sábado, 13 de janeiro de 2018

BAURU POR AÍ (148)


NO CHIC CAFÉ DA MIAMI BAURUENSE

Entreouvido ontem num chic café na região da Miami bauruense, quando tantos insólitos se reunem para festar seus feitos. A prestativa atendente querendo ser gentil cumprimenta com efusivo "Bom Dia", antes do atendimento a distinta senhora perto dos 80 anos e sua filha, generosamente perto dos 50 anos. Recebe como devolução uma virada de rosto. Faz seu serviço e na despedida das duas, renova um educado cumprimento e recebe como resposta a mais fria indiferença, como se não existisse. Elas se vão e fica aquela sensação de crueldade no ar. Percebo o constrangimento da cena e me dirigo à funcionária. Ela, ainda chocada, me diz:


- Gente assim existem aos borbotões. Devem achar que somos nada. Fico aqui imaginando como deve ser o tratamento que gente como ela dá para uma faxineira, uma empregada doméstica. Prefiro carregar paralelepípedo do que trabalhar pra gente assim.

Pago a conta e deixo meu comentário feito a ela em forma de reconhecimento aos trabalhadores brasileiros:

- Essa deve estar feliz com a situação atual do país. Estamos adentrando o retorno à escravidão, pelourinho e chicote. Para esses ver trabalhadores perdendo direitos deve ser um deleite, pois não suportavam mais ver os renegados viajando de avião, os filhos destes estudando na mesma universidade de seus filhos ou mesmo conquistando direitos trabalhistas. A empafia, infelizmente, é a marca da desgraça dessa classe média burra, que nunca vai ser rica, mas pensa que o é e age para infelicitar mais e mais este hoje devastado país.

hpa - adentrando o sábado

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