quinta-feira, 4 de outubro de 2007

UMA ALFINETADA (4)
Dessa vez, um texto publicado lá n'O ALFINETE, no começo de julho 2007, sobre meu modesto comparecimento aos bares da cidade de Bauru. Confiram no que deu:

PALADAR DEMOCRÁTICO - PELAS MESAS DE BAURU


Esse escriba ganha pouco, mesmo assim investe boa parte dos seus parcos rendimentos mensais em algo inebriante: curtir a vida da melhor maneira possível. Saio sempre que posso e o saldo bancário ainda não atingiu o limite permitido pelo banco que me atura. Dentre as boas coisas da vida, uma mesa farta, e sem preconceitos. Tenho meu serviço, minha ação social, meus momentos de contemplação, minhas coisas bem pessoais, as horas de lazer e de contentamento. Fiz essa lista/roteiro de comes e bebes e se não inclui os medalhões da cidade, é porque lá não costumo botar os pés:

Pra começar bem o dia: Adoro os pães da Padaria NSa Aparecida, perto do Cemitério da Saudade, onde o padeiro é dos mais criativos. A Copacabana também possui ótimos pães. Padaria de pão ruim eu vou só uma vez e não volto nunca mais.

Pra reunir a família: Levo meu filho repetidas vezes ao Bacana's, no Bela Vista, pois adoramos comida japonesa e lá o preço é dos mais convidativos. Chegando depois das 20h enfrentam-se fila todos os dias.

Boa descoberta: A feijoada de sábado do Bar Bartolomeu, na Nsa de Fátima é a pedida, ainda mais porque rola o samba na palma da mão do Quintal do Brás. Mulher bonita (pra quem gosta) é o que não falta.

Pra falar de trabalho: O Templo, do arquiteto que virou suco, Fernando, com música ao vivo e uns filés de arrasar quarteirão é o máximo. Prefiro durante os primeiros dias da semana, quando o papo rola mais solto.

Cenário de romance: Vou para não desagradar a mana, que adora os dois, o Vitória e o Made in Brazil, um ao lado do outro, nas Nações. Dançar faz parte do cenário e marido sem esposa é mato, azaração total.

Pra comer com os olhos: O Beef Srett, do Alameda é nesse estilo. Vou às quintas quando trazem músicos de fora e não cobram couvert. Se paga só o consumido. A comida é boa e o som sempre é dos melhores.

Pra bater papo com os amigos: O Bar do Português se sobressai. Fica a 100 metros do JC e enche todos os dias. Adoro tomar um chopp em pé no balcão, olhando para todos os lados, até escolher onde irei sentar.

Prazer em gotas: Redescobri há pouco tempo o General Bar, do Wagnão. Quem cozinha é a esposa e o astral do botequim é inebriante. Quinta tem um grupo de chorinho, deixando todos de boca aberta.

Sabor brasileiro: Adoro a carne seca e os pasteizinhos do Bar do Amadeu's, lá nos Altos da Cidade. A estupidamente gelada eu tomo no Japa Lá Lá, com todos meus affairs. O lanche eu curto o do Papa Tutti. Pastel de verdade só na feira dominical da rua Gustavo, assim como o frango defumado do Moisés.

Apressado come bem: O Fratelli, do Jeff tem uma casa das mais certinhas na Getúlio, com massas e vinhos de primeira. O atendimento vip da Churrascaria Gaúcha (o lombo é indescritível), na esquina da Praça Rui Barbosa faz a diferença.

Prato inesquecível: Esse leva o nome da cidade. Como o sanduíche Bauru lá do Skinão, onde o Marquinhos sempre pergunta como queremos o rosbife. Levei lá o jornalista Mino Carta quando ele veio a Bauru e tantos outros que passaram por aqui.

Prato preferido: Deixei esse para o final, pois é o que mais freqüento, pagando pouco, sem direito a reclamação. Gostinho de coisa boa. Sacaram, né? É a casa dos meus pais, pois não fico sem o tempero da mama.



Henrique Perazzi de Aquino, 47 anos e avisando para todos os interessados em conferir pessoalmente o roteiro: não adianta pedir para marcar nada na minha conta, pois não possuo crédito em nenhum deles (muito menos na casa dos pais).
PS: a ilustração (legítimo Gilete Press) é do grande Miguel Paiva e saiu publicada no JB, na revista Programa de 01/12/1995.

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