CALLE FLORIDA, RUA AUGUSTA E CALÇADÃO DA BATISTA - O ONTEM E O HOJE
Ouvi no sábado anterior à eleição argentina, o amigo jornalista e professor universitário Gilberto Maringoni, que assim como eu, estávamos na Argentina para presenciar a eleição colocando fim no desGoverno de Maurício Macri, falando diretamente da Calle Florida, uma das principais de comércio naquela cidade, pelo menos em tempos anteriores. Cada cidade possui sua via dedicada ao comércio e essa argentina deitou fama por muitas décadas. Não havia um só turista que, visitando Buenos Aires para lá se dirigisse com o intuito de fazer compras, olhar e ser visto. A Florida até hoje é um dos lugares mais conhecidos na cidade, mas o local não abriga mais como antes aquele intenso comércio. A crise pegou a Argentina em cheio e espalhados por essa importante via, muitas portas fechadas, placas variadas anunciando imóveis sendo alugados em praticamente todas suas quadras.
Quando comecei a assistir o vídeo do Maringoni pensei fosse ouvi-lo em algo sobre isso, mas depois ele engrenou no tema eleição e deslanchou por outra vertente, tendo ao fundo o cenário da famosa artéria. Eis o link da fala do Maringoni: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/dcm-na-argentina…/…. Viajo há exatos oito anos seguidos para Buenos Aires, acompanhar congresso acadêmico e acompanho a decadência do lugar. Na comparação com o reluzente passado, a decadência é latente. Os motivos são muitos e vão além da crise. Os pontos comerciais também se alteraram, muitos deles foram transferidos para outros lugares e bairros. O lugar perdeu aquele status de antes. Lojas e mais lojas, muitas delas grandes fecharam suas portas nos últimos anos. Este ano mesmo entrei na Fallabela e Ateneu, dois ícones, sentindo o clima de tristeza pelo comércio já não ser como dantes. De alguns anos para cá, o comércio de rua cresceu de uma forma assustadora, principalmente a noite. Os artesãos e camelôs, principalmente peruanos e bolivianos chegam com seus produtos, estendem seus panos no chão e enquanto a fiscalização não os reprime se amontoam uns aos outros. A tristeza é vê-los ali na calçada, num momento onde se viram desse jeito pela absoluta falta de outra opção.
Escrevo da calle Florida, mas não consigo enxergar a decadência somente nela, pois quando me deparo no que já foi, por exemplo a rua Augusta paulistana, tento relacionar motivos muito proximos para a situação ter também decaído ao longo do tempo. Daí, volto meus olhos para a aldeia bauruense e me deparo com o calçadão, a outrora badalada Batista de Carvalho. Essa rua foi o must bauruense, local de convergência não só do comércio, como point de encontro. Isso tudo já não vigora como dantes. Os centros da maioria de nossas cidades perderam o atrativo e hoje, com comércio mais popular, aliados ao momento nada auspicioso economicamente dos países do cone sul, nessa junção de motivos, locais como a Florida, a Augusta e a Batista de Carvalho, com suas muitas portas fechadas e clamando por serem alugadas, vivem um momento bem diferente do que já viveram no passado. O charme pode até perdurar, mas inevitável na comparação dos momentos, a perda e aquele visual atual deteriorado. Ou seja, todas pioraram e muito.
Obs.: Duas primeiras fotos são da Florida e a última antiga da nossa Batista de Carvalho.
EIS O TRIO, MELHOR, QUARTETO CALAFRIO
Pior que isso só a bestialidade que sufragou votos nesse pessoal totalmente desqualificado, para gerir um país à deriva, mas perdido que cego em tiroteio. Ao publicar essa charge do grande carioca Aroeira, rendo a ele e a todos os chargistas retrando esse triste momento brasileiro uma justa homenagem. Saudades do velho e bom O Pasquim e de um lema que não me sai da cabeça: a gente derruba esses boçais na chocota, pois não aguentam o tranco, são venais, inseguros e dementes, além de não entenderem piada, reagem da pior forma possível, demonstrando o que de fato sempre foram. Impossível dissociar o Fora Bolsonaro do Lula Livre, pois o ex-presidente só está preso por combater e ser aquele que impediria essa pantomina bufa de chegar ao poder. Uma coisa está mais que entrelaçada com a outra e devem acontecer ao mesmo tempo. Diariamente a gente derruba isso tudo um pouco mais com a ação desses maravilhosos artistas do traço, criativos e abrindo os olhos dessa ainda amortecida nação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário