DIA DO FOLCLORE, TROPEIROS NA NAÇÕES E NO SESC, SHOWS E MAIS SHOWS
Estampada na primeira página do Jornal da Cidade de ontem, 22/08, uma foto sobre uma Marcha Evangélica na avenida Nações Unidas, com destino ao anfiteatro Vitória Régia. Abro o mesmo jornal na segunda e essa sim, uma linda foto de outra marcha na mesma Nações, essa ontem, domingo, a dos Tropeiros, que a cavalo sobem a avenida, lotando o parque Vitória Régia, para a realização do V Festival de Folclore, promoção do Instituto Cultural Yauaretê, do casal Tito Pereira e Sandra Macedo Pereira. No mesmo jornal de ontem, um ótimo caderno, o “JC nos Bairros”(cada vez melhor, edições dominicais para serem guardadas), sobre Folclore e o único a falar sobre esse evento a tomar as ruas da cidade. Os tropeiros nas ruas são uma verdadeira festa, um desfile do campo invadindo a cidade (quando tomarão a cidade?). Subiram a Nações, passaram pelo parque e foram até as imediações do shopping, voltando pelos lados da USP até instalarem-se no gramado, todo preparado antecipadamente para receber uma imensidão de cavaleiros, charretes e gente advinda do campo.
O evento já faz parte do calendário de eventos do município. A afluência de público é grande, mas a maioria não sabia antecipadamente da realização. Nada nos jornais, rádios e TVs. Nas faixas o indicativo da Prefeitura Municipal apoiando o evento, gente da Secretaria Municipal de Cultural fazendo a retaguarda de som, mas ninguém a repassar as informações do evento para que a mídia local pudesse avisar a população de que a festa ocorreria. Quem avisado estava eram os grupos de tropeiros, vários deles, que animadamente e de forma organizada, foram ocupando todos os espaços. Tito Pereira (Viva Tito Pereira, incansável batalhador folclorista) estava mais radiante do que nunca, pois a cada ano, a afluência de participantes só cresce, tendo que a organização preparar-se melhor para receber a todos e preparar a comida tradicional da festa, um feijão de tropeiro com arroz de carreteiro. Isso tudo é gratuito para os participantes e para os que trabalham na retaguarda, como os integrantes da feira Ubá, com várias barracas. Tudo foi preparado com esmero e cuidado, para mais de quinhentas pessoas, mas num dado momento, o arroz acabou e todos souberam esperar por uns vinte minutos até nova remessa ficar pronta. Estávamos num domingo, de festa nas ruas.
No espaço central de encontro, além da fila dos que esperavam a vez para serem servidos, muito bate papo e reencontros mil. Tito e Sandra, incansáveis, não pararam um só momento. No som uma música sertaneja de raiz sendo tocada até o momento em que foi anunciado o Grupo de Taikô de Lins e o da Catira de Bauru. Um domingo de festa e de reverenciar o folclore local, ricamente mantido pelo Yauaretê. O que será preciso, me pergunto, para que as pessoas do setor público comecem a se preocupar com a divulgação de eventos como esse? Tudo é feito, preparado com esmero, a própria Prefeitura participa, seus funcionários lá estão, mas assim como na exposição “Negro no Esporte”, no Museu Histórico Municipal, releases não circulam até a imprensa. Que será isso? Por que o descaso com algo tão importante? Insisto nessa tecla, pois acredito que as boas coisas, quando feitas, precisam ser melhor divulgadas. E existindo um órgão dentro da estrutura cultural da cidade só para essa finalidade, quando deixa de cumprir seus papel, perde o sentido. Todos que por lá estiveram saíram plenamente satisfeitos e com a certeza de que o domingo passado por lá foi dos mais proveitosos. Presenciar crianças passeando nos cavalos cedidos pelos tropeiros são imagens que não sairão facilmente da mente de todos. Tito, num raro momento de tranquilidade (corria de um lado para outro), logo após a apresentação do Grupo Ouro Verde 100%, dançou animadamente com a neta diante do palco.
OUTRA COISA, ESSA SESQUIANA:
Por outro lado, dois eventos muito bem noticiados tiveram boa presença de público no final de semana, ambos no SESC. Na sexta, 20/08, o Clube do Jazz, tendo a frente o baterista Luiz Manaia, o Ralinho, com participação do saxofonista Márcio Negri encantou todos os presentes. Num certo momento, Márcio brincou e chamou a atenção para o que o “paraguaio” da batera era capaz. E Ralinho arrasou, permanecendo com as baquetas em ação por quase dez minutos. Não resisti e gritei após as palmas um forte: " Viva o Paraguai!". Ontem, domingo, foi a vez do retorno triunfal da banda bauruense Mercado de Peixe, formada toda por ex-alunos da UNESP, que fez sucesso anos atrás, mas devido à dispersão de cada integrante, foi parando aos poucos. Voltam quando podem e a casa estava cheia para presenciar o som da “roça elétrica”. Levo o CD deles, comprado num sebo carioca (não achava aqui e lá, no sebo, peça única, arremato por R$ 3 reais), para o autógrafo e volto para casa ouvindo a faixa seis, “Beats e Batuques”, onde o poeta caipira Lázaro Carneiro lê sua poesia encaixada na introdução: “Quero arma/ Quero luta, quero luta armada/ Não peça calma pra minha alma que já está cansada/ Quero risos, quero rendas bem distribuídas/ Quero ver gente nas ruas de forma atrevida/ Quero paz perene, sem hipocrisia/ Quero o fim do feudo dessa elite fria/ Quero a educação para todas as crianças/ Velhice amparada e terra para quem plantar". Ver os meninos cantando "Terra pra quem quer cultivar" foi para encerrar o domingo com chave de ouro. Fui curtir meu cansaço e ressaca num lugar seguro e quente, minha cama. Apaguei e quando vi já era segundona brava de muito trabalho.
