sábado, 25 de abril de 2009

CENA BAURUENSE (28)

A LINHA FÉRREA AQUI PERTINHO, DUZENTOS METROS DE MINHA CASA
No começo da semana passada recebo do professor Muricy algo significativo. Em forma de e-mail, o texto vinha com uma mensagem de dor e lamento: "REPASSANDO "VERGONHA".... Fotos eloqüentes! Como se diz, dispensam palavras... Lembrança do apito do trem... A Ferrovia em Bauru... Glória do Passado... Vergonha do Presente... Para pensar!". Tudo que envolve o tema ferrovia me chama muito a atenção, essa em especial, pois as fotos foram tiradas aqui pertinho de minha casa, nas imediações do cruzamento férreo junto à rua Antonio Alves. Pouco mais de 200m. Passo por ali diariamente, de três a cinco vezes ao dia. Pedi autorização para o Muricy, pois queria publicar as fotos aqui. Ele me disse não serem dele e me passou um email. Escrevi e outra resposta: "Recebi de uma outra pessoa, escreva para ela". Escrevi e a resposta foi positiva, poderia publicar as fotos, porém a surpresa, vinham sem a identificação de quem as teriam produzido. "Faça o que quiser com elas, pode publicar - O PENSADOR!". Fiquei meio que sem entender, pois também defendo Bauru com unhas e dentes, mas não o faço anonimamente. Posto textos e fotos aqui diariamente e assino embaixo. Essa é a forma como escolhi para defender minha cidade, colocando a cara para bater. Dias atrás escrevi sobre problemas na Secretaria de Cultura e assinei. Vieram respostas de todos os lados, iguaizinhas as que ouço diariamente nas ruas, porém nenhuma assinada, todas anônimas. Uma pauleira, mas ninguém com coragem de assinar o nome embaixo. Alguns eu até entendo, pois estão sob o tacão do algoz, mas os artistas, os que repetem os desmandos pelas esquinas, nenhum colocou seu nome ali. Desse jeito mudamos pouca coisa. A coragem deve fazer parte de nossa forma de denunciar e de tentar mudar o estado de coisas que não concordamos. Quiz misturar esses dois temas, o das fotos da ferrovia (muito boas, por sinal) com a forma como procuramos mudar e denunciar nossas mazelas. O PENSADOR deve ser uma pessoa bem conhecida, pois cita nomes de amigos. Vejo que a sua luta é também a minha e a de todos citados no seu e-mail de resposta. O motivo de suas fotos é em cima de algo muito grave, o abandono a que foram relegadas nossas ferrovias. Tudo começou nos anos de Governo FHC, do PSDB, quando da privatização das ferrovias. Esse o grande crime contra os trilhos. O problema encontrado aqui em Bauru é igualzinho ao do resto do país. A situação existente aqui é idêntica a de todos os lugares, sem tirar nem por. O que fazer? Essa pergunta eu me faço, "O Pensador" a faz e tantos outros. E a resposta? Nossos trilhos nunca mais voltarão a ser o que foram no passado, mas vejo que o transporte de passageiros via trilhos terá que voltar, se não por livre e espontânea vontade, talvez pela força. Será totalmente impraticável ir para São Paulo ou Rio de carro daqui a poucos anos. Qual a solução mais barata? O trem. Terão que chegar nessa conclusão e a partir daí, tudo terá que ser recuperado. Vivo dentro desse cenário degradante desde os anos 90, acompanhei a degradação e quero ter idade para ver sua recuperação. Instigo um retorno mais rápido, eu, Muricy, "O Pensador" e uma legião de gente que ama isso tudo e entende passar pelos trilhos a solução de nosso transporte urbano.
Obs.: Cliquem nas fotos e elas ficaram imensas na tela do seu computador. Experimente...

16 comentários:

Anônimo disse...

Morar vizinho de linha férrea hoje em dia é conviver com esse cenário. Mato, lixo, escorpiões, perigo de assaltos, etc. Eu que moro mais para cima, pelos lados do Jardim Santana, sinto o abandono ao abrir minha janela. Pior ainda, para os moradores do Guadalajara, diante do imenso abandono que virou todo o espaço ferroviário onde antes era a estação de Triagem Paulista. O abandono predomina e as soluções são tão lentas. Mesmo assim sou contrário aqueles que querem a retirada dos trilhos do seu local atual. Quero é os trens de volta.

Wilson

Anônimo disse...

meu caro amigo H.P.A.
acabei de ler seu texto sobre os trens de ferro e o comportamento das pessoas diante dos problemas que nos aflige, eu já me cansei de cobrar um posicionamento das pessoas, mas a covardia do povo é uma coisa de louco. Todos querem mudanças mas desde que não me comprometa. um muda... um grande abraço e manda mais

Lázaro Carneiro

Anônimo disse...

Caro Henrique:
Vc já sabe da nova sacanagem?
Estamos sem lanchonete no Teatro Municipal. O coitado do Odair foi obrigado a cerrar as portas.
Que qué isso???
Um abraço

Anônimo disse...

