BAURU POR AÍ (42)
MANU, O DESTINO DE UMAS TERRAS DE SEU AVÔ NO MATO GROSSO E SEU APELO
Hoje posto aqui algo diferente, uma garrafa lançada ao mar em busca de que alguém a encontre e dê guarida ao seu conteúdo. Dia 03/08 recebo via e-mail um apelo de uma pessoa muito querida, a cantora MANU SAGGIORO. Todos a conhecem em Bauru, pois sua voz nos encanta nas noites bauruenses e no comando do excelente Jardim Cultural. Ela vive um drama com a história de seu avô e num relato curto e grosso, enviado para todos os de sua lista, anunciava:
“Olá! Moro em Bauru/SP, meu avô tem 2.064 (dois mil e sessenta e quatro) alqueires de terras com mata preservada no norte do Mato grosso, segue localização: Fazenda Bauru: 2.064 alqueires paulista, Município de Nova Canaã do norte- Mato Grosso, 157 km de Sinop (MT), sendo a estrada asfaltada quase totalmente. Tem uma cachoeira de médio porte dentro dessas terras, linda. Estamos interessados em vender ou qualquer outra alternativa: arrendar, para pesquisa, ecoturismo, certificação de carbono....mas com a intenção de manter preservada a mata. Por lá os interessados são agropecuaristas ou agricultores de soja, que imediatamente vão desmatar... Precisamos de orientação, o que buscar, onde buscar essa orientação para poder manter a área preservada e, ao mesmo tempo, ter rendimentos. Aguardo seu contato, orientação, ajuda ou proposta... Encaminhem para seus contatos, por favor. Grata, Manu Saggioro (manuluz@gmail.com )”.
Que atitude tomar diante disso. Escrevo para ela e a resposta é quase imediata. Trocamos alguns e-mails e recebo mais dados da situação de seu avô:
“Dos 2064 alqueires, 300 foram invadidos, devastados e hoje é plantação de soja. O invasor não conseguiu ganhar a terra por usucapião, mas tem usufruído gratuitamente há anos de 300 alqueires. O advogado de meu avô está cuidando disso. A vegetação intocada absolutamente virgem ocupa 1750 alqueires... ali a vegetação é de transição, mata de transição... cerrado, floresta amazônica. Possui uma cachoeira de aproximadamente 25 m de altura, com água pura de nascente, potável e cristalina. Entre muitas coisas que nem foram exploradas e encontradas dentro desses 1750 alqueires de mata fechada. No entanto, meu avô passa por necessidades reais financeiras e não pode simplesmente fazer dessa terra uma reserva particular, sem lucrar absolutamente nada. Estamos aqui pensando em possibilidades e alternativas. Sua ajuda será maravilhosa”, em 05/08.
Continuamos trocando e-mails e na noite de sexta, 06/08, vou vê-la cantar num lugar a me tocar profundamente. Foi na inauguração no bar “Shiva”, de temática indiana, onde antes estava localizado um bar, o Bauru Chic, do amigo Egberto, que fazia o melhor sanduiche bauru da cidade. Foi triste ir lá e ver tudo com nova cara, mas o pessoal do Shiva nada tem com isso. Eles estão querendo é dar certo. Aprecio, como sempre, a cantoria da Manu e trocamos mais algumas palavras sobre o assunto da destinação das terras do seu avô. Recebo mais alguns dados no domingo, 08/08, como:
“O nome dele é Ivo Pereira. Pode colocar esses números de telefone aqui: 14- 30163336 / 30185917 / 91250926 / 81156221. E o e-mail dele próprio para algum contato virtual, ele sempre confere a caixa de mensagens: ivofazenda@gmail.com . Muito obrigada pela força, Manu”.
Confesso não ter afinidade nenhuma com o tal do agronegócio no Brasil. Eles apregoam demais serem o futuro, gerarem divisas e empregos, mas destroem a natureza sem dó e piedade, tudo em nome do lucro, só dele. Algo predatório. Quando vejo alguém tentando escapar dos tentáculos desse imenso dragão da maldade, faço minha parte, passo a mensagem para frente e para o maior número de pessoas possíveis. Instigo e torço para que surjam opções diferentes das apresentadas. E o que faço aqui nesse momento é exatamente isso. Peço que copiem esse texto aqui e repassem para todos os de sua lista, pois com certeza, encontraremos alguém a nos ajudar. O que não podemos é permitir que mais esse local tenha a mata derrubada e a soja viceje no seu lugar. Façamos a nossa parte. Conto com todos.
PS.: Nas fotos, Manu, seu avô Ivo, fotos da fazenda e o anúncio do novo Shiva e do show presenciado por lá. Cliquem no cartaz do Shivas e nas fotos para vê-las grandonas.
