EU E DUÍLIO DUKA NO PRIMEIRO COMÍCIO DE DILMA, NO RIO DE JANEIRO, COM LULA
Sexta, 16/07, logo pela manhã, abro um jornal no Rio de Janeiro e descubro o que faria na tarde daquele dia. Uma grande manifestação de apoio à candidatura de Dilma Rousseff ocorreria no centro da cidade (estava no Grajaú), com a concentração estando marcada para a praça defronte a Candelária, na avenida presidente Vargas, iniciando ali uma caminhada em pleno horário de final de expediante, descendo pela avenida Rio Branco, centro econômico da cidade, até um imenso palanque montado em frente ao prédio da Câmara de Vereadores, bem ao lado do restaurado Teatro Municipal, em plena Cinelândia. Duílio Duka, meu amigo do peito estava comigo por lá e ao lhe mostrar o jornal, vejo de cara estampado em sua fisionomia os olhos a brilhar. Além de Dilma, todo o staf de candidatos ao senado e deputados, tanto federais, como municipais e mais que isso, Lula em pessoa. Imperdível para nós e lá estávamos no horário marcado, 16h.
Acompanhamos tudo desde o início e quem primeiro localizamos foi Vladimir Palmeira, um petista da velha cepa, desses que não se vergam, aroeira pura. Na camiseta estampada no seu peito e dos militantes à sua volta, um "PT de Rua", deu para entender de que lado ele continua militando. Na rodinha formada desde o início, Marcos Barbosa, do diretório municipal petista de São João do Meriti, era o empolgado criador das rimas cantadas pelas rodas, como "Mulher valente/ Dilma presidente", "Dilma guerreira/ Presidente brasileira" e uma "É DE UMA (arrastando como de fosse Dilma) mulher presidente que o Brasil precisa". Foram chegando gente por todos os lados e representando todos os partidos da coligação de Dilma no Rio. As bandeiras que mais de destacavam eras as envolvendo o nº 15, da reeleição de Sérgio Cabral, mas vi muitas do PT, PCdoB, PSB e do PDT. Uma chuva ameaça cair (e cai logo a seguir) e o que ouço de uma senhora de uns 70 anos, me faz resistir, comprar uma capa de chuva e não arredar pé da rua: "A ditadura não me assustou. Por que uma chuva fará isso? Sou militante".
Um caminhão de som estaciona no cruzamento da presidente Vargas com a Rio Branco e em torno dele começa a descer os grupos entoando canções de apoio à Lula e Dilma. Eu e Duka seguimos juntos, conhecendo pessoas novas e reconhecendo outras. Um grupo dos mais animados era o do PDT, esse o original, um que enverga o posicionamento trabalhista de Brizola, não o paulista, do Paulinho da Força. Com um Lula em cima de uma perna de pau e com uma imenso balão, chamam muito a atenção. Não resisto e vou para o meio da rua cumprimentar um dos melhores deputados de nossa Câmara, BRIZOLA NETO (http://www.tijolaco.com/). Acompanho seu site e fui lhe dizer que ele possui uma atuação na defesa de Lula e do seu governo, maior até do que de alguns petistas. Me abraçando diz: "Defendo o Brasil, como meu avô" (Falo mais dele aqui qualquer dia desses). Duka encontra o craque de bola Bebeto, também candidato e tiro uma foto de ambos juntos.
Chegando perto da Cinelândia, eu e Duka corremos na frente e tentamos um lugar na frente do palco. A chuva volta e fica aquela garoa fininha, persistente, molhando a todos. A praça foi lteralmente tomada e de um lugar privilegiado bem na frente do palanque não mais saímos. No palco, uma divisão interessante, tendo ao fundo, num local mais elevado alguns ministros e todos os candidatos presentes da coligação. Vi lá Bittar, Benedita, Biscaia, Minc, Jandira Feghalli e Franklin Martins. Cantavam animadamente os slogans da campanha. Por volta das 19h20, sobem ao palco, Eduardo Paes (prefeito), Pezão (vice governador) e os candidatos ao senado, Lindenberg e Picianni. Esses começam a fazer uso do microfone. Logo a seguir chega Dilma, depois o governador e o presidente Lula. Foi a apoteose. Todos falaram, inclusive o candidato a vice Temer. Lula falou antes da candidata e de improviso, como gosta e sabe fazer. A parte mais marcante: "Uma procuradora quer que passe diante de Dilma e não a reconheça. Eles tem medo de me ver vinculado à minha candidata, aquela que irá continuar fazendo o que fiz até agora. Isso eu não farei. Dilma é a minha candidata. O povo sabe disso".
Dilma falou bem, firme, de forma consistente, sem o desembaraço de outros, mas ainda no início de uma campanha, acabou por impressionar positivamente. Mesmo com a chuva o comício foi magnetizante. Não me importo de ler que muitos que lá estavam seram cabos eleitorais, pois o que presenciei não foi bem isso. Vi sim, muitos destes, mas o povo estava lá e demonstrando um apoio incondicional à candidata de Lula. No Rio, ela ganhará de lavada. No fim, Lula quebra o protocolo e debaixo de chuva desce do palanque e vem cumprimentar todos à frente (ele estava com paletó, presente de Evo Morales e disse "Esse não encolhe"). Eu e Duka aproveitamos e damos um forte aperto de mão em nosso presidente. Na volta para Bauru, ocorrida hoje à tarde, ao conferir nos jornais locais, algo preocupante, pois em nenhum deles uma linha sequer sobre o comício de Dilma. Reafirmo a preocupação quando constato que o site da Folha SP, mostra o dia-a-dia de duas candidaturas, a de Serra e de Marina, como se a da líder em todas as pesquisas não existisse. Algo de ruim no ar. Ruim elevado à quinta potência, pois abro o Jornal da Cidade e vejo o estardalhaço da visita de Alckmin na cidade e nada de Dilma nesse do Rio (foi o primeiro da campanha política e ao lado do presidente, um marco), além do pouco quando de sua vinda à Bauru. Que imparcialidade seria essa?
OBS.: Queria fazer um relato mais completo de tudo o que presenciei, porém, cheguei à pouco do Rio e estou cansado demais (quase nove horas de estrada). O interessante de tudo isso é que já deu para perceber como será a campanha este ano via imprensa. Em todas elas. Esse espaço será mais um a denunciar algo repugnante sendo montado em alguns bastidores. Esse assunto continurá rendendo.
Um comentário:
Henrique
O Jornal da Cidade, como você bem sabe, é um dos signatários da ANJ - Associação Nacional de Jornais e essa entidade está ligada à candidatura de Serra. Essa é a liberdade de expressão e de imprensa pregadas por ele. Se ainda assumissem estarem em plena campanha por Serra. Alckmim e candidatos do DEM, PSDB e PTB, ficaria mais honesta a coisa. Não o fazem e tentam passar imparcialidade não existente.
De sua viagem, bela experiência.
Paulo Lima
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