Mafuá do HPA

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (28)

DOIS TEXTOS EXTRAÍDOS DE JORNAIS E MEUS COMENTÁRIOS
TEXTO 1 – UM ARGENTINO NA INSURGÊNCIA (Diário Catarinense – Florianópolis SC, 28/08/2011)
Ao chegar a uma cidade nova uma das primeiras coisas que faço é comprar um jornal. Em Florianópolis não foi diferente e no domingo passado comprei um gordo tablóide, meio que ressabiado, pois do Grupo RBS – Sirotsky (http://www.diario.com.br/m.br/ ). Algo me chamou a atenção e quando isso ocorre, recorto e guardo. Um argentino participando da Guerra na Líbia, mais que isso, 23 anos, de Córdoba, Argentina. Inevitável a comparação simplista com Che Guevara. Li e reli a matéria do encontro casual do repórter Humberto Trezzi com o guerrilheiro, José Emmanuel Paigesi, um esquerdista, que abandonou tudo o que fazia em seu país, inconformado e entediado com o jeito como as coisas se sucedem no mundo. Decide ir aos cenários onde se desenrolam as atuais lutas de libertação dos povos árabes. Caiu, primeiro no Egito e agora na Líbia, onde se engajou na luta dos rebeldes para derrubar o regime de Kaddafi. Mas o que me chamou mesmo a atenção foi algo que talvez poucos notaram. Estaria o jovem Paigesi do lado certo da luta revolucionária? Talvez sim, como milhares de outros que querem seu país livre. Outra pergunta: Mas estariam eles cientes de poder estar fazendo o jogo de algo a destruir definitivamente com a Líbia, tornando-a ingovernável como o Iraque e o Afeganistão? Estariam cientes de quem são os financiandores dessa guerra e com que interesses? Seriam os de libertar a Líbia? De uma coisa tenho plena certeza, tem gato nessa tuba da “libertação da Líbia” e Che Guevara, não entraria nessa sem tomar conhecimento de todas as nuances em jogo. O ímpeto revolucionário de um jovem como esse argentino me atrai, mas não posso deixar de questionar sobre esse outro lado, ainda oculto, algo que jornais como o Diário Catarinense e a maioria dos jornalões brasileiros não possuem interesse nenhum em mostrar. Não enxergo revolucionários por trás disso tudo e isso é o que me preocupa. Qual a reação desses rebeldes ao desconfiarem terem sido massa de manobra de interesses outros? Eu só quero entender o que está a mover essa guerra. Isso me bastaria no momento. Para algo mais sobre ele, cliquem seu nome nos sites de busca na internet.

TEXTO 2 – CARTUNISTA DO RIO INSPIRA REBELIÕES ÁRABES (Jornal da Cidade – Bauru SP, 30/08/2011)
A matéria saiu publicada na página Internacional do nosso bauruense Jornal da Cidade (http://www.jcnet.com.br/ ) e igualmente recorto e guardo. O texto não é do JC, mas de uma agência. Nele dois motivos de tê-lo guardado. O primeiro é por ser amigo de Carlos Latuff, o jovem desenhista de 42 anos, retratado no texto e cujo tema já mereceu abordagem anterior de minha parte, quando Carta Capital estampou uma foto dele na seção Retratos Capitais sobre o mesmo assunto. Latuff esteve por três vezes em Bauru e em todas estive presente e participei ativamente do processo de sua vinda. E segundo e juntando o texto de cima ao desse aqui, peço que reflitam um pouco sobre a charge junto ao texto. Mostra algo sobre exatamente o que escrevi acima. Kaddafi derrotado, rebeldes vitoriosos e o interesse norte-americano por petróleo vencendo mais essa. Essa uma das possibilidades. Existem outras e em todas a Líbia sai perdendo. Não têm como negar (e ninguém deixa de fazer isso) como Kaddafi é sanguinário, cruel, essas coisas todas, mas penso muito que o que está por vir não será nem um pouco melhor do que o regime implantado por lá até hoje. Latuff sacou isso rapidamente, perspicaz que é e algo mais pode ser visto dando uma pesquisada nos seus desenhos espalhados na internet. Eu, assim como ele, não fujo da raia e o subtítulo de sua matéria, “Fazendo amigos e inimigos”, cai como uma luva para ambos, pois não nos deixamos levar pela primeira impressão ou pelo que querem nos vender a dita Grande Mídia. O argentino Paisegi pode estar munido das melhores e mais revolucionárias intenções, mas está comendo gato por lebre ou até mais que isso, pode estar sendo regiamente remunerado para lutar. Nem Latuff, nem eu não entramos nessa, pois em primeiro lugar, ele distribui suas charges gratuitamente, desde que compre a idéia e a causa. Eu só tento interpretar tudo seguindo minha linha de pensamento. Vamos reler tudo com a devida atenção e continuamos a conversa qualquer dia desses. Para algo de Latuff, cliquem seu nome nos sites de busca na internet.