OUTRA COISA: A Associação SOS Cerrado agora já tem o seu espaço virtual: http://www.soscerradobauru.com/ .
O sítio está em construção mas já está funcionando e recebendo contribuições de associados ou de não associados. Veja a facilidade! Eu mesmo já tenho dois textos publicados! Seja curioso!! Dê uma espiadinha aí!!!...rs...rs.... Qualquer colaboração pode ser enviada para o email indicado no próprio sítio eletrônico. Escreva seu texto ou denúncia e envie. Coloque a "boca no trombone"!! Pedimos para que visitem o endereço, acessem os textos de seu interesse e nos ajudem também a divulgá-lo. (Deste modo, em pouco tempo, o sistema de buscas do Google passará a mostrá-lo na primeira página e a associação logo ficará muito mais conhecida). Se quiser participar mais ativamente, você pode dar uma passo adiante e filiar-se também à associação! Todos somos de algum modo responsáveis pela conservação do ambiente (fauna e flora) que nos acolhe e que nos permite uma vida saudável, não é mesmo?
Conto com seu apoio! Abraços do Silvio Motta Maximino
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
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11 comentários:
Gente:
Vejam como são as coisas. Egberto é o ex-dono do Bauru Chic, local onde está instalado hoje o Shiva e ele já repassou para seus amigos e os de sua lista o texto. Um deles, respondeu e ele direcionou para mim. Posto aqui suas resposta:
Oi Egberto!
Tudo bem por aí? Espero que sim.
Encaminhei a mensagem para uma amiga de Minas Gerais, que trabalha com economia sustentável e reflorestamento nas terras que pertenciam aos bisavós. Quem sabe ela pode auxiliar em algo. O nome dela é Martha Pannunzio. Escritora, ecologista, etc, etc. Tem livros publicados e peças teatrais adaptadas aos livros que foram premiadas.
Bjs.
Augusto Martini
Que coisa maravilhosa...
As informações viajam pelo vento, por garrafas, por mentes unificadas e dispostas a manter viva uma parte do nosso "pulmão" verde brasileiro.
Gratidão e amor,
Manu
Nada posso fazer além de divulgar para todos os email de conhecidos meus. Vamos ver se de algum deles pinte uma idéia legal para salvar as terras dos homens da soja.
Minha lista tem mais de 200 emails, entre amigos e gente que conheço.
Paula Barreto
Gostaria muito de poder ajudar, mas não tendo condições, o máximo que posso fazer é continuar assistindo os shows com a Manu.
Ela é dez!!!!!!!!!!!
DANIEL
MEUS CAROS:
EGBERTO REPASSA MAIS UM EMAIL ENVIADO POR UM AMIGO, JÁ REPASSADO PARA A MANU. E AS NOVIDADES VÃO SURGINDO...
Henrique,
Enquanto escrevia a resposta do seu e-mail, chegou isto.
Abs.
Egberto Caravani - ex Bauru Chic.
----- Original Message -----
From: joao bosco monteiro monteiro
To: Bauru Chic ; manuluz@gmail.com
Sent: Tuesday, August 10, 2010 9:05 PM
Subject: Res: MANU E O APELO PELAS TERRAS MATROGROSSENSES DO SEU AVÔ - post do Mafuá do HPA
Manu como engenheiro florestal fiquei solidário a sua causa e acredito que posso ao menos colaborar.
Não mandei o meu comentário através do blog pois acho o e-mail ("rede social") mais "pessoal".
Bem, vamos a questão principal.
Estou anexando dois arquivos que poderão lhe ajudar muito.
Acredito que como a intenção é promover o uso racional da propriedade, o caminho é transformá-la em uma RPPN - Reserva Pública do Patrimônio Natural (Ver material anexado). Trata-se de uma categoria de manejo de uso sustentável conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (anexo).
Caso vc tenha alguma dúvida em relação a proposta podemos ir trocado e-mails.
Quando vc vier cantar em Rio Preto espero poder prestigiar sua voz e as canções, "pois todo artista tem de ir aonde o povo está.. "
Att.
João Bosco Monteiro
Henrique, a respeito da sua amiga Manu, o art. 225 da CF trata do meio ambiente, sendo que o paragrafo quarto fala que é garantido a proteção da floresta amazônica, sendo que embora não se fale explicitamente sobre o cerrado, fala-se da Mata Atlântica, sendo que por exemplo a S.O.S Mata Atlântica confunde cerrado com Mata Atlântica, sendo que não é dificil ter ocorrido o mesmo, com o legislador constitucional, ai entendo que valha a interpretação teleológica. Em tese o comprador não poderia desmatar essa área, mas a gente sabe que na prática não é isso que ocorre. Eu acredito que ela deveria entrar em contato (e o seu avô) com órgãos ambientais da região de lá e verificar a probabilidade de venda para um órgão que explorasse essa região, transformasse em um parque ou reserva, também há o ecoturismo. Quanto ao grilheiro, uma ação de reintegração ou reivindicatória, e denúncia a órgãos ambientais, e porque não a imprensa também, e ele teria que recuperar a área degradada , embora essa recurperação a gente sabe como é. Sabemos que não é fácil, mas disso depende a sobrevivência do planeta, e creio que no momento ela deve entrar em contato com órgãos ambientais da região , como já disse acima, e cobrar mais da área invadida seu advogado, o judiciário, promotor do meio ambiente, órgãos ambientais e a imprensa. Esse é o nosso conselho.
