Mafuá do HPA

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (05)

A BALSA ENTRE BORACÉIA/ITAPUÍ E A FUGA DO PEDÁGIO

Estava nesse sábado pela manhã a trabalho em Pederneiras. De lá, necessitava de uma ida rápida em Itapuí. Nesses casos não penso duas vezes, fujo do pedágio em cima da ponte do Tietê. Ida e volta seriam R$ 14 reais. Nos meus gastos diários ainda teria a revista Carta Capital (R$ 7,90) e uma feijoada no restaurante do Luso. Fiz um bom negócio. Economizei e segui pelo caminho mais demorado, o via balsa. Faço isso com a maior tranquilidade e frequência. Além de tudo, a nostalgia de um passeio diferente, dos mais agradáveis. Quem ainda não experimentou, recomendo e se possível, acompanhado. O visual é interessante, mesmo os pontos de embarque/desembarque estarem um tanto abandonados. O lado de Itapuí está um mato só, visual feio. Aquela prainha já foi um ponto turístico de grande visitação. Hoje, só abandono. Merece um melhor cuidado. Ando por ali há décadas e constato que tudo já foi melhor tratato. Já na balsa, tudo normal, funcionários prestativos e um atendimento bom. Presenciei até um vendedor de trufas na viagem.

Outro dia a Folha de SP fez uma matéria sobre as Rotas de Fuga dos Pedágios: "Depois de erguer 52 novos pedágios nas rodovias de São Paulo, dos 54 previstos até 2018, as concessionárias partem para cercar as rotas de fuga utilizadas por motoristas para escapar da cobrança. Nos últimos três anos, elas já tiveram que fazer acordos ou ir à Justiça para fechar 47 atalhos. Quase a mesma quantidade, porém, ainda passa por negociações e está na fila de estudos da Comissão de Concessões da Secretaria de Estado dos Transportes. O órgão já chegou a identificar trajetos de escape de cobrança utilizados diariamente por 7.300 veículos. É como se, em um ano, metade da frota da cidade de São Paulo tivesse passado por lá". Algo grandioso, que explicita como anda à mingua o bolso do brasileiro.

Não considero o desvio de rota pela balsa uma simples fuga de pedágio. Esse é diferente dos demais. Existem uns bem ruins por aí. Estão até ameaçando os motoristas com multas, tal o traçado por caminhos tortuosos, perigosos e até irregulares. Outro dia viajei com meu cunhado Paulão e na volta, passando por Areiópolis, adentramos o canavial. Como havia chovido há poucos dias, imensas poças e muita lama. Como o carro dele é uma caminhonete, tudo transcorreu sem problemas. Com meu Palio teria problemas. Já na balsa tudo é tirado de letra. Rola até um papo agradável com os frequentadores habituais, com histórias variadas. E o melhor de tudo, a balsa é grátis e atende 24h por dia. Por fim, se tem coisa das mais irracionais, das que não concordo de jeito nenhum é o tal do pedágio. Viajar por nossas estradas não teriam que ter essas indevidas, escorchantes e despropositadas fontes de enriquecimento alheio e até de desvio de dinheiro público.