segunda-feira, 9 de outubro de 2017

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (44)


GRUPOS DE PODER NEOLIBERAIS E O MACARTISMO LATINO – EXEMPLOS MAIS QUE VIVOS
Esse é o "papa" da perseguição
 

Exemplos vivíssimos de como é a ação dos que não toleram ser contrariados. Dentro do mundo dito como democrático (existe democracia?), existiria um tal de respeito pelo semelhante, pelas ideias contrárias e mais que isso, quando feita a crítica de forma a comprovar a deslize do outro, o recomendável é a investigação e não o que se passa no mundo neoliberal vivido por países como Brasil e Argentina. Cito dois exemplos recentes.

O brasileiro se deu com um diplomata brasileiro atuando em Nova York e que, num texto para a revista Carta Capital ousou criticar o serviço diplomático brasileiro. Tudo dentro do que prescreve as normas para fazê-lo, mas o chefe mór do setor, Ministro da Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, também senador pelo partido mais nefasto deste país, o PSDB. Se dizem democráticos, mas não toleram a mínima convivência com nenhum tipo de oposição ao modo operandis de uma cúpula arcaica e retrógrada. Dentro do desgoverno do golpista Michel Temer, se fazem de bons mocinhos, mas são tão piores quanto o próprio governante. Leiam a seguir o fato e como foi a ação do ministro, que um dia já foi de esquerda e até guerrilheiro, hoje um relés cumpridor de ordens neoliberais: https://www.cartacapital.com.br/revista/973/no-itamaraty-o-macartismo-a-espreita
Julio o brasileiro demitido

Na Argentina do basura (lixo em espanhol) presidente Maurício Macri algo similar. Citro dois exemplos. No primeiro, tanto lá como cá existe uma imprensa a bajular o que de nefasto esse desgoverno contra os interesses populares produz, lá o Clarín e La Nacion, aqui o Globo e Jovem Pan, para não citar mais exemplos. Para esses tudo é permitido, desde concentrar empresas na área de comunicação, como sonegar impostos e mentir na informação. Sendo oposição, daí o bicho pega. Quem está padecendo no momento é o mais famoso órgão de oposição, o Grupo Octubre, com a rádio 750 AM e o diário Página 12. Por revelar para a população as mazelas de Macri e de seu grupo, tudo comprovado, são perseguidos e neste exato momento está em curso uma ação para dar aquele costumeiro jeito de interreomper as atividades deste grupo, pegando-os por um motivo inventado, elevando-se suas consequências e culminando com o impedimento de funcionamento. Tudo com a conivência de um Judiciário, como no Brasil, atrelado aos interesses do neoliberalismo. Leiam essa matéria publicada pelo Conversa Afiada: https://www.conversaafiada.com.br/mundo/macri-quer-fechar-jornal-de-oposicao
Brían o argentino demitido.


No segundo exemplo, também argentino, algo parecido como o ocorrido no Brasil. Lá um sociólogo especializado em pesquisas, atuando no INDEC - Superintendencia de Riesgos del Trabajo. Seu trabalho é esse, o de desvendar mapas, gráficos e analisar o que estão demonstrando através dos números. Foi o que fez o sociólogo Brián Covaro, criticando a forma mentirosa e a esconder dados que o instituto onde atua produz para momento, mascarando dados e escamoteando a real situação do país. Macri e os seus não gostaram da honestidade do pesquisador e o despediram do serviço público. Ou seja, verdade ou mentira, pouco importa, o que vale mesmo é fazer a intransigente defesa do Governo ou de quem está no comando, mesmo que este minta para a população. Se a verdade ferir os interesses do mandatário, isso vale o emprego. Leiam o texto abaixo e se inteirem da situação: https://www.pagina12.com.ar/67170-despedido-por-criticar-al-indec

A insanidade destes prescreve somente uma linha de conduta: se manter sempre ao lado do poderoso de plantão. Com esses no poder, afunilam-se as possibilidades do exercício de qualquer linha de investigação, de denúncia de irregularidades e do exercício das funções sem as mesmas manterem relações indecorosas com os desmandos praticados pelos irracionais com o poder da caneta. Este é o cenário sendo vislumbrado daqui por diante neste “moderno” mundo capitalista neoliberal predatório. As liberdades democráticas estão todas indo pra o ralo ou para a lata do lixo.

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