O "féerie" foi responsável pela Diretoria de Patrimonio Histórico por 4 anos e deixou tudo como está hoje em dia, sem reclamar da empresa que mantém a licença para operar a malha ferroviária. Agora, quer dar uma de preocupado com isto. Por que será?

Mafuá do HPA disse...

O "férrie" (seja lá o que for isso) não reclamou numa só linha da concessionária da malha ferroviária. A minha preocupação, tendo o cargo de Diretor, como vizinho da linha férrea ou como bauruense é com os destinos férreos nesse país, que também devem ser os da pessoa que postou algo aqui de forma anônima.

Críticas eu faço e assino.

Henrique, direto do mafuá

Anônimo disse...

Caro Henrique:
O trabalho que vcs fizeram durante quatro anos na Cultura bauruense está indo ralo abaixo. Os artistas que recebiam religiosamente em dia, agora tem que aguentar as elocubrações juridicas do pentelho.Deste jeito não dá. Trabalhar e não receber?

Anônimo disse...

HENRIQUE

VOCÊ É EDUCADO E CORDIAL DEMAIS COM ESSE PESSOAL QUE ESTÁ PROMOVENDO A "descultura" NA CIDADE.
DESÇA MAIS A LENHA, POIS SE A COISA AINDA NÃO PEGOU FOGO É PORQUE OS ARTISTAS VÃO FALAR DIRETO COM O PREFEITO E JÁ AGEM COMO SE NÃO EXISTISSE MAIS SECRETARIA DA CULTURA.

MARIA DO CARMO

Anônimo disse...

A preocupação com a questão ferroviária é tanta, da atual administração da cultura em nossa cidade, que após mais de quatro meses ainda não conseguiram a volta do passeio da Maria Fumaça. Haja incompetência....

Anônimo disse...

POR FALAR EM DEFESA DO PATRIMÔNIO, DESDE O COMEÇO DO ANO O CODEPAC NÃO SE REUINIU E NEM FOI EMPOSSADA NOVA DIRETORIA. A QUEM INTERESSA ESSA DESMOBILIZAÇÃO?

Anônimo disse...

Que bom! Parece que o novo secretario veio para desafinar o côro dos contentes ( e da "tchurma" toda). Enfim, alguém de coragem!

Anônimo disse...

Não concordo com esse último Anônimo. Não acho que o atual sectário, sic, secretário veio para desafinar o coro dos contentes. Pelo contrário, sigo um lema de que se a grande maioria está num caminho e um outro surge para contrariar isso tudo, podemos estar dando vazão para o surgimento de um ditador. O que me diriam de uma pessoa que não recebe os artistas, que não encaminha suas reivindicações, que age de forma isolada, sem ouvir seus pares e muito menos aos anseios e clamores das ruas. Algo perigoso está no ar e fazer a defesa dessa pessoa é contrariar tudo o que aprendi e defendo como forma democrática de agir e atuar.

MARIA DO CARMO

Anônimo disse...

Primeiro, deixe-me falar sobre o novo secretário da cultura: não o conheço, mas todos os amigos que fazem cultura nessa cidade (homens e mulheres de coragem) estão a reclamar. Um outro querido amigo jornalista ao comentar o assunto me adiantou: esse rapaz era fotógrafo da câmara e nem fotografias tirava. É um "enxertado" pelos pactos políticos feitos pelo prefeito, ou seja, o partido do atual secretário tinha uma boca garantida no governo. Talvez imaginaram que por ser fotógrafo, ele entenderia de "artes".
Por isso, todos estão indo direto ao Rodrigo Agostinho, que pelo visto não reclama, atende a todos.
Em segundo lugar sobre esses posts anônimos: Até hoje não entendo a covardia... covardes assim venderam o Cristo por trinta moedas. Covardes assim assistiram ao enforcamento e ao esquartejamento de um mineiro chamado Joaquim José.
Se o blog do HPA está aberto aos amigos, os chatos de plantão que quiserem discordar, discordem à vontade, mas basta de "Bunda-molice", de covardia! Por favor, tomem coragem! Nem o Império Romano nem a Coroa Portuguesa (e nem mesmo o HPA) estão armados contra o coro dos "descontentes-virtuais".
Abraços aos homens e mulheres de coragem que leram e emitiram suas opiniões.
W. Leite

Anônimo disse...

HENRIQUE

O descontentamento em Bauru com os rumos dados para nossa Secretaria de Cultura são t~çao grandes que desviaram até o foco do seu texto. O pessoal precisa descarregar sua ira em algum lugar. E como a imprensa parece não abrir muito espaço para as críticas, eles ocupam os espaços existentes.

Te escrevo só para te lembrar que dia 30 de abril, amanhã portanto é o Dia do Ferroviário. Nada será feito por aqui? Nem uma simples menção ao dia? Esse pessoal que está aí perderam o bonde da história.

Também são autoritários a extremo. Vejam o que o Jornal da Cidade noticia hoje. Mês passado divulgaram que todo mês ocorrem reuniões do partido no dia tal. Tudo balela. Ontem, uma turma de filiados do partido foi até o local e a sede estava fechada. O PSB em Bauru é um feudo de umas três pessoas. O resto é o resto. É assim que eles pensam e agem. E assim agem também com a nossa Cultura. Voltamos no tempo e no espaço.

