GOSTO DUVIDOSO - publicado no diário bauruense BOM DIA, 31/07/2010
Duas festas na seqüência, a do aniversário de Bauru e a Expo Arco. Escrevo sobre os shows principais. Na primeira, o aniversário no Vitória Régia e a repetição de um grandioso show de gosto duvidoso, o de Gian e Giovani, no mesmo estilo do realizado ano passado, com Vanessa Camargo. Algo preocupante, pois quando se discute os males de nossa atávica falta de cultura, da massificação de música pouco palatável, justamente quando o poder público está envolvido, no mínimo, uma atenção maior a este detalhe deveria acontecer. Shows da Record, todos na mesma linha. Tudo bem que o show da dupla não é bancado pelo poder público, mas num passado recente, os nomes dos artistas eram, no mínimo discutidos entre os mandatários públicos e os realizadores. E assim vieram Renato Teixeira, Jair Rodrigues e Moraes Moreira. Vou ao Vitória Régia para presenciar shows e eventos regionais, além de saborear o Sanduíche Bauru. E com tapa ouvidos, daqueles potentes. Num outro grandioso evento, a da Expo Arco, a repetição de algo a valorizar e privilegiar somente um segmento musical, o serta-brega. Nada verdadeiramente sertanejo e isso num evento rural. Seus realizadores devem achar que Bauru inteira goste somente daquilo, o que denota pobreza de critérios na escolha. No passado, alguns dias eram destinados para a MPB e hoje, nada. Como fazer com que nosso povo passe a gostar de boa música, se só o incentivam a presenciar a ruim? Quadro cada vez mais irreversível. Não crio gado, nem tenho propriedade rural, assim sendo, um dos motivos para visitar a Expo seriam os shows, mas sou obrigado a novamente passar batido. Até quando a insensibilidade? Diversidade é sempre bem vinda.
NÓS, PAULISTAS - publicado no diário bauruense BOM DIA, 24/07/2010
Dia 09/07 tivemos mais um feriado, esse ano caindo numa sexta, para júbilo de muitos. O feriado é paulista e reverencia a fracassada empreitada de uma “revolução constitucionalista”. Terá sido isso mesmo? O que pouco se pergunta é que conseqüência teria essa vitória paulista? Quem estaria por trás do movimento, quais interesses e se teria sido mesmo o anseio por uma nova Constituição o fator que levou milhares de pessoas a darem suas vidas nas trincheiras paulistas? Leio que entendemos pouco do movimento. Verdade. Considero puro o sentimento, o patriotismo dos remanescentes que dela participaram. Entendiam uma coisa e talvez lutassem por interesses outros, desconhecidos e ocultos. O movimento precisa ser entendido observando-se quem nos comandava. Fazendo isso, tenho certeza que aquilo foi pura sacanagem dos paulistas da UDN e trazia em seu bojo interesses separatistas. A historiografia atual segue essa linha, mais convincente. O que os mandarins da política paulista queriam era devolver ao estado o seu lugar, que eles achavam perdido, no comando dos rumos políticos da nação, cujas aspirações foram frustradas com a revolução de 1930. Os da UDN pensavam só existir dois caminhos, a hegemonia ou a separação. Insuflaram as massas para uma guerra constitucionalista, quando o que queriam era a independência separatista. Pouca coisa mudou de ontem para hoje. Uma casta paulista ainda tenta passar um sentimento de excepcionalidade, de que é a locomotiva na nação e assim merecedora de privilégios. Com frieza, constato ser São Paulo ainda o estado menos integrado à federação. E uma casta política, por longos 20 anos tenta perpetuar aqui algo perigoso, um cabresto político, antes impingido ao Nordeste. A UDN hoje possui outro nome, PSDB/DEM.
Duas festas na seqüência, a do aniversário de Bauru e a Expo Arco. Escrevo sobre os shows principais. Na primeira, o aniversário no Vitória Régia e a repetição de um grandioso show de gosto duvidoso, o de Gian e Giovani, no mesmo estilo do realizado ano passado, com Vanessa Camargo. Algo preocupante, pois quando se discute os males de nossa atávica falta de cultura, da massificação de música pouco palatável, justamente quando o poder público está envolvido, no mínimo, uma atenção maior a este detalhe deveria acontecer. Shows da Record, todos na mesma linha. Tudo bem que o show da dupla não é bancado pelo poder público, mas num passado recente, os nomes dos artistas eram, no mínimo discutidos entre os mandatários públicos e os realizadores. E assim vieram Renato Teixeira, Jair Rodrigues e Moraes Moreira. Vou ao Vitória Régia para presenciar shows e eventos regionais, além de saborear o Sanduíche Bauru. E com tapa ouvidos, daqueles potentes. Num outro grandioso evento, a da Expo Arco, a repetição de algo a valorizar e privilegiar somente um segmento musical, o serta-brega. Nada verdadeiramente sertanejo e isso num evento rural. Seus realizadores devem achar que Bauru inteira goste somente daquilo, o que denota pobreza de critérios na escolha. No passado, alguns dias eram destinados para a MPB e hoje, nada. Como fazer com que nosso povo passe a gostar de boa música, se só o incentivam a presenciar a ruim? Quadro cada vez mais irreversível. Não crio gado, nem tenho propriedade rural, assim sendo, um dos motivos para visitar a Expo seriam os shows, mas sou obrigado a novamente passar batido. Até quando a insensibilidade? Diversidade é sempre bem vinda.
