A FILHA DO NEGUITO - Saiu publicado n'O Alfinete, de Pirajuí, 11/04/2009
* Texto em Homenagem ao Dia do Jornalista - 07 de abril
Conheci uma jornalista aqui em Bauru, passando a admirá-la de cara. Seu nome, Cristina Camargo. É setorista do BOM DIA, atuando principalmente nas matérias sobre política e cotidiano. Muito sensível, escreve de um jeito macio, duro quando necessário, mas sempre instigante. Nos contatos com o jornal, nos reencontros pelas ruas da cidade, a identificação com muitas coisas em comum, as nossas desigualdades seculares, insatisfações pessoais e coletivas.
Hoje em dia tem jornalista que te entrevista e no momento de escrever a matéria, não valoriza o principal. Faz questão de mencionar algo citado despretensiosamente, mas como aquilo é o que gerará polêmica, o título partirá daí. São posturas e cobranças que eles devem ter internamente nas redações, para que seus textos gerem discussão e consequentemente, vendam mais jornal. Cristina foge um pouco disso. Percebo que preza suas fontes com carinho. Não faz questão nenhuma de colocar as pessoas em situações desagradáveis. Amplia-se a empatia.
Sou um inveterado colecionador de papéis e dentre eles, recortes de jornais. Não jogo fora nenhum jornal, sem antes recortá-lo, guardando o que me interessa. Tenho muitas matérias da Cristina por aqui. Uma pena que o BOM DIA não consiga produzir textos mais longos, profundos. O formato do jornal não permite. São curtos, concisos. Ela acabou se especializando nisso. Escreve gostoso, conseguindo algo que tenho a maior dificuldade e que o Veríssimo sintetizou tão bem: “Escrever é cortar palavras”. Em poucas linhas dá todo o recado, manda muito bem.
Tive um contato mais próximo dela quando o jornal produziu as matérias do encontro do andarilho gaúcho Jocelino nas ruas de Bauru, até o seu retorno para sua Itaqui, na fronteira com a Argentina. Muitas ligações, idas e vindas junto do agora amigo, Jocelino (acho que dela também). Conversamos mais e ela me pergunta sobre minha relação com Pirajuí. Digo não ser de lá, que escrevo por ter sido grande amigo do Marcelo Pavanato e que fui ficando, mesmo após sua morte. Ninguém me pediu para parar, toco o barco. Eis que ela me diz ler sempre o jornal por ser de lá e solta a grande novidade para mim: “Sou filha do Neguito”.
Pouco sei da política de Pirajuí. O que sei é que até anos atrás estava um “Deus nos Acuda”, com cassações e quase prisões. Uma pessoa das mais íntegras, com passado de retidão, solidez profissional e ética é escolhida para ser candidato e ganha disparado. A pessoa certa para o momento delicado da cidade. Infelizmente permanece pouco no cargo. A doença o leva antes da hora. Jardel enquanto seguir seus passos permanecerá no caminho acertado. Já da Cristina, além disso, nada mais sei. Sei que se tenho admiração pelos rumos de Pirajuí no pós-Neguito e dos bons textos e da postura da filha, eles agora se ampliam. Esse mundo é mesmo pequeno, estamos nos trombando a cada esquina, mesmo diante dessa imensidão terrestre.
HPA, 48 anos e fazendo questão de enaltecer as poucas relações confiáveis de amizade, integridade, ética e de convivência. OBS.: Cristina não gosta muito de aparecer e eu não tenho fotos dela. Prefere se manter no anonimato, o que não deixa de ser muito bonito. Fica meu registro. Ela dignifica a profissão de jornalista.
Conheci uma jornalista aqui em Bauru, passando a admirá-la de cara. Seu nome, Cristina Camargo. É setorista do BOM DIA, atuando principalmente nas matérias sobre política e cotidiano. Muito sensível, escreve de um jeito macio, duro quando necessário, mas sempre instigante. Nos contatos com o jornal, nos reencontros pelas ruas da cidade, a identificação com muitas coisas em comum, as nossas desigualdades seculares, insatisfações pessoais e coletivas.
Hoje em dia tem jornalista que te entrevista e no momento de escrever a matéria, não valoriza o principal. Faz questão de mencionar algo citado despretensiosamente, mas como aquilo é o que gerará polêmica, o título partirá daí. São posturas e cobranças que eles devem ter internamente nas redações, para que seus textos gerem discussão e consequentemente, vendam mais jornal. Cristina foge um pouco disso. Percebo que preza suas fontes com carinho. Não faz questão nenhuma de colocar as pessoas em situações desagradáveis. Amplia-se a empatia.
Sou um inveterado colecionador de papéis e dentre eles, recortes de jornais. Não jogo fora nenhum jornal, sem antes recortá-lo, guardando o que me interessa. Tenho muitas matérias da Cristina por aqui. Uma pena que o BOM DIA não consiga produzir textos mais longos, profundos. O formato do jornal não permite. São curtos, concisos. Ela acabou se especializando nisso. Escreve gostoso, conseguindo algo que tenho a maior dificuldade e que o Veríssimo sintetizou tão bem: “Escrever é cortar palavras”. Em poucas linhas dá todo o recado, manda muito bem.
Tive um contato mais próximo dela quando o jornal produziu as matérias do encontro do andarilho gaúcho Jocelino nas ruas de Bauru, até o seu retorno para sua Itaqui, na fronteira com a Argentina. Muitas ligações, idas e vindas junto do agora amigo, Jocelino (acho que dela também). Conversamos mais e ela me pergunta sobre minha relação com Pirajuí. Digo não ser de lá, que escrevo por ter sido grande amigo do Marcelo Pavanato e que fui ficando, mesmo após sua morte. Ninguém me pediu para parar, toco o barco. Eis que ela me diz ler sempre o jornal por ser de lá e solta a grande novidade para mim: “Sou filha do Neguito”.
Pouco sei da política de Pirajuí. O que sei é que até anos atrás estava um “Deus nos Acuda”, com cassações e quase prisões. Uma pessoa das mais íntegras, com passado de retidão, solidez profissional e ética é escolhida para ser candidato e ganha disparado. A pessoa certa para o momento delicado da cidade. Infelizmente permanece pouco no cargo. A doença o leva antes da hora. Jardel enquanto seguir seus passos permanecerá no caminho acertado. Já da Cristina, além disso, nada mais sei. Sei que se tenho admiração pelos rumos de Pirajuí no pós-Neguito e dos bons textos e da postura da filha, eles agora se ampliam. Esse mundo é mesmo pequeno, estamos nos trombando a cada esquina, mesmo diante dessa imensidão terrestre.
HPA, 48 anos e fazendo questão de enaltecer as poucas relações confiáveis de amizade, integridade, ética e de convivência. OBS.: Cristina não gosta muito de aparecer e eu não tenho fotos dela. Prefere se manter no anonimato, o que não deixa de ser muito bonito. Fica meu registro. Ela dignifica a profissão de jornalista.
Algo digno de registro: Cristina também possui um blog, é o www.crisferrazcamargo-palavras.blogspot.com
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