A PREVISÃO SE CONCRETIZOU: ESTAMOS NA SEGUNDONA DO PAULISTÃO
Sou noroestino de quatro costados. Ontem estava num churrasco de aniversário dos mais animados (chácara do Derly, em Arealva), junto da irmã Helena e amigos. Fui o único a abandonar o local, pois queria ir assistir ao último jogo do Campeonato Paulista, a despedida do Noroeste da Série A-1. Cheguei no Alfredão com dez minutos de jogo. Fui só e no campo me juntei às mil pessoas lá presentes. Acompanho esse time desde meus tempos de moleque. O faço com gosto, sofro muito (já me alegrei muito também). Sabia o que iria encontrar. O time foi um fiasco no campeonato inteiro e não seria no último dia que iria se redimir. Estivemos na zona de rebaixamento em 90% dos 19 jogos. Os erros começaram lá atrás e são muitos. A Diretoria contratou errado esse ano, o fez em excesso e sem critérios. Uma emissora de rádio rádio jogou pesado contra a Diretoria, em situação ainda não bem explicada e retardou as decisões do presidente em assumir o time de fato. Existia um suposto grupo preparado para assumir o clube, pressionando por fora (ainda hoje ouvi no rádio uma fala sobre o tal empresário). O autoritarismo marcou todas as decisões internas do clube, numa total dissonância com a torcida. Desencontros e mais desencontros só poderiam dar no que deu. Apanhamos por tudo quanto é campo. E olha que não era para acontecer isso, pois internamente o clube está bem financeiramente, estabilizado, com todas suas contas em dia, algo um tanto difícil no futebol do interior paulista nos dias de hoje. É claro que a Diretoria não queria que o time caísse, mas caiu. Precisa ver a vibração quando marcamos o primeiro gol do jogo. Alegria que durou pouco. Depois, o fiasco teve continuidade. Outra vibração foi quando tomaram conhecimento de que o rival Marília estaria caindo de mãos dadas conosco. O derby ocorrerá também na Segundona. Ontem, na saída do último jogo, após 5x2 do Mogi Mirim, ouço que o clube fecha para balanço por certo tempo. Ùltimo lugar na tabela. Fico apreensivo. Acompanho a situação de muitos outros clubes do interior e sei que esse “brinquedinho” denominado futebol é algo um tanto caro, negócio bem capitalista, onde se ganha e se perde milhões. Propor a saída do presidente Damião não precipitaria o quase fechamento do clube? Atrair outros empresários, que viriam sem qualquer vínculo de paixão com o clube não seria outro chute no escuro? Onde estariam esses empresários? Cheguei a ser apresentado a um desses num jogo e fiquei sem entender. Estaria paquerando do lado de fora, aguardando o momento do bote? Analiso friamente: Damião gosta do clube, seu filho não, mas os que viriam dariam continuidade a tudo o que velho empresário fez internamente? Não questiono a legitimidade de Damião querer recuperar o que investiu. Faz parte do negócio capitalista em que vivemos. Prefiro aguardar mais, ouvir mais, ler mais, entender melhor o que anda sendo discutido nos bastidores, para me posicionar melhor. O fato é que, como a imensa legião de torcedores, estou triste, macambúzio e percebendo que minha ficha ainda não caiu completamente. Ontem no campo, vi muitas famílias vibrando juntas, mulheres jovens como nunca havia visto, uma molecada sofrendo como eu. Estava pintando uma nova geração nas arquibancadas e isso precisa ser levado em consideração. Seria bom entrarmos no ano do centenário com tudo isso resolvido. Torço por isso. Gosto muito de assistir os jogos ao lado da Sangue Rubro. Vejam três refrões cantados ontem nas arquibancadas: "Uau, uau, eu tô passando mal! Comi um lanche na barraca do Uau Uau" (O próprio Uau Uau junto rindo), "Vergonha, vergonha, time sem vergonha" (imitando a famosa música) e por fim "Não é mole não. Vizotto é homem, o resto é cuzão" (livrando a cara do único que honrou a camisa do vermelhinho). Sintam a tristeza na saída do campo. Futebol no Alfredão, agora só ano que vem...
3 comentários:
Meu caro Henrique, eu fui contra as criticas ao Damião no fim do ano, mas temos que reconhcer o quanto estavamos iludidos, enganados por essa direção, tinham razão os criticos que alertavam sobre a bagunça e incompetencia dos dirigentes, a familia Garcia deixou o time como sempre esteve, afundado eternamente.
P.S
Amigo Henrique
Ouço todas as rádios de Bauru, principalmente as que comentam futebol. Dentre todas, só uma faz jogo cerrado contra a atual direção, pregando uma volta ao passado, a Auri Verde. Ontem eles trouxeram o ex- presidente Cameschi, que afundou o Noroeste, pois da última vez ninguém nem recebia direito. O que esses caras querem, que o Cameschi volte ? Não consegui ainda vislumbrar o interesse que está por trás dessa pauleira que eles descem no Noroeste. Será por causa do Damião nunca ter feito anúncio com eles? Outra coisa, só para não me alongar, seria muito bom se o Jota Martins estivesse a frente da direção do time. Conhece e gosta demais do Noroeste. Torço por isso.
Paulo Lima
Dentro da crônica esportiva atual de Bauru o nome ventilado para assuimir da gerência do futebol do Noroeste, o J. Martins, de Avaí, noroestino como poucos, é um nome de responsa. Não poderia ter outro melhor. Pois que venha el touro.
Ramos
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