO VANTAGEM. CHEGA DISSO NÉ?
JOSÉ LUIZ SCHUBERT
Tudo muito estranho mesmo. Mas (e tem sempre um mas, né) para que a estranheza se concretize é preciso aceitar um pressuposto: a direita foi capaz de prever todo o movimento com uma rapidez e precisão invejável e/ou mudar de tática e montar uma gigantesca estratégia em menos de 72 horas. De resto, e não há nada de estranho nisso, boa parte (seria a grande maioria?) dos manifestantes são oriundos da classe média e não há nada de estranho no sentido que deram à manifestação. Também não há nada de estranho no fato de haver infiltrados, seja de grupos de extrema direita seja da polícia. Diga-se de passagem eu fui o primeiro a postar minha 'estranheza' quando à demora da ação da polícia no caso da prefeitura como nos saques do centro de SP. E isso no momento em que acontecia. Se foi deliberado (acho pouco provável) ou se foi um (mais um) erro na estratégia do comando da PM (o que é bastante provável visto seu despreparo) é uma discussão em aberto. (Embora se a intenção fosse provocar um situação irreversível que criasse um situação de caos aberto para abrir caminho para um golpe de estado, esqueceram de combinar com os demais (e necessários) participantes. E não combina com o resto das estranhezas.) Na minha análise inicial (postada em após os atos de 13 julho) entre outras considerações dizia: "Para onde vai o movimento? Questão fundamental mas de resposta impossível no momento. Os “corações e mentes” dos milhares de jovens (sim, são fundamentalmente jovens) está em disputa aberta." Confesso agora que este não foi o primeiro final que escrevi que era mais ou menos assim: "Lenin e Hitler parecem disputar sua direção. E neste primeiro momento creio que o segundo tem pequena vantagem." Não tive coragem (ou faltou convicção) para publicá-lo. Se tivesse escrito o texto após participar da manifestação em Bauru e ver os post no grupo criado para divulgar a segundo minha coragem (ou minha convicção seriam maiores). Dito tudo isso, e apesar de tudo isso, as manifestações são um avanço. Devemos na vida real e virtual buscar disputar seus "corações e mentes"
ALMIR RIBEIRO
Colei esse texto do Almir aqui, plugado do facebook, pois o achei pertinente para a discussão.
E o texto de minha missiva sai hoje publicado na Tribuna do Leitor do JC.
Abracitos do HPA - direto do mafuá
É isso aí!
RICARDO COELHO
NÃO NOS IMPORTA QUAL É O PARTIDO DO CANDIDATO DESDE QUE ELE SEJA SÉRIO, HONESTO (coisa rara na política atual) QUEIRA TRABALHAR (MESMO) ENTÃO VOTAREMOS NELE E DAREMOS TOTAL APOIO MAS, SE CONTINUAREM A SER SAFADOS OS MOVIMENTOS IRÃO CONTINUAR. ISSO NÃO VEIO SÓ PRÁ DISTRAÇÃO, VEIO PRÁ FICAR.
José Luiz Schubert
Olha , nesta história toda do mensalão , que enfim deu o estigma ao PT , penso o seguinte : Os corruptíveis é que comandam , no caso o seu Roberto Jefferson e sua turma , os Corruptores , Sr José Dirceu ,Lula , etc , tiveram que pagar para governar , como na Máfia de Chicago , se me paga , eu te protejo , mais ou menos assim , porém as dimensões e o estouro de dinheiro foram enamorando os corruptores também ,que chutaram o Balde a ponto de cuecarem dólares , a evasão foi tão grande que agora o dragão da inflação nos ameaça novamente , mesmo com todo "crescimento econômico " e a proteção sob a crise americana . Enquanto formos um páis de ignorantes . sem, profissionais técnicos e mão de obra especializada , que só uma educação e verdade proporciona ,sempre exportaremos a idéia de um país caótico , sem leis e respeito , como já fez menção George Orwell no filme Brazil , que era uma zona total , Precisamos ser mais sérios em tudo , até mesmo neste movimento nas ruas .
Marco Zanbom
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