UMA ALFINETADA (4)
Dessa vez, um texto publicado lá n'O ALFINETE, no começo de julho 2007, sobre meu modesto comparecimento aos bares da cidade de Bauru. Confiram no que deu:
PALADAR DEMOCRÁTICO - PELAS MESAS DE BAURU
Esse escriba ganha pouco, mesmo assim investe boa parte dos seus parcos rendimentos mensais em algo inebriante: curtir a vida da melhor maneira possível. Saio sempre que posso e o saldo bancário ainda não atingiu o limite permitido pelo banco que me atura. Dentre as boas coisas da vida, uma mesa farta, e sem preconceitos. Tenho meu serviço, minha ação social, meus momentos de contemplação, minhas coisas bem pessoais, as horas de lazer e de contentamento. Fiz essa lista/roteiro de comes e bebes e se não inclui os medalhões da cidade, é porque lá não costumo botar os pés:
Pra começar bem o dia: Adoro os pães da Padaria NSa Aparecida, perto do Cemitério da Saudade, onde o padeiro é dos mais criativos. A Copacabana também possui ótimos pães. Padaria de pão ruim eu vou só uma vez e não volto nunca mais.
Pra reunir a família: Levo meu filho repetidas vezes ao Bacana's, no Bela Vista, pois adoramos comida japonesa e lá o preço é dos mais convidativos. Chegando depois das 20h enfrentam-se fila todos os dias.
Boa descoberta: A feijoada de sábado do Bar Bartolomeu, na Nsa de Fátima é a pedida, ainda mais porque rola o samba na palma da mão do Quintal do Brás. Mulher bonita (pra quem gosta) é o que não falta.
Pra falar de trabalho: O Templo, do arquiteto que virou suco, Fernando, com música ao vivo e uns filés de arrasar quarteirão é o máximo. Prefiro durante os primeiros dias da semana, quando o papo rola mais solto.
Cenário de romance: Vou para não desagradar a mana, que adora os dois, o Vitória e o Made in Brazil, um ao lado do outro, nas Nações. Dançar faz parte do cenário e marido sem esposa é mato, azaração total.
Pra comer com os olhos: O Beef Srett, do Alameda é nesse estilo. Vou às quintas quando trazem músicos de fora e não cobram couvert. Se paga só o consumido. A comida é boa e o som sempre é dos melhores.
Pra bater papo com os amigos: O Bar do Português se sobressai. Fica a 100 metros do JC e enche todos os dias. Adoro tomar um chopp em pé no balcão, olhando para todos os lados, até escolher onde irei sentar.
Prazer em gotas: Redescobri há pouco tempo o General Bar, do Wagnão. Quem cozinha é a esposa e o astral do botequim é inebriante. Quinta tem um grupo de chorinho, deixando todos de boca aberta.
Sabor brasileiro: Adoro a carne seca e os pasteizinhos do Bar do Amadeu's, lá nos Altos da Cidade. A estupidamente gelada eu tomo no Japa Lá Lá, com todos meus affairs. O lanche eu curto o do Papa Tutti. Pastel de verdade só na feira dominical da rua Gustavo, assim como o frango defumado do Moisés.
Apressado come bem: O Fratelli, do Jeff tem uma casa das mais certinhas na Getúlio, com massas e vinhos de primeira. O atendimento vip da Churrascaria Gaúcha (o lombo é indescritível), na esquina da Praça Rui Barbosa faz a diferença.
Prato inesquecível: Esse leva o nome da cidade. Como o sanduíche Bauru lá do Skinão, onde o Marquinhos sempre pergunta como queremos o rosbife. Levei lá o jornalista Mino Carta quando ele veio a Bauru e tantos outros que passaram por aqui.
Prato preferido: Deixei esse para o final, pois é o que mais freqüento, pagando pouco, sem direito a reclamação. Gostinho de coisa boa. Sacaram, né? É a casa dos meus pais, pois não fico sem o tempero da mama.
Henrique Perazzi de Aquino, 47 anos e avisando para todos os interessados em conferir pessoalmente o roteiro: não adianta pedir para marcar nada na minha conta, pois não possuo crédito em nenhum deles (muito menos na casa dos pais).
PS: a ilustração (legítimo Gilete Press) é do grande Miguel Paiva e saiu publicada no JB, na revista Programa de 01/12/1995.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
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