A COPA DO MUNDO, O JOGO COM VICENTINHO, PATRIOTISMO E A SEGURANÇA NACIONAL
Gente, depois do fiasco (já previsto e esperado) de ontem, Brasil 1 x 2 Holanda e a saída da Copa do Mundo, embolo aqui num texto vários assuntos comentados ao mesmo tempo. De um time previsível, não esperava nada além disso. Nem a reza dos evangélicos nos salvaram (nos salvaram em algum momento?) da derrota. Batemos cabeça e fenecemos. Meu jogo eu assisti junto do deputado federal Vicentinho PT/SP e dos assentados do Terra Nossa, em Aymorés. Vicentinho estava paramentado e confiante (palpite de 3x0), mas de nada adiantou sua vistosa camisa verde. O gostoso de se estar num lugar desses é o contato com pessoas queridas lá do assentamento, como o Zé Maria, da Coordenação, o Celso Costa, o Sebástian, a Maria do CPT (fiz um Retrato de Bauru lindo com ela - sai na sequência) e o seu Toninho da Ave Maria. A derrota esfriou um pouco a fala do Vicentinho, mas não esfriou a comida, uma galinhada com polenta saboreada em pé pelos presentes. Da fala do deputado, pouco de futebol, muito do que está sendo feito por ali e muito da eleição, "a de nossas vidas", segundo ele. Duílio Duka, ressalta que conseguimos eleger um trabalhador, um operário na presidência e agora chegou a vez de uma mulher. Sebástian, um senhor de uns 60 anos assustou a todos quando anunciou que havia feito um rap sobre a mulher. Ninguém tinha noção do que sairia e ele cantou: "Veja aí como é que é/ Quem vai mandá no mundo é as muié". É isso, a Copa parece ter terminado para aqueles que para lá foram para torcer, como os da TV Globo, mas continua para os que foram em busca de futebol, como os da ESPN. E Lula disse acertadamente pela imprensa: "Torço daqui para frente pelo Mercosul, com Uruguai, Argentina e Paraguai na disputa". É o que faço, sem delongas e preocupações. Não me imagino torcendo contra um latino e a favor dos grandes da Europa. Gosto de futebol como um todo, mas torço pelos nossos e sei que tudo aquilo não passa de mais um partida de futebol. Somente uma a mais. E a vida continua.
Depois do jogo e de estar com Vicentinho, circulo pelas ruas e vejo o tal do amor pela pátria, estampado na ponta das chuteiras. Pouca coisa além disso. Um patriotismo meia-boca, pois as camisas verde-amarelas serão aposentadas, guardadas e muitas delas até jogadas na lata do lixo. Falar em patriotismo só diante de uma partida de futebol é coisa que não faço. Fujo disso. Torço sim, e muito, mas nada além disso. Já defender a pátria é outra coisa e isso pouco (ou quase nada) presencio. Ontem tinha show no Alameda e fui com o filho para lá, não para ver um show de pagode local, com um grupo mela-cueca, o Sereno, mas para assistir um polêmico filme nacional, o "Segurança Nacional" (http://www.segurançanacional.com.br/), do diretor Roberto Carminati, com o Milton Gonçalves como Presidente da República, o Thiago Lacerda como agente da ABIN, a Ângela Vieira como assessora chefe do presidente e o Gracindo Junior como o deputado aliado do narcotráfico. Tinha ouvido horrores do filme, do tipo "nos EUA fazem milhares ao dia melhores que esse", "um ufanismo a favor do Brasil" e "piegas e fantasioso". Assisti com os olhos da isenção. Não quero que o cinema nacional se equipare ao dos EUA, quero que ele produza e isso ocorre. Um roteiro bom, com falhas sim, mas assistível. Os EUA fazem filmes da defesa dos seus interesses todos os dias e nós não podemos fazer os nossos? Das falhas não quero comentar, sou pela insistência nessas realizações. O tema, o narcotráfico e o sistema de radares do Sivan é mais do que atual. Do momento vivido ontem pelo país, todo meio de cabeça baixa, uma festa no Alameda com gente pagoadeando e na sala de cinema, seis pessoas a assistirem algo sobre uma provável defesa de algo sobre um Brasil real, mais palpável, que a massa passa ao largo, simplesmente não nota. Foi inevitável uma comparação. Há uns 25 anos atrás estava no Rio no Carnaval, numa das excursões do seu Carrijo e num cinema ali ao lado, na Cinelândia passava o filme "Águia na Cabeça", com o Nuno Leal Maia. Fui eu, um norte-americano, uma dinamarquesa e dois amigos, que estavam juntos na viagem. Sai da sala em prantos por ver um Brasil real demais sendo retratado e eu ali a fazer festa. Juntei a festa que acontecia lá fora e o que vi na tela, um tão distante do outro. Ontem não sai em prantos, longe disso, mas bateu o mesmo sentimento vivido lá atrás. Eu não gosto só de usar verde-amarelo e de embandeirar meu carro e o muro de minha casa só em dias de Copa do Mundo. É disso que queria falar.
4 comentários:
Henrique
Estava no Centro Sindical da CUT ontem, no fim do dia. Te vi por lá também e após a fala do Vicente, algo dito pelo Chicão, dos Eletricitários. Foi mais ou menos assim.
O Vicente é daqueles detputados que não decepcionam os trabalhadores e o seu partido. Esteve envolvido nos mais belos projetos do Congresso e todos voltados para o bem estar da classe trabalhadora. Se todos os nossos parlamentares atuassem como ele, teríamos um verdadeira representação, atuante, presente e voltada para o bem estar social. O Vicente é um dos nossos melhores quadros, um dos melhores deputados do Congresso Nacional.
E mais, ouvi ele ontem na rádio 94 FM, no programa da manhã e ao ser questionado sobre os problemas locais do PT de Bauru, teve a seguinte resposta:
No passado um atuante petista saia com o slogan de que havia sido guerrilheiro, pegado em armas e agora pedia o voto do povo. Com um discurso deste conseguia poucos votos. O discurso do PT mudou, ele hoje sabe que se quer participar do jogo político, dentro do que é permitido, tem que se adequar à legislação existente. Pensamos do mesmo jeito, mas o discurso teve que mudar para atingir o povo.
Estou com Vicente. Um deputado e tanto.
Francisco
Um Dunga, onze Sonecas e cento e noventa milhões de Zangados !
Eu vou, eu vou, eu vou pra casa, eu vou !!! ...
ELIZETE
A grande vantagem do Brasil na Copa de 2014 é que não voltaremos para casa.
Francisco Bonadio Costa
I couldn't refrain from commenting. Very well written!
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