quinta-feira, 27 de outubro de 2011

FRASES DE UM LIVRO LIDO (53)

OS DEZ MANDAMENTOS DA TERRA DOS PAPAGAIOS - ÚTEIS NO PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Depois dos enfrentamentos quando da aprovação da AFUNDAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE, com o que estamos prevendo que vá acontecer com o DAE sendo preparado para a privatização, com gente insistindo em ampliar a invasão desmedida do Cerrado, com uma Câmara de Vereadores que abre e encerra CEIs ao bel prazer (tudo para contentar alguns vereadores do bico dourado), com dinheiro da Educação sendo gasto de última hora só para não ser devolvido, com comunistas fazendo negócios igualzinho aos capitalistas, etc e etc, lembrei de um livro lido já faz bem uns dez anos e esquecido aqui numa estante do mafuá. Trata-se do “TERRA PAPAGALLI”, do José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta (Edit. Companhia das Letras, 1997, 200 páginas). O livro é divertidíssimo e, ao mesmo tempo, profundo e esclarecedor daqueles primeiros momentos da invenção do BRASIL. Retrata bem aquelas primeiras causas, motivadoras das atuais conseqüências enfrentadas hoje. Através da vida cheia de lacunas do personagem histórico de Cosme Fernandes, um degradado português que veio para cá junto com Cabral, um saboroso texto. O interessante são os mandamentos estabelecidos para bem viver no Brasil, então Terra Papagalli ou Terra dos Papagaios. E o texto, imaginem, cabe para os tempos atuais. São Dez esses Mandamentos e é o que destaco do livro:

“1. É preciso saber dar presentes com generosidade e sem parcimônia, porque os gentios que lá vivem encantam-se com qualquer coisa, trocando sua amizade por um guizo e sua alma por umas contas.
2. Quando aparecer alguma dificuldade, mesmo que seja de simples solução, é preciso fazer alarde, espetáculo e pompa, pois nesta terra mais vale o colorido do vidro que a virtude do remédio.
3. As gentes da Terra dos Papagaios são muito crentes e de fácil convencimento. Por isso, têm em alta conta os feiticeiros, os falsos profetas e vai a coisa a tanto que não há patranheiro que lá não enriqueça e prospere. E assim é, senhor, que por serem tão crédulos aqueles gentios, pode-se-lhes mentir sem parcimônia nem medo de castigo.
4. É aquela terra onde tudo está à venda e não há nada que não se possa comprar, seja água ou madeira, cocos ou macacos. Mas o que mais lá se vende são homens, que trocam-se por qualquer mercadoria e são comprados com as mais diversas moedas.
5. Desde o primeiro, são os funcionários daquela terra um tanto madraços e preguiçosos, e, se na frente de seus superiores parecem retos, quando esses lhes dão as costas, revelam-se muito astutos e só nos atendem se lhes damos algo em troca. Portanto, senhor conde, se fordes para lá não se esqueça de ser generoso com eles, pois lá as portas não são abertas com chaves de ferro, mas com moedas de prata.
6. Naquela terra de barganhas fazem muito sucesso e não há quem resista a um pequeno regalo. Por isso, é preciso dar sempre um afago aos que podem comprar, pois entre dois mercadores, naquela terra não se escolhe o mais honesto, mas o que oferece mais mimos.
7. Naquele pedaço de mundo, senhor conde, não se deve confiar em ninguém, pois se no sábado nos juram eterna fidelidade, no domingo nos enfiam uma espada pela garganta. A verdade é que lá tudo se rege pela conveniência, e sendo preciso, troca-se de bandeira como as mulheres trocam de pano em dia de regra.
8. Na terra que se chama dos Papagaios, cada um cuida de si e Deus que cuide de todos, pois pouco se faz por um irmão, nada por um primo e menos coisa nenhuma por um amigo, de modo que cada um só quer saber do seu nariz e, se alguém faz algo por outrem, é a troco de paga ou medo.
9. Naquelas paragens, quando se alevantam alguns, o melhor modo de quietá-los é dar-lhes emprego ou título, porque os daquela terra muito prezam serem chamados de senhores e não há um que troque honradez por honraria.
10. E o resumo de meu entendimento é que naquela terra de fomes tantas e lei tão pouca, quem não come é comido”.

Será preciso escrever algo mais para complementar o que quis dizer com tudo isso?
PS.: a ilustração acima é do poeta e músico João Nicodemos (bauruense, hoje no sertão nordestino) e foi sacada dos seus site/blog:www.poemasdonicodemos.blogspot.com/, http://www.youtube.com/user/jotanikos1 e www.artedenicodemos.blogspot.com/. Abaixo o segundo vídeo do Tributo ao Manito (acima mais duas fotos), dessa vez com uma canja do Nino no vocal:

3 comentários:

Anônimo disse...

Boa tarde a todos.
Informamos que saiu publicado hoje no Diário Oficial de Bauru na página 48 - quinta , 27 de outubro de 2011 na Pauta das Sessões para votação nessa próxima segunda;
"Primeira discussão.
Processo nº 202/10 - Projeto de Lei n. 110/10, que autoriza o Poder Executivo a doar imóvel de propriedade do Municipio de Bauru para a Fazenda do Estado de São Paulo (Complexo Policial Civil). Autoria: PREFEITO MUNICIPAL". Tal área em tese é de cerrado, mas...
O sr. Nelson Gonçalves que trabalha na TV Câmara disse que já havia 6 áreas daquelas das 11, já autorizadas pela Cetesb e verificamos ser totalmente inveridica essa afirmação. Desnecessário comentários, os fatos falam por si próprios.
Amilton Sobreira - SOS CERRADO

Anônimo disse...

Mais um ditador nato é assassinado cruelmente.
O cara não era qualquer um, e merecia ser julgado
pelos crimes cometidos por uma corte internacional,
ou é claro pela corte da Libia. Quem é que estava por
trás destes rebeldes os incentivando pelo fim do Gaddafi?
Claro que só poderia ele, sempre ele, aquele que quer dominar
o mundo todo, e ter só para si, todo o
petroleo mundial : O falido tio Sam.(Aldo Wellichan)

Anônimo disse...

Valeu meu caro Henrique!!

Saudade desta Bauru que mora no meu coração...
Fiquei muito triste ao saber da morte do Manito!
Ele faz parte da minha história desde quando eu era criança... ouvindo os Incriveis... algumas das musicas instrumentais que nunca me saem da memória... Enfim... sua genialidade nos inspirou a todos!!!
Grato pela citação em seu blog do meu poeminho . .. Fazemos isso para os amigos mesmo!!

É grande a importância de um blog como o seu "mafuá" Parabens!!!
e um grande abraço!!!


João Nicodemos