ESSA EU TENHO QUE CONTAR – O DOUTOR NÃO SABIA ONDE ENFIAR A CARA Essa eu tive o prazer de presenciar a cena aqui nas imediações da padaria (sempre ela) onde moro. Bizarra e merecedora de ser espalhada com o vento. É o que faço. O famoso médico desta litúrgica e celibatária aldeia bauruense, por aqui é visto como eminente figura, dentre as mais importantes, conceito elevado aos píncaros da glória por essas plagas. Respeitado por tudo, todas e todos, sempre opina aqui e ali, nunca deixando de cravar sua linha de pensamento e ação: “O país já não aguentava mais e foi preciso a gente mudar. Fizemos o que tinha que ser feito e pelo bem, pelo mal, hoje voltamos a ter as coordenadas sob nossas rédeas. Bolsonaro nos tirou do lodaçal”. Esse mais ou menos o discurso do gajo. Apoiou desbragadamente tudo o que veio com o pacote pós-golpe de 2016, onde o conluio, do qual faz parte, detém até hoje as rédeas deste insólito país. Não está nem um pouco preocupado com as agruras do povo, mas com sua posição, hierarquia mais do que consolidada e cada vez mais conceituada entre seus súditos, ops, digo, asseclas. Fica quase sempre na sua, não faz propaganda ostensiva, mas inquerido mostra seu lado sem nenhum receio. Diz-se liberal, mas no fundo, empedernido conservador.
A história é a seguinte. Participou recentemente de internacional Congresso Médico de sua especialidade na Europa e por lá encontrou todos os próceres, figurões todos reunidos, catedráticos de várias partes do planeta. Estava tudo indo muito bem, mas como em todo congresso existem os encontros de corredores, bastidores, jantares e cafés, ou seja, a sempre necessária troca de experiências, famoso bate papo fora das conferências e apresentações de trabalhos acadêmicos, participando de algumas se deu o insólito. Sua reclamação foi essa e ouvi bem como se deu, pois desabafava com um colega na fila do pão. “Você sabe como penso e como tudo ocorreu aqui no Brasil, mas meus colegas lá de fora ficavam há todo instante, ao me reconhecer brasileiro, questionando como pudemos deixar um cara como esse Bolsonaro chegar ao poder. Me perguntavam como não conseguimos interromper a chegada de alguém assim tão sem noção e me vi no mato sem cachorro. Em cada roda a mesma pergunta, esse o assunto que mais queriam saber de nós brasileiros. Eu não podia deixar transparecer estar ao lado do que eles consideravam o que de pior temos, péssimo exemplo para o mundo, como ouvi de alguns. Tive que dar uma boa sambada nas respostas, pois se fosse explicar dos motivos da aliança com Bolsonaro, além de demorar bastante, talvez não fosse muito bem compreendido, acabando por ficar até mal visto entre pessoas tão importantes no meu meio profissional”.
O danado do vetusto médico bauruense acabou não podendo expor por completo sua maravilhosa linha de pensamento, pois viu que seus pares, tão ou mais conservadores que ele, possuíam algum limite na hora de prestar apoio para experiências fora do controle ou totalmente fora da casinha, já o mesmo não ocorreu com o que fez (e continua fazendo) por aqui. Pelo visto, a lição não foi muito bem assimilada, pois estava reclamando de como lá no exterior as informações que chegam sobre o Brasil estão um tanto distorcidas. Por fim não entendi direito. Para refletir: o distorcido é ele ou as tais informações lá chegando. A identidade do médico é segredo de alcova, de confessionário eclesiástico e como seguidor de cultos excêntricos, me reservo a contar a o causo, sem revelar o santo.
Fausto Bergocce é um dileto amigo e comigo escreveu o livro de Reginópolis. Dias atrás esteve em Nova York e trouxe, a meu pedido, uma edição dominical do New York Times, com encarte da revista literária e tudo o mais, presente para o Henrique. Esse velho mafuento HPA esteve em Buenos Aires e trouxe, a pedido, retribuição ao amigo reginopolense o livro do cartunista Tute. Além disso, Fausto entregou ao HPA sua mais nova cria, o livro Gataiada. Ousaram praticar um ostentoso troca-troca em público e sob olhares de muitos. São dois desavergonhos cidadãos de meia idade, com pouco juízo e sem nenhuma vergonha na cara. Por fim, afirmam não terem um caso, sendo tudo intriga da oposição.