Amilton, presidente da SOS CERRADO
GENTE
ATUALIZO AQUI ALGUNS EMAILS RECEBIDOS EM MINHA CAIXA POSTAL, PARA QUE TODOS FIQUEM ATUALIZADOS SOBRE OS ANDAMENTOS DA QUESTÃO. eIS UM ÚLTIMO RECEBIDO DA AMIGA FÁTIMA, DA ONG ANIMAIS:
oi Manu, boa noite, td bem?
segue abaixo email da Dra. M. Lucia (ela é veterinária e advogada, mora em MT)... quem sabe a resposta dela te ajude...
bjão
Fátima Schroeder
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Fátima, a resposta da dra. Maria Lúcia Metello
Abração
Otávio
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Data: 11 de agosto de 2010 06:01
Assunto: Re: MANU E O APELO PELAS TERRAS MATROGROSSENSES DO SEU AVÔ - post do Mafuá do HPA
Para: Otávio Volpato
Oi, amigo!
O que posso pensar de imediato é que se arrende para um hotel-fazenda, onde há
todo interesse de se preservar a riqueza ambiental... onde, inclusive, a caça é
proibida!
Hj hotéis-fazenda têm gerado muito lucro, pois há grande fluxo de turistas,
principalmente internacionais. Espero ter colaborado.
abç
Maria Lúcia
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Oi, Maria Lúcia...
Recebi este email, com um pedido de reenviá-lo a vc, para dar uma opinião ou sei lá o que mais. Quem enviou foi a presidente daquela ONG que promoveu aquele debate no final do ano passado, sobre Leishamniose, em mesa redonda, com o Prefeito e outras autoridades, mais eu e a Ingrid (Fort Dodge)... Se puder ver de que se trata, na verdade em nome do lucro se faz de tudo, mesmo... enfim, tá aí, vê prá mim, o que pode ser feito, ou como pode ser conduzido o assunto.
Abração, precisamos falar muuuuuito
Fique com Deus.
Otávio
Olá, Henrique!
boa noite!
agradeço pelo apoio e pela citação lá no seu blog. Quase sempre consigo dar uma passada por lá. Vc está de parabéns!
(só uma pequenina correção: meu nome é Silvio Motta Maximino)
Sobre o problema da Manu (que aliás, foi minha aluna na USC...rs...), infelizmente não estou muito familiarizado com a legislação que versa sobre esse caso específico. O ideal nesse caso seria mesmo ela consultar um advogado ambientalista (neste caso ela obviamente deverá pagar a consulta), que por ser especialista no assunto, vai dar uma informação muito mais atualizada prá ela. Outra alternativa para não gastar dinheiro seria ela procurar pelo IBAMA ou pela Promotoria do Meio Ambiente, que também estão habilitados para dar orientações bem específicas.
De qualquer forma, vou conversar com os demais membros da SOS Cerrado e ver se eles têm algum conselho específico prá ela.
abraços
Silvio
caro Silvio Maximino
Seu nome já está corrigido no post.
Obrigado pelas viagens aqui no mafuá
Henrique - direto do mafuá
oi manu...
leia o que a Paula escreveu abaixo...
bjus
Fátima Schroeder
Oi Fátima, tudo bem?
Como morei quase 10 anos no MS, sei bem do que se trata.
Eu sugiro a criação de uma RPPN reserva particular do patrimônio natural que é a única garantia como unidade de conservação.
Seria interessante esta pessoa procurar alguma ONG da região, como
Fundação Neotrópica
Fundação Neotrópica do Brasil
Rua 02 de Outubro, 165 - B. Recreio - Bonito MS
CEP 79290.000 . Fone/Fax (67) 3255.3462
neotropica@fundacaoneotropica.org.br
Ecoa
ECOA - Ecologia e Ação
14 de julho, 3169, Centro
Campo Grande / MS
CEP: 79002-333 Brasil
Fone/Fax: (67) 3324-3230 / 3324-9109
E-mail: ecoa@riosvivos.org.br
Paula Sant'Anna BattassiniSenac Bauru
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