Por outro lado, dois eventos muito bem noticiados tiveram boa presença de público no final de semana, ambos no SESC. Na sexta, 20/08, o Clube do Jazz, tendo a frente o baterista Luiz Manaia, o Ralinho, com participação do saxofonista Márcio Negri encantou todos os presentes. Num certo momento, Márcio brincou e chamou a atenção para o que o “paraguaio” da batera era capaz. E Ralinho arrasou, permanecendo com as baquetas em ação por quase dez minutos. Não resisti e gritei após as palmas um forte: " Viva o Paraguai!". Ontem, domingo, foi a vez do retorno triunfal da banda bauruense Mercado de Peixe, formada toda por ex-alunos da UNESP, que fez sucesso anos atrás, mas devido à dispersão de cada integrante, foi parando aos poucos. Voltam quando podem e a casa estava cheia para presenciar o som da “roça elétrica”. Levo o CD deles, comprado num sebo carioca (não achava aqui e lá, no sebo, peça única, arremato por R$ 3 reais), para o autógrafo e volto para casa ouvindo a faixa seis, “Beats e Batuques”, onde o poeta caipira Lázaro Carneiro lê sua poesia encaixada na introdução: “Quero arma/ Quero luta, quero luta armada/ Não peça calma pra minha alma que já está cansada/ Quero risos, quero rendas bem distribuídas/ Quero ver gente nas ruas de forma atrevida/ Quero paz perene, sem hipocrisia/ Quero o fim do feudo dessa elite fria/ Quero a educação para todas as crianças/ Velhice amparada e terra para quem plantar". Ver os meninos cantando "Terra pra quem quer cultivar" foi para encerrar o domingo com chave de ouro. Fui curtir meu cansaço e ressaca num lugar seguro e quente, minha cama. Apaguei e quando vi já era segundona brava de muito trabalho.
8 comentários:
Caro Henrique.
Apenas uma observação, o nome do "Ralinho" é Luiz Manaia.
Abraços.
meu dileto e estimado amigo H.P.A.
lá na gravação do fantastico ,MERCADO DE PEIXE faltou o ultimo verso depois de terra pra quem planta,E QUE A PAZ SEJA MAIS QUE UMA POMBINHA BRANCA.
pessoas como voce e o conjunto do MERCADO DE PEIXE são merecedores ma minha eterna gratidão.
um forte abraço a todos.
lazaro carneiro
andar de cavalo em bauru é tudo de bom ! cheguei de carona cavalgando numa égua chamada cigana desde a brisola até a praça vitória régia. depois andei no toquinho que é um cavalo que quem cuida é um ex aluno do duka. verdade é que estou cheirando a cavalo até hoje. arroz carreteiro com feijão tropeiro na praça pro almoço. aproveito bem cada minuto em bauru. obrigada henrique. ana bia
O som do Ralinho e da thurma do Mercado de Peixe é tudo de bom. Essa a cara de Bauru, o que de melhor temos, não aquilo que alguns nos abrigam a assistir nas exposições da vida.
Essa a nosa boa música.
Aurora
Oi Henrique, obrigado pela presença e pelo texto, nos divertimos muito aquela noite.
Agora baterista paraguaio? Preciso ver o que o Marcio quiz dizer com isso, hahaha!
Henrique meu sobrenome é Manaia, o gomaia é só o e-mail, porque o Gomes é da minha esposa e o Manaia o meu, por isso o e-mail gomaia, blz?
Vou te passar depois alguns links do you tube das imagens do nosso show no SESC.
Abraço,
Luiz Manaia (ralinho).
meus caros (as):
Após levar dois puxões de orelha, primeiro do Eraldo (em breve um Retratos de Bauru com ele por aqui) e depois do próprio Ralinho, acredito ter aprendido. Correção efetuada, o nome do nosso baterista já está corrigido e grifado de forma correta no texto do blog.
Quanto à brincadeira do Márcio sobre o "paraguaio", explico, estava lá na fila do gargarejo. Márcio sabia que na próxima música ocorreria um solo longo do Ralinho e provocou o público: "Notem do que é possível esse músico paraguaio". Pura brincadeira (de mal gosto, pois adoro os hermanos), mas entendível, querendo dizer que Ralinho não possui nada de falsificado, é um baita de um músico e que arrasaria, como o fez, na sequência. E depois, juntos e com o restante do grupo, fizeram todos os presentes ir ao delírio.
Henrique - direto do mafuá
É, Henrique, o show do Mercado foi demais. Agora, o que precisava era ter mais!!! (e não adianta falar que eu sou suspeita para comentar sobre isso, rsrs...).
Obrigado, Henrique!
Ficamos muito felizes por voltar a tocar em Bauru.
Abraços!
Ricardo Fela
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