NÓS, PAULISTAS - publicado no diário bauruense BOM DIA, 24/07/2010
Dia 09/07 tivemos mais um feriado, esse ano caindo numa sexta, para júbilo de muitos. O feriado é paulista e reverencia a fracassada empreitada de uma “revolução constitucionalista”. Terá sido isso mesmo? O que pouco se pergunta é que conseqüência teria essa vitória paulista? Quem estaria por trás do movimento, quais interesses e se teria sido mesmo o anseio por uma nova Constituição o fator que levou milhares de pessoas a darem suas vidas nas trincheiras paulistas? Leio que entendemos pouco do movimento. Verdade. Considero puro o sentimento, o patriotismo dos remanescentes que dela participaram. Entendiam uma coisa e talvez lutassem por interesses outros, desconhecidos e ocultos. O movimento precisa ser entendido observando-se quem nos comandava. Fazendo isso, tenho certeza que aquilo foi pura sacanagem dos paulistas da UDN e trazia em seu bojo interesses separatistas. A historiografia atual segue essa linha, mais convincente. O que os mandarins da política paulista queriam era devolver ao estado o seu lugar, que eles achavam perdido, no comando dos rumos políticos da nação, cujas aspirações foram frustradas com a revolução de 1930. Os da UDN pensavam só existir dois caminhos, a hegemonia ou a separação. Insuflaram as massas para uma guerra constitucionalista, quando o que queriam era a independência separatista. Pouca coisa mudou de ontem para hoje. Uma casta paulista ainda tenta passar um sentimento de excepcionalidade, de que é a locomotiva na nação e assim merecedora de privilégios. Com frieza, constato ser São Paulo ainda o estado menos integrado à federação. E uma casta política, por longos 20 anos tenta perpetuar aqui algo perigoso, um cabresto político, antes impingido ao Nordeste. A UDN hoje possui outro nome, PSDB/DEM.
ALGO PARA SE VER NA FESTA DOS 114 ANOS DE BAURU: Hoje tem show da Banda BLITZ, no Sagae e vale a pena só para rever Evandro Mesquita, de quem gosto muito. O Sagae possui um estacionamento péssimo, muitas vezes mais caro do que o próprio valor do ingresso do show. No SESC, sempre tudo de bom e hoje, 31/07, 16h, grátis, show com GROVERIA, uma banda com sotaque afro-brasileiro, que já presenciei por lá e possuem uma proposta muito interessante de releitura de clássicos da MPB. Amanhã no mesmo SESC, 15h, também grátis, Mariza Basso e Ezequiel Rosa, ambos amigos, num espetáculo infantil instigante e belo, JOÃO COME FEIJÃO. Hoje, 16h, futebol no Alfredão, com o Noroeste enfrentando o sempre rival Marília. E dentre a programação de aniversário da cidade, lá pelos lados do Vitória Régia, irei primeiro rever a rapaziada do QUINTAL DO BRÁS, que anos atrás tiveram um impulso muito grande dado pelo poder público, em apresentações antológicas junto à cantina do teatro (domingo, logo depois do almoço) e a ORQUESTRA DE VIOLEIROS de São Carlos, hoje, 20h. No MIS, uma Mostra de Vídeos sobre a cultura indígena, "VÍDEO ÍNDIO BRASIL", de hoje até 07/08, sempre às 14h. Só não me convidem para ver a dupla de encerramento dos festejos, a G & G, pois mesmo sendo o mais eclético possível, tudo tem limite.
4 comentários:
Gostei, mesmo sabendo que tem gente que não irá gostar nem pum pouco desse negócio de shows de gosto mais do que duvidoso. Eu, que já passei dos 50 anos, assisti até show de Roberto Carlos na Expo e também de Zé Ramalho. Hoje só o batidão. Valeu mesmo, eles precisam se tocar. Fui há uns 3 anos atrás na festa lá de Jaú e assisti um show gratuito com o Zé Ramalho. Por que lá pode e aqui não? Gostei também quando diz que "eles" acham que Bauru inteira só gosta de música nesse estilo que eles trazem. Será que "eles" gostam de ouvir o que trazem ou só o fazem porque deve estar dando retorno de grana? Valeu!!!!!!!!
Sandra Regina
henrique, meu amigo.
só você mesmo, meu caro, pra dar essa cutucada certeira em quem e onde estava precisando.
pô, parece que quanto mais mudam as cadeiras de lugar, mas a casa fica desarrumada!!!
não dá pra acreditar... bauru é digna de uma direção melhor e sua gente até que tenta ajudar, mas "os sábios da cultura" não deixam e continuam na direção inversa.
bauru e sua gente mereceriam um um parabenspravocê mais três "D":
diverso, divertido e digno.
por fim, fico aqui pensando nas cidades vizinhas de marília, jau, dois córregos, mineiro do tietê, lençóis paulista, entre outras:
- o que elas têm que bauru não tem???
ôôô tristeza!!!
duilio duka de souza
Fala verdade.., se a separação paulista houvesse obtido êxito, hoje, nós e nossos filhos viveríamoa uma realidade bastante adversa da mediocridade atual. São Paulo É SIM a locomotiva deste imenso latifúndio chamado brasil, onde precisamos arcar com os ónus das oligarquias dos sarneis, dos acm, dos color de mello e de tantos outros mais. Me responda sinceramente, a troco de que? O que ganhamos e o que perdemos? Aproveitando: o governo Lula assinou uma MP que isenta impostos na construção de estádios de futebol. Nunca vi algo parecido acontecer na construção de escolas.
cara Arabealli
Não acho não.
Acho que São Paulo deve seguir unido ao restante da federação.
Nada de sepaqratismo.
Isso, como demonstrei, é coisa insuflado por interesses de uma elite.
Fuja disso.
Não pensemos igual à UDN, tentando nos influenciar desde 32.
Também sou contra isenção de impostos para estádios. Muito cuidado nessa hora e mais apoio à educação.
Henrique - direto do mafuá
Postar um comentário