"APONTAMENTOS", DE SÉRGIO LHAMAS
Lá na banca de troca de livros do SENAC vi essa semana entre os a serem levados este antigo livrinho do Lhamas, com páginas amareladas, fininho, 59 curtos registros em forma de poesia. Já tive esse livro e acabou sumindo do meu mafuá. Foi inevitável ao rever a obra, voltar à mente lembranças dos tempos de sua compra e do que Sérgio Lhamas representou para uma geração de jovens escritores e poetas de Bauru. Professor de Literatura e Redação, jornalista e poeta, principalmente poeta. Trago o livro e o leio numa sentada. Que delícia rever junto a orelha, texto escrito por Esso Maciel, outro da mesma cepa e naipe. O livrinho me desperta para algumas perguntas: Por onde andará Lhamas? Que andará fazendo da vida? Não tenho mais notícias nenhuma dele por Bauru, o que andará aprontando na vida e da vida? Se alguém aí do outro lado souber de algo, um simples sinal de fumaça, que estabeleça contato. Abro o Google e lá algumas dicas sobre um jornalista do Jornal da Tarde (editor de Cultura?!?!) a entrevistar pessoas no Roda Viva, da TV Cultura. Seria ele? Na continuidade da pesquisa, outro "Lhamas", esse outro Sérgio a correr atrás de lhamas nos Andes. Desse, com certeza, semelhança só no "Lhamas". Nem uma mísera foto encontrei, nadica de nada.
Abaixo frases/poesias do nosso poetinha, escrita e publicadas em 1981 (eu tinha 21 anos):
-"Padronização/ é coisa para quem não tem imaginação./ Temos imaginação/ e vivemos a vida como achamos melhor./ Mera questão de ponto de vista".
- "Forcemos fortemente a vida/ e ganheremos alguma coisa dela,/ mesmo que seja um prêmio consolação./ Já é alguma coisa para quem não tem nada".
- "Estou vivo/ e tenho uma vontade louca de ser feliz...".
- "Todo mundo é uma ilha./ Mas, bem que a gente podia juntar duas ilhas/ e brincar de arquipélogo...".
- "Não tenho medo de ficar despido perante o mundo/ não há o que esconder./ Tudo o que existe deve ser feito e dito./ E eu estou fazendo e dizendo da minha verdade/ sobre as coisas que aprendi e senti".
- "Às vezes a gente sai da gente/ e é sempre difícil voltar".
- "As coisas que eu quero/ estão distantes/ e eu quero tão pouco...".
- "Não sei o que posso fazer pelas pessoas do mundo./ Sei apenas do amor que lhes tenho".
- "Classificados:/ me vendo/ vendo-me".
- "Um dia minhas mãos cavaram terra/ e num golpe de sorte encontrei ouro./ Não sabia o que fazer com ele./ Joguei-o fora./ Fico mais bem disposto quando tenho apenas o sol".
- "Na vida/ a gente perde amor/ por precisar ser amado".
10 comentários:
Henrique
Estou indo à serviço para Mato Grosso do Sul. Acompanharei o mafuá por lá pelo tempo que lá estiver. Deixei ontem para você um presente, um livro em sua caixa de correio. Espero que goste.
Quanto ao Serginho Lhamas, nada sei, mas intreneticamente acaberemos sabendo.
Como diz, abracitos
Paulo Lima
Foi uma grande surpresa abrir minha caixa de Correios no sábado e me deparar com o livro, "A boa vida segundo Hemingway", uma coleção de citações do escritor norte-americano, uma cubanista inveterado. Não só eu gostei tanto, como minha irmã, Helena, que passou por aqui no mesmo dia e acabou me emprestando o mesmo, com promessa de devolvê-lo numa semana. Concordei, pois coisa boa não pode ficar parado, como ti, meu caro Paulo, que pelo que sei passará uma boa temporada no Pantanal, atuando profissionalmente. Mantenha contato.
Henrique - direto do mafuá
Henrique,
Achei o seu blog por acaso, justamnte buscando notícias de Sérgio Lhamas. Vi como vc que está na Folha da Tarde, sempre ativo. Tive o livro dele, esse mesmo apontamentos e guardei-o até alguns anos atrás e a frase "na vida perde-se amor por precisar ser amado" foi sempre lembrada durante a minha vida. Foi meu professor de português e literatura na Escola Tecnica Antonio Eufrasio de Toledo, que infelizmente não existe mais, na ITE. Com Sergio aprendi a amar e entender Pessoa e tantos outros da literatura e um debate que promoveu na sala de aula sobre Bentinho e Capitu está vivo na minha memória. Era engraçadíssimo, éramos todos apaixonados por ele. Fico feliz em poder compartilhar com alguem estas lembranças, um encontro mesmo. Abraços,
Paula Moutinho Loureiro.
Prezado HPA,
Acho que é uma notícia que vai muito tarde, pois vejo que a data da tua última postagem é 2010.
Mas, tive a sorte de ser aluna do Sérgio e hoje, casualmente, procurando nem sei o quê, descobri que ele nos deixou.
http://essomaciel.blogspot.com.br/2013/12/sergio-lhamas-partiu-dezembro2013.html
Abraço,
Roseli
Boa noite,
Hoje resolvi "googar" o nome do meu pai e vi seu Blog.
Meu nome é Stella sou filha do Sergio Lhamas, infelizmente ele faleceu em 26 de novembro de 2003.
Fiquei feliz em ler o que escreveu.
Abraços
Stella
Sérgio Lhamas foi meu amigo, quando fazia uma coluna imperdivel no Diário de Bauru! Brilhante Alegre amável e ao mesmo tempo extremamente mordaz. Viverá para sempre em minha lembrança! Orgulhe-de Stella seu pai era o máximo.
Sérgio Lhamas foi meu amigo, quando fazia uma coluna imperdivel no Diário de Bauru! Brilhante Alegre amável e ao mesmo tempo extremamente mordaz. Viverá para sempre em minha lembrança! Orgulhe-de Stella seu pai era o máximo.
Sérgio Lhamas foi meu amigo, quando fazia uma coluna imperdivel no Diário de Bauru! Brilhante Alegre amável e ao mesmo tempo extremamente mordaz. Viverá para sempre em minha lembrança! Orgulhe-de Stella seu pai era o máximo.
Sérgio Lhamas foi meu amigo, quando fazia uma coluna imperdivel no Diário de Bauru! Brilhante Alegre amável e ao mesmo tempo extremamente mordaz. Viverá para sempre em minha lembrança! Orgulhe-de Stella seu pai era o máximo.
Stella, seu pai foi meu amigo querido que se perdeu pela vida. Jornalista, radialista, professor, ocultista... Um homem maravilhoso, a frente do seu tempo, com um coração enorme pronto para amar a humanidade e fazer diferença nesse planeta. E fez... e faz ... porque quem pode conviver com ele, recebeu sempre o melhor... Orgulhe-se! O Sergio além de ser um homem lindo foi um homem impar... Fez diferença... Para quem esqueceu ou não sabe, o nosso grito de guerra, no meio da repressão da ditadura que cerceava o pensamento e as ações culturais era "AS ESTRELAS PODEM!" ... com certeza hoje é uma dessas estrelinhas poderosas que brilham no firmamento! Deus te acolha e guarde, Sergio... Te encontraremos na fé. Bauru nunca mais foi a mesma depois de você.
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