CASUARINA NA UERJ, TARANTINO’S E SANGUE LATINO
Trabalho, trabalho e trabalho. Que seria do mundo (e de nós) se fossemos obrigados a permanecer enfiados o tempo todo, dedicação exclusiva ao trabalho? Certamente não sobreviveriamos. Levo o trabalho a sério, mas tenho meu outro lado, o do ócio e da 
esbórnia bem incisivos, atuantes e necessitando de recarga constante. Fujo de baladas, algo sem sentido, vazio, oco, só tendo como lema aquele negócio de “sexo, drogas e rock’n roll”. Sou um inveterado boêmio. Nessa semana escrevinho algumas incursões que fiz pelo Rio, numa estadia rápida de quatro dias, onde ralei muito, mas encontrei tempo para distrações mil. Que seria de mim e do mundo sem esse tempo?
Aqui e agora um breve relato das possibilidades dessa vida. Tenho um velho hábito comigo. Toda vez que estou numa cidade grande, como o Rio, logo pela manhã pego um desses jornalões (no caso do Rio foi com O Globo) e faço uma pesquisa geral nas páginas culturais sobre possibilidades, o que está acontecendo, onde, 
quanto custa, horários e viabilidades. Traço planos mentais, tento conciliar o trabalho a uma escapada. Na segunda, 20/09, ralei o dia inteiro e lá pelas 18h estava a flanar. Já tinha em mente onde iria e fui. Estava no Grajaú e ali pertinho, na UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, campus ao lado do Maracanã, a abertura de um evento, a 22º UERJ SEM MUROS, com palestras variadas e um show de abertura na concha acústica da universidade, 19h, grátis, com um dos novos grupos de samba autêntico, o CASUARINA. Os 
meninos (dez anos de estrada, mas uma garotada e com um samba afinadíssimo) estão pra lançar um novo CD e fariam a festa dos estudantes no evento. Cheguei quase em cima da hora, curti umas barracas armadas no local e me enfiei de mala e cuia no clima do local, comi um salsichão na Barraca da Loira e fui sentar quase na boca do gargarejo. Fiquei vendo aquele quinteto, mais quatro músicos ao fundo, tocando clássicos de samba com 
uma malemolência de arrepiar, “endoidecer gente sã”, como gosto de dizer e me lembrei desses grupos de pagode paulista, que fazem exatamente o contrário, ou seja, emburrecem a massa, com letras mela cueca. O diferencial do grupo é a qualidade do repertório, o refino para sua execução e um algo mais, uma voz levemente diferente de João Cavalcanti, pitadinha a mais. Gostei de tudo e acabei comprando um CD deles, o “MTV Apresenta Casuarina”. Querem mais deles? Posto uma gravação de “Senhora Liberdade” e indico o site dos meninos: http://www.casuarina.com.br/MAIS ALGUMAS DICAS INTERNÉTICAS:
1.) Meu filho insistiu tanto que assisti o curta-metragem brasileiro, o “A Mente de Tarantino
(Tarantino’s Mind)”, com dois atores, Selton Mello e Seu Jorge papeando sobre a obra do discutido diretor norte-americano. Gosto de Tarantino e ao conferir, indico a todos o http://www.youtube.com/watch?v=op4byt-DtsI2.) Essa descobri por acaso, quando numa noite dessas estava vasculhando os canais de TV aberta
em busca de algo assistível e dei de cara com um programa na TV Cultura, com Eric Nepomuceno (tradutor de Gárcia Marques), o “SANGUE LATINO”. Naquele dia o entrevistado era o chileno do Carteiro e Poeta, mas deixo aqui como dica algo de 
alguém que gosto demais, a entrevista com Eduardo Galeano. Vejam as outras pelo youtube, mas essa é demais. Sintam a poesia dita por ele: “Somos muitíssimos mais do que nos dizem que somos:/ O medo ameaça: se você ama, terá Aids/ se fuma, terá câncer/ se respira, terá contaminação/ se bebe, terá acidentes/ de come, terá colesterol/ se fala, terá desemprego/ se caminha, terá violência/ se pensa, terá angústia/ se duvida, terá loucura/ se sente, terá solidão”. Vejam: http://www.youtube.com/watch?v=w8rOUoc_xKc
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