domingo, 25 de julho de 2010

UMA CARTA (50) E OUTROS RELATOS DOMINGUEIROS

ÓBVIO ULULANTE * (carta publicada hoje, na Tribuna do Leitor do Jornal da Cidade)
Fiquei fora de Bauru por doze dias e no retorno, ao ler as edições do JC, algo me chama a atenção. A manchete de capa do sábado, 17/07 me diz muito, “Bauru teve seu maior crescimento dos últimos 11 anos”. O motivo é mais do que evidente e diz respeito ao que acontece no país num todo. O motivo é o governo Lula, diferente dos seus antecessores, quando crescemos, expandimos e somos pujantes. Deixamos de atuar com o pires na mão. Melhor propaganda para Lula impossível. Eis o principal motivo de no final do segundo mandato ostentar 80% de aprovação ao seu governo. Alguma dúvida?
Adoraria estar aqui naquele sábado e recepcionar o candidato Alckmin e seu agora fiel escudeiro, Quércia, naquele encontro com cabos eleitorais na ITE, mostrar a manchete e observar a fisionomia de ambos, useiros e vezeiros em não reconhecer o óbvio ululante. Acho lindo vê-lo falando em rever os valores do pedágio. E por que não o fez quando no governo? Por outro lado, o candidato Serra, parece reconhecer que o Bolsa Família custa pouco e chega aos pobres. Para reconhecer que, o seu partido quando no poder, com FHC, foram piores que o do sapo barbudo é um pulo.
Continuando com os JCs na mãos, leio manchete de 1ª página de 20/07, “Bauru bate recorde de financiamento para casa própria na CEF”. É a continuação do caso do crescimento. Nunca estivemos numa situação tão confortável. Assisti no Rio de Janeiro em 16/07 o comício de Dilma na Cinelândia e lá o presidente Lula estava radiante, pois acabara de chegar de uma reunião com todos os superintendentes da CEF e o assunto era esse recorde. Lamento, mas acredito que o povo acertadamente está a preferir a continuidade disso tudo a voltar a um período de incertezas, privatizações, inimizade com vizinhos, subserviência ao Império do norte e bravatas eleitoreiras. Afinal, ninguém respeita os que se agacham.
* (a expressão "óbvio ululante" é de Nélson Rodrigues e caiu como uma luva para meu texto).


OUTRAS COISAS: Na última quinta, 22/07, fiquei em débito com muita gente. Meu triglicerides estava acima do limite e derrubado, fiquei em casa a me recuperar, perdendo duas raras oportunidades de rever pessoas queridas. Na primeira, o lançamento do livro "Memória da terra", poesias do José Carlos Mendes Brandão, no Automóvel Clube, 20h (preciso encontrá-lo e comprar o livro, que faz uma valorização do contato do homem com o campo e o meio ambiente - mais caipira impossível). Na segunda, na mesma noite, também às 20h, no mesmo horário do outro (não sei como faria...), um raro encontro de violeiros no Teatro Municipal de Bauru, com Levi Ramiro e amigos (dentre eles Norba Motta), denominado de Circuito Syngenta de Viola Instrumental. No mesmo dia, meu filho, queria ir assistir o filme do Woody Allen, o "Tudo pode dar certo" (acho que iremos hoje). Não fiz nada. Já na sexta à noite, junto do amigo Sivaldo Camargo e Edward Albiero (João Alcará, Nilma Remildes, André Bazan e Ademir Elias passaram por nós), recuperado do susto colesteriano, estivemos primeiro no SESC, 20h, no show do guitarrista jazzístico norte-americano John Stein, acompanhado de duas feras, primeiro o Bocato, no trombone e Zé Eduardo nazário, na bateria. Foram momentos raros de extrema felicidade, ainda mais porque, do balcão do bar, onde ficamos, não parava de passar gente conhecida a nos alegrar a vida. De lá, batemos cartão no Amadeus, novamente eu, Siva e Edward, quando presenciamos Denise Amaral cantando ao lado do marido, no piano e do irmão, na timba. Um encontro familiar. De lá, só mesmo um sono reparador. Nas fotos, como sempre, embaçadas (minha marca registrada), um destaque maior para Bocato, querido músico que gosto de escutar por onde se apresente. Edward acabou resgatando histórias antigas, de poucas décadas atrás (afinal não somos tão velhos assim), quando, como naquela noite, saia com sua máquina fotográfica, a registrar os shows pela cidade afora. Reviveu um pouco disso, agora com uma potente registradora fotográfica, a dar inveja na minha Sony, tão maltratada sob meus cuidados. O bom de tudo foram as histórias.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Henrique:
Tiglicérides se controla com capsula de óleo de linhaça de 1000 mg. Uma ao dia de manhã.]
Abraços
Milton

Anônimo disse...

Henrique, vendo as fotos do Bocato e a sua citação do show dele em Bauru, me veio a lembrança que ele se apresentou aí, no bar Banana Azul (já não existe mais), dos amigos Luís Cavallieri e do Jerônimo,(não me lembro o ano, acho que foi 1989 ou 1990), como estava "duro" na época o Luís e o Jerônimo me "aceitaram" para trabalhar como garçom e assim poder assistir a presentação do Bocato, que por sinal foi maravilhosa como sempre. Me saí pessimamente como garçom, mas não perdi um minuto da apresentação.
P.S. Como é bom ver meu irmão nas fotos, a gente mata a saudade...

Abraços
João Albiero