sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (59)

ENGRAVATADOS, FILHOS, CAMALEÕES, BARBUDOS E ALGO NÃO VISTO NA TV
1. Morro de receio de alguns engravatados. Principalmente daqueles que envergam junto da indumentária um terno bem vincado, feito sob medida, combinando cores até com a cueca e cheirando ao mais caro perfume importado, além do cabelo encharcado de gumex. Esses, que denomino de ENGOMADOS, são useiros e vezeiros em além da veste, fazerem uso de um discurso muito parecido com o traje. Fujo desses como o diabo foge da cruz. Na grande maioria das vezes, dizem algo hoje e amanhã estão a desdizer. Empoados, gostam de aparecer na fita, saberes diversos, citações variadas na ponta da língua, mas algo a preocupar: atrás do discurso moderninho, uma antiguidade maior do que o balcão de uma loja dessas do ramo de peças centenárias. Quando vislumbrado o lado oculto, tarde demais, pois a vaca já terá ido para o brejo e o prejuízo será líquido e certo. Aconselho manter distância.
2. Uma grande pessoa de Bauru, funcionário da extinta Noroeste do Brasil perde o filho de 23 anos essa semana. Não existem meios de consolá-lo nesse momento. Recebo de outro amigo um texto do Saramago sobre filhos, muito belo a servir de alento para esses momentos: "Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo". Numa madrugada bauruense, um carro em alta velocidade, mas de 100 km por hora não existe redutor asfáltico a segurá-lo, nem rua por melhor sinalizada fosse. Nossos filhos quando saem de nossos olhos, por mais instruídos que possam ser, fazem o que lhes dão na telha e muitas vezes não acertam. Resta a dor.
3. Qual a sua avaliação sobre as pessoas que quando o caldo está prestes a entornar, mudam de opinião e de postura? Tem gente por aí que critico até a medula, conservadores, retrógrados, desajustados, impertinentes, mas com um detalhe a ser enaltecido, possuem uma forma de pensar e dela não se afastam. Prefiro essas, são transparentes e honestas com o semelhante e consigo mesmas. Você vai debater com alguém assim e não tem perigo da ocorrência de surpresas. Já os que omitem uma contundente opinião hoje e na seqüência, quando aquilo que disseram pode lhe causar problemas, passam a adotar o mesmo discurso da maioria, um perigo. Como agir com pessoas assim? São denominadas de CAMALEÕES, ou seja, na aproximação do eminente perigo mudam de cor e ainda usufruem do novo momento como se estivessem a defender aquela linha de pensamento desde o berço. Melhor ainda quando isso é detectado e o dito cujo rejeitado.
4. Escrevo dos barbudos. Sou um deles e isso já faz certo tempo. Quando sai do Bradesco, ano de 1989 e após ser obrigado a me barbear diariamente, tomei uma decisão: deixei a barba crescer e não a tirei mais da cara. Na última edição da revista Brasileiros, agosto 2011, um texto sobre o assunto e algo a juntar a barba e o Bradesco, “Pelo direito à barba” e uma vontade louca de passar isso para frente. É o que faço nesse momento: “Parafraseando o barbudo do século XIX, o perigosíssimo Karl Marx, é hora de convocar: Barbudos do mundo, uni-vos. Querem um exemplo de perseguição? O Bradesco e a Justiça da Bahia. O Bradesco não surpreende. Demitiu um funcionário porque ele portava no rosto o formoso adereço. Os códigos de conduta do Bradesco, a gente sabe, fariam inveja aos mandamentos medievais do abade Savonarola. A vítima foi a Justiça e, no andar de baixo, conseguiu uma indenização de 100 mil reais. Na segunda instância, perdeu. Os nobres Juízes do Trabalho acham que barba é um desaforo à ilustríssima clientela de um banco. Demissão sumária, sem indenização e com justa causa”. E o autor do texto, Nirlando Beirão invoca um monte de barbudos históricos na defesa dos seus argumentos. Eu, na qualidade de barbudo, corroboro todos. Leiam: http://noticias.r7.com/blogs/nirlando-beirao/2011/07/08/deixem-minha-barba-em-paz/
5. Recebo do professor da USC, Silvio Max o texto, que repasso na integralidade: “Não espere que a mídia de massa brasileira vá ensinar o povo o que é autonomia, cidadania e os meios de combater a tirania e a corrupção... quando mostrarem algumas dessas cenas (editadas, é claro) será com a intenção de desestimulá-lo a lutar pelo que é seu... não espere assistir essas cenas no seu "telejornal" preferido, ou no seu "programa de entretenimento"... não espere sentar-se diante da sua TV e se "informar" sobre o que está acontecendo no mundo... Preste atenção nos vídeos... isso é apenas uma amostra do que está ocorrendo nas últimas semanas ..."
http://www.youtube.com/watch?v=PtaNg8c8OtU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=sux7oX3cgrY&feature=related
http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=_Aw4EM86RIw
http://www.youtube.com/watch?v=en4VXCFiDsg&NR=1
OBS.: Bom final de semana a todos. Exposição no SESC a relembrar o Dia do Cerrado, 11/09 e no Centro Cultural Celina Alves Neves, hoje, 19h, arte endiabrada do Enxame Coletico com Cabaré Fora do Eixo. Imperdíveis...

4 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE
QUEM SERIAM ESSAS ENGOMADOS E CAMALEÔNICAS PESSOAS AQUI EM BAURU?
AURORA

Mafuá do HPA disse...

Cara Aurora, por favor, me poupe de mais um processo...
Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

ô gajo fizestes alguma autocritica com o camaleão?

Léon Rojas

Mafuá do HPA disse...

caro anônimo:
Nenhuma, pois não vacilo na forma de pensar e agir. E seguindo sua linha de pensamento não teria problema algum, pois como disse Plínio de Arruda de Sampaio, num debate na campanha passada diante da Dilma: "Vir da direita para a esquerda é algo louvável, engrandece a pessoa, mas o contrário, a pessoa sair da esquerda e ir para a direita, esse irrecuperável". Acho que se situa aí, não? Seu caso é parecido com o de um partido dito da esquerda, que até leva socialista no nome e que em Bauru está procurando a melhor oportunidade para se coligar e talvez o faça até com o lado mais retrógrado, tudo por dinheiro. Alguma recuperação para esses? Nenhuma. Tome tento gajo!!!!

Henrique - direto do mafuá