PEDRÃO

Anônimo disse...

Caro Henrique:
Vc, Vinagre e a equipe cultural da administração passada deveriam publicar um PRESTANDO CONTAS dos trabalhos desenvolvidos na gestão passada e calar a boca dos fariseus.

Mafuá do HPA disse...

ENFIM ALAGUÉM COM CORAGEM PARA ESCREVER E POR A CARA PARA BATER:
Carta publicada na Tribuna do Leitor, JC, de 04/05/2009:



03/05/2009
Cultura, como assim?
A cultura nos traduz e nos diferencia. É por meio dela que nos revelamos uma sociedade original, plural e tolerante. Além disso, gera renda, trabalho e cidadania. Fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc. Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura.

Bom vamos ao que interessa. Como está Bauru? Li com indignação nota da coluna Entrelinha de 22/04/2009, que nos conta da “primeira viagem” da militância política do sr. secretário de Cultura, Pedro Romualdo, e do tamanho de sua empolgação com as fotos que tirou da Capital do nosso país. Tá bom que ele é fotógrafo, eu sei, mas ele foi pra Brasília enquanto servidor público para (?) e conseguiu (?) que pretende executar até (?).

Está bem, entendi, vamos ter que esperar mais um tempo pra saber, mas só quero lembrar que já estamos esperando há pouco mais de cem dias...

Onde está a participação da Secretaria nos eventos e incentivo a produção cultural? Cem dias se passaram e o que tem o sr. secretário a nos mostrar? 1- O “Cine Tela Brasil”, um cinema itinerante, patrocínio da Telefônica?. Não, esse não, esse foi feito por iniciativa da Secretaria do Bem-Estar Social, conforme veiculado na imprensa, 2- O prefeito vai para São Paulo discutir questões de tombamentos patrimoniais, temas de pauta do CODEPAC- Conselho do Desenvolvimento do Patrimônio Cultural de Bauru, dois secretários o acompanham, o da Cultura não foi (?), também isso não...

Então o que ele tem feito? Se querem saber mais detalhes do que anda acontecendo por lá, é só ouvir os servidores, ir aos museus, às bibliotecas públicas e perguntar.

A Secretaria da Cultura se transformou numa grande confusão. Tudo está parado. As coisas não estão funcionando direito e, o pior, um clima tenso está instalado, pois o secretário não tem demonstrado muita habilidade no trato com as pessoas, grita com servidores, não atende artistas locais, o constrangimento é geral.

Pode um agente público não receber e atender ao “PÚBLICO”? Público aqui no sentido de pessoas e da coisa pública, pois é isto que estamos presenciando neste momento em nossa cidade, uma total falta de atenção aos interesses da população. A repetição de arbítrios e ditaduras e os abusos a que tantas vezes assistimos em outras administrações, não pode se repetir nesta. Alguma coisa precisa ser feita.

Chegou a hora de a Secretaria de Cultura receber um tratamento à sua altura. Um setor tão presente na vida cotidiana, tão transversal no conjunto das dimensões humanas, tão transformador para os indivíduos, tão vital para a economia do país e para sua relação com o mundo, merece políticas contínuas que contemplem sua grandeza.

Tomemos por exemplo a Oficina Cultural “Glauco Pinto de Moraes”, que é pólo irradiador da cultura em nosso município e na região, leva atividades culturais gratuitas à população, tem uma programação diversificada para iniciantes e profissionais, onde as portas estão sempre abertas: ao público e aos artistas, todos são sempre bem-vindos pelos funcionários da Oficina e por seu coordenador, o Paulinho, que é uma pessoa que mantêm um vínculo com o meio cultural há muitos anos, pessoa que não mede esforços para a realizar e inovar, prova disto são as inúmeras e diversificadas atividades que esta Oficina proporcionará a nós bauruenses, que contemplam o inovador workshop de curadoria com a renomada profª dra. Janira Fainer Bastos, passando pelos tradicionais cursos de violão e dança de salão, até a moderna oficina de rádio via internet.

Fica aqui o meu apelo ao sr. prefeito para cumprir o que propôs no inicio de sua gestão: prometeu à cidade que avaliaria em curto prazo de tempo a atuação de seu secretariado e que se necessário fosse faria ajustes. Pois bem, cem dias, já dá pra avaliar. Expresso ainda a minha solidariedade aos colegas servidores, aos artistas locais e aos sedentos por cultura desta cidade.


Cláudia Patrícia Clérigo

Anônimo disse...

HENRICÃO

Deixa eu apimentar isso aqui. Poucos ainda sabem, mas fecharam a cantina do teatro por falta de licitação. Ela iria ficar fechada, pois ninguém teve a precaução de abrir uma nova licitação, para que o local não ficasse fechado. Dias depois, após o dono corrar atrás, tiveram que reabrir a cantina. Foi um carão, mais um.

Eles lá na Cultura fazem tudo errado e depois tem que ficar remediando. Foram obrigado a reabrir a cantina.

Vergonhoso, não????????????

Sou amiga da Cultura e funcionária. Se publicar meu nome aqui fico num mato sem cachorro.