VÉIO DUKA PASSANDO POR AQUI, MENTOR DE MINHA PERVERTIDA MENTE O cara saiu lá de Botucatu ontem só para vir presenciar o lançamento do livro novo do Luís Vitor Martinello. Sabia que ali teria rara oportunidade de rever um monte de gente ao mesmo tempo e assim colocar parte das conversas em dia. Procurou por mim e ao não me encontrar liga. Estava numa aula clandestina e não pude comparecer. Duka me representou e após o convescote, vem pernoitar em casa, essa a forma de aquecer os motores pros embates futuros. Desde que esse macanudo se foi morar num lugar com clima mais ameno, um vácuo foi criado na sua ausência, pois o danado é desses de causar muita falta. Aposentou, montou uma montadora de móveis de madeira de demolição e enquanto fica trancado entre quatro paredes, ruminando móveis, a revolução infelizmente fica em segundo plano. Meu consultor para assuntos aleatórios, em cada retorno para a aldeia bauruense, o sequestro para me orientar pelos próximos passos. Coração reajustado, reapertado e recondicionado após um periquipaque, alivia os momentos ruins levantando uma casa só sua (e da Rosana, claro), com ajuda do cunhado e junto com a digníssima esposa, ainda a ajuda cuidar de um canil nos fundos de seu quintal e na frente um brechó. Tive que perguntar: E sobra tempo para pensar em subverter a ordem? Ele o faz vindo aqui colocar minhocas na cabeça de bauruenses como esse mafuento, planta mais uma semente, a deixa frutificar e volta para sua rotina em Botucatu, lugar onde me diz, as coisas acontecem mais lentamente. Professor de História como poucos, sempre chega com muitas histórias e me faz não fazer mais nada enquanto por aqui permanece. Querendo trabalhar não vejo outra maneira de despachá-lo no Prata das 15h e assim retomo minhas atividades conspirativas por conta própria. Duquinha tem muita história e na qualidade de um dileto amigo, desses inquebrantáveis, o considero meu baluarte, minha mola mestra, uma dessas pessoas inquebrantáveis, o grande culpado, confesso aqui, por ter me desviado de uma vida de gado e ter adentrado essa de contestador. Poderia hoje ser um grande sujeito (sic), empreendedor e rentista, mas o danado me fez enxergar o mundo por outra vertente e deu no que deu. Vez ou outra passa por aqui para se certificar se não me desviei demais da conta dos seus ensinamentos. Meu mestre...
VÉIO DUKA PASSANDO POR AQUI, MENTOR DE MINHA PERVERTIDA MENTE O cara saiu lá de Botucatu ontem só para vir presenciar o lançamento do livro novo do Luís Vitor Martinello. Sabia que ali teria rara oportunidade de rever um monte de gente ao mesmo tempo e assim colocar parte das conversas em dia. Procurou por mim e ao não me encontrar liga. Estava numa aula clandestina e não pude comparecer. Duka me representou e após o convescote, vem pernoitar em casa, essa a forma de aquecer os motores pros embates futuros. Desde que esse macanudo se foi morar num lugar com clima mais ameno, um vácuo foi criado na sua ausência, pois o danado é desses de causar muita falta. Aposentou, montou uma montadora de móveis de madeira de demolição e enquanto fica trancado entre quatro paredes, ruminando móveis, a revolução infelizmente fica em segundo plano. Meu consultor para assuntos aleatórios, em cada retorno para a aldeia bauruense, o sequestro para me orientar pelos próximos passos. Coração reajustado, reapertado e recondicionado após um periquipaque, alivia os momentos ruins levantando uma casa só sua (e da Rosana, claro), com ajuda do cunhado e junto com a digníssima esposa, ainda a ajuda cuidar de um canil nos fundos de seu quintal e na frente um brechó. Tive que perguntar: E sobra tempo para pensar em subverter a ordem? Ele o faz vindo aqui colocar minhocas na cabeça de bauruenses como esse mafuento, planta mais uma semente, a deixa frutificar e volta para sua rotina em Botucatu, lugar onde me diz, as coisas acontecem mais lentamente. Professor de História como poucos, sempre chega com muitas histórias e me faz não fazer mais nada enquanto por aqui permanece. Querendo trabalhar não vejo outra maneira de despachá-lo no Prata das 15h e assim retomo minhas atividades conspirativas por conta própria. Duquinha tem muita história e na qualidade de um dileto amigo, desses inquebrantáveis, o considero meu baluarte, minha mola mestra, uma dessas pessoas inquebrantáveis, o grande culpado, confesso aqui, por ter me desviado de uma vida de gado e ter adentrado essa de contestador. Poderia hoje ser um grande sujeito (sic), empreendedor e rentista, mas o danado me fez enxergar o mundo por outra vertente e deu no que deu. Vez ou outra passa por aqui para se certificar se não me desviei demais da conta dos seus ensinamentos. Meu mestre...
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